Dados inéditos coletados em pesquisa nacional revelam quem está hoje na maior universidade da Amazônia
A Universidade Federal do Pará (UFPA) é a maior universidade do País em número de alunos de graduação, com mais de 51 mil estudantes em 12 campi e dezenas de polos universitários que se estendem por mais de 60 municípios paraenses. A pesquisa “Perfil socioeconômico e cultural dos estudantes, realizada pela Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)” revela quem é cada um deles.
Perfil - Pela primeira vez, o número de universitários pretos (12,9%), pardos (61,3%), amarelos (2%), quilombolas (3,4%) e indígenas (0,9%) é superior ao de brancos nas universidades brasileiras, e essa realidade também marca a UFPA, em que 78,4% dos estudantes se autodeclaram PPI.
Eles também são majoritariamente jovens. Cerca de 66% têm entre 18 e 24 anos. Por outro lado, 30,2% são adultos e economicamente ativos, na faixa etária entre 25 e 40 anos. Há quem tenha chegado à Universidade bem cedo, entre 13 e 17 anos (2,8%), mas também há aqueles que recomeçam a vida após os 50 anos e escolheram a UFPA (0,5% dos alunos matriculados).
A pesquisa também perguntou como cada um se autodeclara quanto à sua sexualidade e ao gênero. Na UFPA, as mulheres cisgênero são a maioria (44,5%), seguidas por homens cisgênero (41,7%). Além deles, os não binários, homens e mulheres transexuais, são 1%. Outros (12,9%) não se classificaram ou não responderam à pergunta.
Caminho até a UFPA – Quase 90% dos alunos cursaram o ensino médio regular (89,7%) e 68,8% estudaram a vida toda na rede pública de ensino. Destes, 59% entraram pelo Sistema de Cotas e foram aprovados pelo vestibular anual (52,8%) ou pelo Sistema de Seleção Unificada – SiSU – (43,7%). Parte deles estudou sozinha para o vestibular (47,4%) enquanto o restante fez cursos pré-Enem (42,4%).
Estar na UFPA, hoje, é uma grande conquista não apenas individual, para a maioria dos alunos. Isso porque a renda familiar per capita de 85% dos alunos é de até 1,5 salário mínimo e 70,2% são mantidos financeiramente pelos pais.
Mais de 82% dos pais e mais de 75% das mães nunca tiveram acesso ao ensino superior, o que indica que, de cada quatro alunos da UFPA, três são os primeiros da família a cursar uma graduação.
Vida de universitário – Um percentual de 58% dos alunos vive com os pais; 12,5%, com outros familiares; 10,2%, com o cônjuge; 7,4% moram sozinhos; 4,3%, em moradias coletivas; 2,9%, em pensões; 2,7%, em casa de amigos; 1,7%, em repúblicas; e 0,3%, em moradias estudantis.
Mais de 66% usam o transporte coletivo para chegar diariamente à Universidade e mais de 55% moram entre 5 km e 50 km de distância da Instituição. Mais de 10 % demoram horas para chegar à UFPA, pois moram a mais de 50 km dela e 7,2% demoram mais de duas horas.
A boa notícia é que os vizinhos também estão por aqui. Cerca de 25% dos alunos moram distante cerca de um a cinco quilômetros e 9% deles estão a menos de um quilômetro dos portões de Campus do Guamá. Por isso, 18,1% dos alunos demoram menos de 15 minutos para chegar à Universidade.
No campus, 30,9% dos alunos fazem pelo menos uma refeição por dia em um dos dois restaurantes universitários; 81,3% frequentam uma das bibliotecas da UFPA a semana toda e mais de 11,1% deles o fazem mais de quatros vezes por semana.
Situação civil e familiar – Os alunos são, na maioria (86,5%), solteiros, mas 12,7% estão casados ou em união estável e 15% têm filhos, alguns dos quais (8,7%) menores de cinco anos. Ao todo, 13,1% vivem na mesma casa que seus filhos, e, para 6,8%, é a família a maior rede de apoio quanto ao cuidado das crianças para que os pais universitários frequentem a UFPA.
Vida agitada (e ocupada!) – 73% dos alunos da UFPA estudam entre 5h e 10h por dia fora do que fazem em sala de aula. E depois que ingressaram na Universidade, 65,7% responderam que leem mais. Já 13,2% disseram frequentar mais o teatro, embora 48,2% preferiram o cinema e 28,2% tenham deixado de ir a alguns shows.
Do total, 44,6% praticam alguma das atividades na Universidade, nomeadamente a iniciação científica (11,2%); os projetos de extensão (9,3%); os estágios (9,3%); os projetos variados (9,3%); a monitoria (5,4%); os grupos de educação tutorial (1,8%); as atividades variadas (1,4%) e as empresas juniores (1,1%).
Como futuros líderes, 30,9% atuam em movimentos e organizações sociais, como movimento estudantil (8,4%); Atlética (6,6%); outras organizações (6,4%); organizações religiosas (5,1%); movimento feminista (5%); movimentos artísticos e culturais (3,5%); movimento negro (3,4%); organizações em defesa do público LGBTI (3,4%); movimentos ecológicos (1,9%); partidos políticos (1,3%) e movimento sindical (0,7%).
Futuro! - Tendo realizado o sonho de entrar na Universidade, 58% pretendem fazer um curso de pós-graduação após receber o diploma; 49,6% esperam entrar de imediato no mercado de trabalho depois da formatura e 11,3% desejam ainda continuar por aqui e fazer um novo curso de graduação.
Serviço:
Pesquisa Andifes 2018 – UFPA
Veja a pesquisa nacional aqui.
Assista aqui à entrevista do reitor Emmanuel Tourinho e do superintendente de Assistência Estudantil da UFPA, Ronaldo Araújo, sobre a pesquisa Andifes 2019.
Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre de Moraes
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