Eventos sobre línguas e culturas indígenas estão com período de submissão de trabalhos aberto
Os grupos de pesquisa sobre Documentação e Descrição de Línguas Indígenas (DODELIN) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Núcleo de Estudos em Línguas Indígenas (NELI) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) realizarão, na UFPA, o II Simpósio de Pesquisa em Línguas Indígenas – Região Norte (II SIPLI-Norte), com o II Seminário do Grupo de Estudos sobre Línguas e Culturas Indígenas da Amazônia (GELCIA), no período de 18 a 23 de novembro. O período de submissão de trabalhos para apresentação está aberto e vai até 31 de agosto.
O evento, que tem como tema “Ano Internacional das Línguas Indígenas: Descrição, Documentação, Educação Escolar e Políticas Indígenas”, visa divulgar e expandir as pesquisas na área de línguas indígenas feitas na Região Norte do Brasil. “Esta é uma oportunidade de proporcionar maior visibilidade das pesquisas realizadas por professores e alunos da Instituição, bem como de mediar o contato destes com pesquisadores de outras Instituições de Ensino Superior, estimulando parcerias que possam fortalecer as pesquisas na área e colocando, assim, a UFPA numa posição de destaque no cenário nacional, como uma referência nos estudos de línguas indígenas”, explica a professora Angela Chagas, coordenadora do evento.
Além de professores da UFPA, o evento também contará com a presença de pesquisadores nacionais e internacionais, além de membros de diversas comunidades indígenas. “A expectativa é que a pluralidade do evento possibilite um grande diálogo sobre a importância da preservação dessas línguas, como patrimônio imaterial da humanidade, além do estabelecimento de parcerias que discutam de maneira mais permanente e sistemática sobre as questões relacionadas à pesquisa e às iniciativas de preservação e sobre o que falta ser feito sobre as línguas indígenas”, argumenta Angela Chagas
Línguas indígenas - A Unesco reconheceu 2019 como o ano internacional das línguas indígenas. Para a professora, esse reconhecimento atenta para a necessidade de preservação dessas línguas. “No Brasil, estima-se que já tenham sido perdidas cerca de 75% das línguas nativas desde a conquista. Ainda hoje, depois de mais de cinco séculos da chegada dos europeus, as línguas indígenas brasileiras encontram-se em perigo de desaparecimento. Isso porque, das prováveis 180 línguas existentes, 110 têm menos de 500 falantes, além do baixo nível de transmissão de muitas delas às novas gerações. A Unesco considera que uma língua deve ter pelo menos 100.000 falantes para ser considerada fora de risco.”
“A salvaguarda dessas línguas é importante porque sua perda resulta em graves prejuízos ao patrimônio intelectual não só dos povos que as falavam bem como de toda a humanidade, uma vez que, com o desaparecimento de uma língua, morre também todo o conhecimento que foi nela produzido, como suas expressões artísticas e suas perspectivas cosmológicas – sem falar especificamente em construções gramaticais exclusivas de determinada língua – muitas vezes impossíveis de serem pensadas da mesma forma por falantes de línguas distintas”, afirma.
Inscrições – As inscrições para o evento podem ser realizadas aqui, até o dia do evento. As taxas para inscrição são variáveis: 30 reais para alunos de graduação sem apresentação; 60 reais para alunos de pós-graduação sem apresentação; 70 reais para professores de Educação Básica; 130 reais para professores de Ensino Superior e pesquisadores e 50 reais para ouvintes, com minicurso.
Submissão de trabalhos – O período para submissão de trabalhos está aberto até o dia 31 de agosto, com as seguintes taxas: 45 reais para alunos de graduação e 80 reais para alunos de pós-graduação. As taxas devem ser pagas até o dia 6 de setembro. A submissão pode ser feita aqui, e as regras para comunicações individuais também estão disponíveis (acesse o site).
Serão aceitos trabalhos nos seguintes Simpósios Temáticos: Formação de Professores de Línguas em Contexto de Educação Escolar Indígena; Ciências do Léxico nos Estudos de Línguas Indígenas; Estudos sobre Línguas e Povos Karíb; Educação e Políticas Linguísticas; Línguas Indígenas na interface Documentação & Educação Escolar; Línguas, Tecnologia e Mídias Digitais em Contextos Educativos na Amazônia; Morfossintaxe das Línguas Indígenas Brasileiras; Estudos Históricos de Línguas Indígenas na Amazônia; Argumentos e Adjuntos em Línguas Indígenas Brasileiras; Análise do Discurso na Amazônia; Estudos sobre Línguas e Culturas Aruak; Literatura na Amazônia; Estudos Tipológicos em Línguas Indígenas; Fonologia Histórica das Línguas Indígenas Brasileiras; Palavras, imagens, subjetividades e discursos: ou sobre como os povos indígenas pluralizam o contemporâneo. As regras para submissão podem ser visualizadas aqui.
Minicursos – Serão disponibilizadas seis opções de minicursos. Não é necessário estar inscrito no evento para participar. A taxa é variável, e o valor é de 20 reais para inscritos no evento e 40 para não inscritos. O período de inscrição vai até o dia 6 de setembro, e todos que desejarem participar de minicursos deverão preencher o formulário e enviar para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. É possível ver os detalhes de cada minicurso no site do evento.
Serviço:
II SIPLI-Norte e II Seminário do GELCIA
Data: de 18 a 23 de novembro
Local: UFPA (Campus de Belém)
Inscrições e mais informações: site do evento
Texto: Rafael Miyake – Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Divulgação
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