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Simpósio de Pesquisa debate a importância da valorização das línguas e da cultura indígena

  • Publicado: Segunda, 25 de Novembro de 2019, 17h22

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Durante a semana de 18 a 23 de novembro, a Universidade Federal do Pará foi sede de debate e compartilhamento de pesquisas na área de línguas indígenas, com a realização do II Simpósio de Pesquisa em Línguas Indígenas – Região Norte (II SIPLI-Norte) e do II Seminário do Grupo de Estudos sobre Línguas e Culturas Indígenas da Amazônia (Gelcia). A programação incluiu conferências, mesas-redondas, minicursos, simpósios temáticos, comunicações individuais das áreas de linguística e literatura, além de lançamentos de livros e exposições de livros e fotografias.

O evento teve realização do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), da Pró-Reitoria de Relações Internacionais (Prointer), do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) e do Programa de Educação Tutorial em Letas (PET-Letras).

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Com o tema “Ano Internacional das Línguas Indígenas. Descrição, Documentação, Educação Escolar e Políticas Linguísticas. ”, a mesa de abertura do evento contou com a participação do reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; das pró-reitoras Maria Iracilda Sampaio (Propesp); e Marília de Nazaré Ferreira (Prointer); e dos professores Walkyria Magno e Silva, diretora do Instituto de Letras e Comunicação (ILC); Fátima do Nascimento, coordenadora do PPGL; Eduardo Alves Vasconcelos, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGLET/Unifap; Sidney da Silva Facundes, coordenador geral do evento; e Valdimiro Apurinã, representante da comunidade Apurinã.

“Gostaria de parabenizar o professor Sidney Facundes e toda a equipe responsável pela organização deste evento e falar da importância de ele estar ocorrendo na nossa universidade. Promover a valorização das línguas e das culturas indígenas e trabalhar para que sejam preservadas e respeitadas são também compromissos da UFPA, a maior universidade do norte do país”, ressaltou Emmanuel Zagury Tourinho, durante a abertura do evento.

18.11.2019 II SIPLI NORTE FOTO ALEXANDRE DE MORAES SITE 2De acordo com Sidney Facundes, o Gelcia surgiu em função da necessidade de as pessoas colaborarem com a ampliação e organização dos grupos de estudo sobre línguas indígenas. “Inicialmente seria algo pequeno, mas hoje temos um evento de uma semana de atividade, em conjunto com nossos colegas da Unifap e com vários convidados, o que fez o evento crescer. E a partir do simpósio, o objetivo é que a UFPA passe a assumir a sua responsabilidade com as comunidades indígenas cada vez mais.”, explica o professor.

Línguas Indígenas - Existem hoje entre seis mil e sete mil línguas no mundo. A grande maioria dessas línguas, faladas principalmente por povos indígenas, continuará desaparecendo em um ritmo alarmante. Sem uma medida apropriada para resolver esse problema, a perda não só dos idiomas mas também de sua história, cultura e tradição, reduzirá consideravelmente a rica diversidade linguística ainda existente.

Para dimensionar o problema, basta fazer as contas: são noventa países em que há comunidades indígenas, cinco mil culturas indígenas distintas e duas mil seiscentos e oitenta línguas correndo o risco de serem extintas. Esse desaparecimento é como perder um tesouro cultural.

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No Brasil, estima-se que já tenham sido perdidas cerca de 75% das línguas nativas desde a chegada dos portugueses. A Unesco, que reconheceu 2019 como o ano internacional das línguas indígenas, considera que uma língua deve ter pelo menos 100.000 falantes para ser considerada fora de risco.

Para a professora Marília Ferreira, em um ano de mudanças drásticas, de cortes e ameaças, realizar o II Gelcia e o II Sipli é um ato de ousadia, mas também de esperança. “Ao declarar o ano de 2019 como o ano das línguas indígenas, a Unesco desejava contribuir para aumentar a conscientização sobre a necessidade urgente de preservar, revitalizar e promover essas línguas em todo o mundo, o que é positivo”, comemora a professora.

18.11.2019 II SIPLI NORTE FOTO ALEXANDRE DE MORAES SITE 11Compromisso da UFPA - A Universidade Federal do Pará é atualmente uma instituição compromissada com os povos originários e visa cada vez mais ampliar as políticas de inclusão para os povos indígenas. O Processo Seletivo Especial (PSE) para indígenas contribui para esse propósito.

“Desde a criação do PSE Indígenas, a UFPA tem formado pesquisadores e docentes que fazem a diferença para as comunidades indígenas. Eventos como este reforçam a importância desse programa. Mas não basta ter alunos indígenas, nós precisamos promover na UFPA a valorização da diversidade, o interesse por diferentes culturas e o respeito a todos os povos. Também precisamos que novas políticas sejam implementadas para a permanência desses alunos”, complementa o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho.

Texto: Nayana Batista – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes

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