Faculdade de Arquitetura e Urbanismo recebe programação especial em alusão ao Dia da Consciência Negra
O Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da UFPA (CAAU) realizará a 1º Semana da Consciência Negra na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA (FAU/UFPA) nos dias 20, 21 e 22 de novembro, a partir das 15h. O evento pretende comemorar o mês da Consciência Negra e será realizado no hall do Atelier de Arquitetura. As rodas de conversa terão certificados, com inscrições na hora. O acesso é livre e gratuito.
Em um debate interdisciplinar, a iniciativa busca aproximar a questão negra com a Arquitetura e o Urbanismo. O evento terá uma exposição cultural com artistas negros, exibição de filmes e rodas de conversa que debaterão o negro no mercado de trabalho, a atuação de arquitetas negras e os impasses e desafios da questão negra nas cidades.
A atividade é uma parceria de estudantes da Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/UFPA) e do Centro Acadêmico da Faculdade (CAAU/UFPA). “Reunimos nossas inquietações para realizar a Primeira Semana da Consciência Negra da FAU e esperamos buscar alcance, articulando pessoas e iniciativas em rede para a discussão urgente e necessária”, comenta Thales Miranda, arquiteto e urbanista formado e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFPA
Estatísticas recentes em debate – Conforme foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recentemente, pela primeira vez os dados do informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil apontam que os negros (negros e pardos) são maioria no ensino superior público.
“Sem dúvidas, o avanço nos indicadores é relevante, mas, acima de tudo, continua sendo um desafio pelo caráter da desigualdade racial ser histórica e estrutural, destacando a importância das políticas públicas direcionadas e da mobilização social. Como estudante negra de Arquitetura e Urbanismo da UFPA, vejo a necessidade do debate das relações étnico-raciais na academia e da perspectiva do negro na história das cidades ainda lacunar na nossa formação”, ressalta Ana Clara Fonseca, estudante de Arquitetura e Urbanismo do oitavo semestre e diretora geral do Centro Acadêmico (CAAU/UFPA).
Thales Miranda lembra, ainda, que os dados do IBGE também são importantes ferramentas para o planejamento urbano e para a proposição de políticas urbanas, mas raramente são utilizados para propor políticas públicas adequadas para pessoas negras. "Muitas vezes, não há interesse e as questões de cunho social são inviabilizadas perante o caráter técnico de planos urbanísticos ou plano diretores municipais, o que reafirma a segregação social e racial histórica em nossas cidades", afirma.
Texto e arte: Divulgação
Redes Sociais