“Elemento transitóRIO”: Artista paraense expõe fruto de pesquisa no Mestrado em Artes da UFPA
Ouvir o chamado da água, que não se contenta em permanecer estática, espraiando-se em diferentes estados naturais e formatos, seja na vida, seja na arte. Esse é o convite de “Elemento TransitóRIO- Caminho de volta para o mar”, exposição da artista paraense Bianca Levy, com lançamento nesta sexta feira, 10 de maio, na Galeria Theodoro Braga, na Fundação Cultural do Pará.
“Elemento TransitóRIO” é fruto do processo de pesquisa desenvolvido pela artista no Mestrado em Artes da Universidade Federal do Pará (PPGArtes- UFPA). Contemplado pelo Prêmio Proex de Arte e Cultura da UFPA, o projeto aborda a relação da artista com a água e com os arquétipos relacionados com esse elemento, especialmente os presentes na mitologia iorubá.
Foram cinco anos de mergulho poético, investigação e vivência consciente do elemento água em diferentes campos e linguagens até a concepção da exposição. “É difícil demarcar onde começa e onde termina um processo criativo, suas continuidades, descontinuidades e tangentes. Mesmo quando se ‘conclui’, ele segue em plena expansão e atualização. Inconscientemente, já trabalho esta relação com a água antes mesmo de me reconhecer artista. A exposição vem para marcar o retorno dessa grande jornada, com uma inundação de obras produzidas nos últimos dois anos. É um fechamento desta fase de água, fechamento iniciado com o lançamento do meu livro ‘Aquífera’, em 2018, e se encerra — pelo menos por hora, com Elemento TransitóRIO”, explica Bianca Levy.
Performance nas Artes Visuais - Trabalhando no campo da performance nas Artes Visuais, a artista propõe em suas obras a atualização dos arquétipos míticos da água, em consonância com as pautas político-sociais contemporâneas, trazendo também a reflexão a respeito do corpo do performer em diálogo com os espaços públicos da cidade e a instauração de um tempo-espaço cósmico, em que a cidade (especificamente Belém, metrópole ribeirinha da Amazônia brasileira) exerce o protagonismo dela na criação das obras. “É uma trama que parte de uma relação pessoal, de um retorno à minha ancestralidade e imanência, mas completamente atravessado pelos dramas e devires da cidade e nossa sociedade. Em sua universalidade, a água, nos arquétipos trabalhados na obra, fala sobre todos nós”, resume a artista.
Com curadoria do artista visual e professor Orlando Maneschy, a exposição conta com obras que transitam pela linguagem das Artes Visuais, especificamente da performance nas Artes Visuais, com trabalhos nos formatos de videoarte, fotoperformance e instalação. O caráter cíclico da água em suas mudanças de estados naturais e a jornada poética que o conjunto da obra apresenta conduziram também o desenho da curadoria, que propõe um mergulho no universo da água, em suas variadas formas e arquétipos, rumo ao encontro e à comunhão total com esse elemento.
Além da parceria com Orlando Maneschy, Elemento TransitóRIO é marcado por encontros com artistas que inundaram o processo criativo com seus olhares no registro das performances, ou como Bianca gosta de enfatizar, artistas que performaram com ela por trás das câmeras. São eles: Juan Silva, Charles Vasconcelos, Maryori Cabrita, Marise Maués, André Mardock, Roger Elarrat e Melissa Barbery. “O olhar de cada um deles foi fundamental para a concepção das obras. Eles captaram o chamado da água e mergulharam nesta experiência comigo”, resume a artista.
Serviço:
Exposição “Elemento TransitóRIO- Caminho de Volta para o Mar”
Data: até o dia 7 de junho
Local: Galeria Theodoro Braga, no subsolo da Fundação Cultural do Pará.
A entrada é gratuita.
Texto: Divulgação
Foto: Juan Silva
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