Estudantes da UFPA realizam atividades pedagógicas em escolas ribeirinhas no Marajó
Você sabe como é a experiência escolar em escolas ribeirinhas? Os discentes da turma de 2016 do curso de Pedagogia do Campus de Breves da UFPA vivenciaram essa experiência, ao visitar oito escolas ribeirinhas da ilha do Marajó, para realizar atividades pedagógicas com as turmas formadas por crianças e adolescentes.
A ação teve como objetivo conhecer as escolas e suas localizações, bem como as representações que têm as comunidades beneficiadas por elas, além de analisar as condições estruturais de escolas ribeirinhas, identificar os maiores desafios enfrentados por professores na gestão das atividades pedagógicas e identificar os desafios das comunidades para o acesso e a permanência de seus filhos nelas. A experiência também serviu para refletir sobre a formação docente no curso de Pedagogia e sua responsabilidade com práticas de ensino voltadas a essas escolas.
“Quando um aluno chega à escola, a responsabilidade docente é de acolhê-lo em todos os momentos, já que, na maioria das escolas, ele é o único responsável por tudo o que acontece, seja de bom ou ruim. Isso ajuda os futuros professores a refletirem sobre o que poderão produzir em suas práticas”, ressalta a professora Sônia Amaral, coordenadora da ação, para quem a experiência foi importante para demonstrar as peculiaridades do ensino rural marajoara, em que, muitas vezes, um único professor desempenha todas as funções pedagógicas.
“Se temos mais escolas no meio rural que no meio urbano, a formação docente deve priorizar conhecimentos que auxiliem as práticas nas escolas ribeirinhas. Nesse sentido, ao realizar uma viagem de excursão, não temos como assegurar a garantia de produção de novas práticas em consonância com essas realidades educacionais, mas podemos pelo menos tentar, ao ter a dimensão dos espaços onde acontecem essas práticas”, declara.
A turma de alunos da UFPA realizou, em conjunto com as comunidades atendidas pelas escolas, diversas atividades, como jogos pedagógicos e danças. “A população foi generosa, incentivou, ajudou e participou das atividades, isso foi um diferencial com os ribeirinhos. Quando desenvolvemos as atividades, não foram só os alunos que se animaram e participaram ativamente, mas todos da comunidade entraram e participaram das atividades, e estavam ali para valorizar o nosso trabalho”, conta a professora, que está planejando uma nova excursão para 2020, para que os alunos da turma de 2017 possuam a mesma experiência.
Importância acadêmica – “A ideia da excursão surgiu pela minha experiência com as disciplinas de estágios, nesse caso, com a disciplina Estágio Curricular em Docência no Ensino Fundamental, onde organizamos as atividades de regência nas escolas. Entretanto, aqui os acadêmicos fazem seus estágios, na maioria das vezes, somente nas escolas urbanas, sem adentrarem nas escolas do meio rural”, explica Sônia Amaral.
Para a estudante Joyce Oliveira, que participou das atividades, elas são positivas ao aproximar os discentes da realidade das escolas ribeirinhas. “Apesar de morarmos muito próximos do meio rural, não tínhamos muita noção dessa realidade. As escolas no meio urbano são muito diferentes. No meio rural, é raro possuir todos os recursos pedagógicos necessários para dar aula, então essa experiência nos deu uma noção de como agir na falta deles, como improvisar e ter êxito na prática.”
Texto: Rafael Miyake – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Divulgação
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