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Pesquisas e preservação das línguas indígenas são temas de evento na UFPA

  • Publicado: Quinta, 31 de Outubro de 2019, 15h28

LínguasIndígenas GELCIA

Os grupos de pesquisa sobre Documentação e Descrição de Línguas Indígenas (DODELIN) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Núcleo de Estudos em Línguas Indígenas (NELI) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) realizarão, na UFPA, o II Simpósio de Pesquisa em Línguas Indígenas – Região Norte (II SIPLI-Norte), com o II Seminário do Grupo de Estudos sobre Línguas e Culturas Indígenas da Amazônia (GELCIA), no período de 18 a 23 de novembro. As inscrições para o evento podem ser realizadas aqui, até o dia da abertura. 

O evento, que tem como tema “Ano Internacional das Línguas Indígenas: Descrição, Documentação, Educação Escolar e Políticas Indígenas”, visa divulgar e expandir as pesquisas na área de línguas indígenas feitas na Região Norte do Brasil. “Esta é uma oportunidade de proporcionar maior visibilidade das pesquisas realizadas por professores e alunos da Instituição, bem como de mediar o contato destes com pesquisadores de outras Instituições de Ensino Superior, estimulando parcerias que possam fortalecer as pesquisas na área e colocando, assim, a UFPA numa posição de destaque no cenário nacional, como uma referência nos estudos de línguas indígenas”, explica a professora Angela Chagas, coordenadora do evento.

Além de professores da UFPA, a programação também contará com a presença de pesquisadores nacionais e internacionais, além de membros de diversas comunidades indígenas. “A expectativa é que a pluralidade do evento possibilite um grande diálogo sobre a importância da preservação dessas línguas, como patrimônio imaterial da humanidade, além do estabelecimento de parcerias que discutam de maneira mais permanente e sistemática sobre as questões relacionadas à pesquisa e às iniciativas de preservação e sobre o que falta ser feito sobre as línguas indígenas”, argumenta Angela Chagas

Línguas indígenas - A Unesco reconheceu 2019 como o ano internacional das línguas indígenas. Para a professora, esse reconhecimento atenta para a necessidade de preservação dessas línguas. No Brasil, estima-se que já tenham sido perdidas cerca de 75% das línguas nativas desde a conquista. Ainda hoje, depois de mais de cinco séculos da chegada dos europeus, as línguas indígenas brasileiras encontram-se em perigo de desaparecimento. Isso porque, das prováveis 180 línguas existentes, 110 têm menos de 500 falantes, além do baixo nível de transmissão de muitas delas às novas gerações. A Unesco considera que uma língua deve ter pelo menos 100.000 falantes para ser considerada fora de risco.

“A salvaguarda dessas línguas é importante porque sua perda resulta em graves prejuízos ao patrimônio intelectual não só dos povos que as falavam bem como de toda a humanidade, uma vez que, com o desaparecimento de uma língua, morre também todo o conhecimento que foi nela produzido, como suas expressões artísticas e suas perspectivas cosmológicas – sem falar especificamente em construções gramaticais exclusivas de determinada língua – muitas vezes impossíveis de serem pensadas da mesma forma por falantes de línguas distintas”, lembra Angela Chagas.

Serviço:

II SIPLI-Norte e II Seminário do GELCIA

Data: de 18 a 23 de novembro
Local: UFPA (Campus de Belém)
Inscrições e mais informações: site do evento

Texto: Rafael Miyake – Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Divulgação

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