Ir direto para menu de acessibilidade.

Seletor idioma

ptenes

Opções de acessibilidade

Página inicial > Ultimas Notícias > Centro de Estudos da Biodiversidade utiliza ciência e tecnologia em favor da biodiversidade amazônica
Início do conteúdo da página

Centro de Estudos da Biodiversidade utiliza ciência e tecnologia em favor da biodiversidade amazônica

  • Publicado: Quinta, 10 de Outubro de 2019, 18h34

21.02.2018 Inauguração do Centro de Estudos da Biodiversidade Foto Alexandre de Moraes 6

Criado em fevereiro de 2018, o primeiro Centro de Estudos da Biodiversidade (Ceabio) da Região Norte localiza-se no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá. Vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA), é um dos empreendimentos residentes do Parque Tecnológico e reúne diferentes laboratórios, ofertando serviços para empresas e organizações interessadas em informações e pesquisas qualificadas sobre a riqueza biológica da região.

Um desses laboratórios é o de Citogenética, coordenado por Julio Cesar Pieczarka, professor da UFPA desde 1983, com a colaboração de duas professoras, Cleusa Nagamachi e Renata Noronha, além de uma rede de convênios com universidades e institutos científicos nacionais e internacionais.

Com pesquisas que avaliam desde o efeito de substâncias contidas em medicamentos populares sobre a saúde de organismos até o conhecimento molecular da biodiversidade, que possibilita a identificação de novas espécies, o laboratório articula atualmente quatro linhas de pesquisa: citogenômica da biodiversidade amazônica; citotoxicidade e genotoxicidade; citogenômica de vertebrados aquáticos e cultura celular.

"É muito importante, no contexto amazônico, estudarmos o princípio ativo das plantas, da biodiversidade, os seus usos. Diante de um cenário global em que as substâncias sintéticas também estão se esgotando, os interesses se voltam cada vez mais para a biodiversidade, para as moléculas que já vêm prontas na natureza", explica Julio Pieczarka, pesquisador na área de Genética Animal e Biologia Celular, que coordena também o Ceabio.

Segundo ele, na medida em que na Amazônia a riqueza biológica associada às florestas é muito alta e aumenta as perdas decorrentes da destruição dos ecossistemas por desmatamento ou queimadas, a importância de se investir em ciência e tecnologia, assim como de integrar os grupos de pesquisa em redes mais amplas, a fim de aprofundar o conhecimento sobre essa biodiversidade, é cada vez mais urgente e indispensável.

21.02.2018 Inauguração do Centro de Estudos da Biodiversidade Foto Alexandre de Moraes 1Análise da biodiversidade - Atualmente, o Laboratório de Citogenética é capaz de atender a vários tipos de demandas de empresas (industriais ou de serviços) que têm a biodiversidade e o conhecimento genético como diferenciais de produção. As aplicações práticas das pesquisas científicas foram também resultantes da experimentação e da aprendizagem em laboratório, segundo contam os estudiosos.

"Na realidade, no nosso laboratório, nós começamos com ciência básica, com o objetivo de estudar e conhecer de forma aprofundada a biodiversidade, inicialmente sem aplicações diretas, ciência pura mesmo. Com o passar dos anos, a gente desenvolveu certas técnicas para fazer esse trabalho e percebemos que poderia haver aplicações práticas nessa abordagem, como a parte do estudo de toxicidade celular", conta Julio Pieczarka.

Ele explica que, baseado em estudos sobre a poluição de rios, feitos em parceria com uma especialista da área da Química, então responsável pela avaliação da qualidade da água, foi possível investigar as alterações genéticas provocadas nos peixes por contaminação.

"Com o tempo a gente seguiu também por outra linha, a de estudar a toxicidade do princípio ativos de plantas usadas na medicina popular, sempre com um trabalho associado a outras pessoas e redes", aponta.

Hoje, a pesquisa sobre os efeitos das plantas diretamente nas culturas celulares permite a compreensão dos benefícios que elas podem ou não causar sobre o organismo humano, assim como as dosagens e as frequências adequadas para o uso.

Grosso modo, as culturas celulares envolvem um conjunto de técnicas que isolam células de animais ou vegetais em recipientes plásticos em condições de assepsia, assegurando que elas se mantenham, cresçam e proliferem em ambientes artificialmente controlados. O objetivo disso é estudar as propriedades, atividades, diferenciações e proliferações dessas células, entendendo desse modo um pouco mais sobre o funcionamento de um organismo.

Esse tipo de conhecimento é fundamental em uma economia baseada em produtos oriundos da biodiversidade, sejam medicamentos, perfumes, cosméticos ou alimentos funcionais, por exemplo. As substâncias analisadas podem ser extraídas de frutos, como o açaí e o taperebá; de óleos, como o oriundo da andiroba e da copaíba, e sementes, como as de abóbora, entre os inúmeros exemplos.

21.02.2018 Inauguração do Centro de Estudos da Biodiversidade Foto Alexandre de Moraes 8Efeitos e dosagens corretas – Nos estudos das plantas usadas popularmente como medicamentos ou por oferecerem supostos benefícios à saúde, também são investigadas a presença de antioxidantes, substâncias que combatem os radicais livres e os efeitos que eles podem ter sobre células de câncer. Conhecidos como "inimigos da saúde", os radicais livres são moléculas responsáveis pelo envelhecimento celular e por causarem diversos problemas como doenças degenerativas.

"A gente testa cada substância pesquisada muitas vezes: por exemplo, em uma célula de câncer de estômago e em uma célula de estômago normal. Ao testar nas duas, podemos ver se ela vai ter mais efeitos sobre as células de câncer, se pode ter alguma função anticâncer ou se ela provoca algum dano na célula normal também, porque às vezes uma substância pode até combater a doença mas é tão tóxica que acaba provocando problemas para a pessoa também, então é importante ter uma ideia sobre isso", explica Julio Pieczarka.

Banco de células – O laboratório de Citogenética conta ainda com um banco de células, certificado para receber e conservar amostras de germoplasmas. Essas amostras possibilitam a pesquisa de substâncias de interesse biotecnológico e mesmo a clonagem de células para a reprodução dessas substâncias ou de determinadas espécies no futuro.

Segundo os especialistas, por serem criados a partir de cultura celular, esses bancos são fundamentais para garantir a diversidade genética das populações de plantas e animais, ficando disponíveis para testes de novas técnicas e mesmo para a recuperação da biodiversidade perdida pela eventual extinção das populações naturais.

Para ler a matéria completa, acesse o site do PCT Guamá. Para acessar o portfólio de serviços na área da Bioeconomia, clique aqui

Texto: Brenda Taketa – Assessoria PCT Guamá
Fotos: Alexandre de Moraes

registrado em:
Fim do conteúdo da página