Professores e estudantes do PPG em Geofísica viajam à Antártica para pesquisa sobre a geleira Pine
Já imaginou passar 30 dias na Antártica para realizar uma pesquisa? É isso que professores e estudantes do Projeto "GeoPine", vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Geofísica da Universidade Federal do Pará (CPGF/UFPA), irão fazer em dezembro, durante o verão no continente antártico. A viagem tem o propósito de coletar dados sobre a intensa perda de massa e sobre as atividades sísmicas associadas que ocorrem na geleira Pine. No total, o projeto terá duração de três anos.
Segundo o professor Jandyr Travassos, coordenador do projeto, a coleta desses dados contribui para inserir o Brasil entre os países que realizam pesquisas científicas sobre a Antártica. “A geleira Pine é uma das geleiras que têm perdido massa com mais intensidade. Esse fenômeno está comprovadamente ligado à mudança climática global.” A geleira está entre as mais vulneráveis do continente.
A equipe que irá participar da pesquisa está dividida em dois grupos: o primeiro irá à geleira, no interior do continente antártico, para coletar os dados geofísicos. O segundo ficará na estação antártica brasileira Comandante Ferraz, para estabelecer uma linha de base GPS para o primeiro grupo e realizar o pré-processamento dos dados sísmicos em tempo real. As atividades do Projeto GeoPine serão desenvolvidas em colaboração com um Projeto Associado da UFRGS, aprovado no mesmo edital.
O projeto conta com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e faz parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para estudos da criosfera (INCT-Criosfera), que possui pesquisadores de instituições nacionais e internacionais. Este é o primeiro projeto da UFPA no interior do continente antártico. Atualmente, o Brasil possui 16 projetos de pesquisa na Antártica. Antes de viajar para o continente, a equipe da UFPA receberá um treinamento no Rio de Janeiro, o qual já se inicia na sexta-feira.
Oportunidade para estudantes – “Minha expectativa é de poder testar minha capacidade de me adaptar em diferentes situações, não só com uma equipe com quem eu nunca trabalhei, mas também em uma estação a que eu nunca fui, com pessoas que têm uma visão de mundo diferente da minha. Ser profissional nessa situação, com certeza, vai me fazer amadurecer muito, não só como pessoa, mas como profissional também”, pontua Isadora Macedo, pós-graduanda do CPGF que participará da pesquisa.
A estudante acredita, ainda, que esta viagem pode representar uma grande oportunidade de crescimento. “Eu já tive uma experiência de campo fora do Brasil, quando estava na graduação, mas foi uma experiência muito curta, de apenas dois dias, então essa é minha primeira pesquisa de campo mais longa, em condições completamente adversas. Essa vai ser provavelmente a maior experiência que eu já tive até agora”, conta.
Texto: Rafael Miyake – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Lucas Brito
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