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Projeto Xirê da Leitura promove sarau e destaca poesia de mulheres negras

  • Publicado: Quarta, 24 de Abril de 2019, 15h21

Projeto xirê de elitura

O Projeto de extensão “Xirê da Leitura: Mulheres Negras Grafando Memórias em Letras de Poesia”, contemplado pelo Edital Pibex-Proex Nº 01/2019, o qual versa sobre poesias produzidas por mulheres negras, vai realizar Saraus Literários de maio a dezembro de 2019. O primeiro sarau ocorre no dia 10 de maio, das 19h às 21h, na Livraria Ifá – Casa do Saber. Serão apresentados os livros Dia Bonito Pra Chover, de Lívia Natália, e Aquenda – O Amor às Vezes é Isso, de Luna Vitrolira, tendo como declamadoras as poetisas paraenses Roberta Tavares e Priscila Duque.

Patrimônio do nosso tempo - Como a literatura é um campo marcado pela ausência de escritas poéticas de mulheres negras e estruturado pelo viés racista e sexista, o Projeto Xirê da Leitura pretende ampliar o contato de poesias escritas por mulheres negras, enfatizando que as vertentes literárias, modos de escrita e abordagens são plurais e um patrimônio do nosso tempo. Nesse sentido, busca, com a realização de saraus literários, a socialização dessas produções, baseado em trabalhos de poetisas negras brasileiras e estrangeiras, como Cidinha da Silva, Roberta Tavares, May Ayim, Odete Semedo, Elisa Lucinda, Angèle Bassolé Ouédraogo, Noémia de Sousa, Tatiana Nascimento, Cristiane Sobral, entre outras.

Após as declamações das poesias das autoras, outra atividade a ser realizada é a participação de pessoas que desejam recitar poesias de outras mulheres ou de autoria própria. A intenção é fomentar um espaço de escuta da poesia, de criação das memórias poéticas e troca de afetos entre públicos acadêmicos e não acadêmicos.

Descolonização da poesia – O Projeto “Xirê da Leitura: Mulheres Negras Grafando Memórias em Letras de Poesia”, em parceria com a Livraria Ifá-Casa do Saber, busca uma descolonização do ler e do escutar, adotando os princípios do Xirê, nos quais as palavras se movimentam em círculo, com toda a sua sonoridade. “É inconcebível anular os efeitos nefastos do racismo e do sexismo ditando o que é arte e, acima de tudo, colonizando o nosso olhar e a escrita, a ponto de elegermos e reconhecermos, ‘intencionalmente’, os corpos brancos como produtores ‘legítimos de arte’, explica a coordenadora do projeto, professora Luzia Gomes, docente do curso de Museologia (FAV/ICA/UFPA)

O projeto também é uma forma de desestabilizar a pirâmide normativa, na qual as mulheres negras estão na base, devido a uma herança colonial branca, masculina e eurocêntrica de desumanização humana. Acredita-se que todos e todas têm o direito à memória e à literatura, levando em consideração a pluralidade e a diversidade da sociedade brasileira.

A coordenadora finaliza, dizendo que “enfatizamos a relevância desse projeto e tema para o contexto belenense, porque aqui, como em todo o país, a maioria das mulheres negras não está representada nos circuitos literários ‘oficiais’. Apesar das agruras, as mulheres negras bordaram palavras de belezas com letras delicadas de ternura. É preciso ler e escutar mulheres negras!”

Serviço:
Data: 10 de maio de 2019
Local: Livraria Ifá: A Casa do Saber, localizada no Bairro do Marco, na rua Barão do Triunfo nº 3174, entre Almirante Barroso e 25 de Setembro.
Hora: das 19h até 21h
Não é necessária inscrição prévia.

Texto: Elizandra Ferreira – Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Reprodução / Google

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