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Calouros da UFPA contam suas histórias de dedicação e superação para entrar na Universidade

  • Publicado: Terça, 03 de Março de 2020, 19h03

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Esta é uma semana especial para a Universidade Federal do Pará. Durante quatro dias, a UFPA realiza uma programação exclusiva para receber seus novos “filhinhos”, aqueles que foram aprovados no Processo Seletivo 2020 (PS 2020). E, entre tantas histórias e sonhos que se iniciam com a entrada no ensino superior, resolvemos contar um pouco sobre o caminho percorrido até aqui por alguns desses calouros 2020.

Imagina passar no vestibular aos 60 anos e, melhor ainda, no curso dos sonhos! Uma foto divulgada no dia do listão da UFPA viralizou nas redes sociais e foi compartilhada inúmeras vezes Brasil afora. Era o senhor Alcyr Ataíde Carneiro, carpinteiro de 60 anos, tendo a cabeça raspada, como manda a Marcha do Vestibular, pela mãe de 90 anos. Os dois comemoravam a aprovação dele no curso de Enfermagem.

Alcyr Enfermagem“Eu parei para pensar que precisava de uma mudança social, refleti e, na minha concepção, eu tinha dois caminhos: ou eu ganhava na Mega Sena ou a Educação iria me salvar. Como eu prefiro depender de mim mesmo, optei pela Educação acreditando que eu iria para frente em todos os sentidos. E deu certo ”, conta o calouro.

Sendo assim, ele decidiu se inscrever em um cursinho pré-vestibular e voltar a estudar.  “Eu consegui terminar o ensino médio em 1979 e, depois disso, eu só trabalhei, a minha vida foi muito corrida e eu não consegui entrar na universidade, mesmo sendo um sonho para mim. Mas o tempo não é desculpa para ninguém, nunca é tarde e agora eu consegui”, comemora.

A escolha pelo curso de Enfermagem veio de forma curiosa. Primeiro, Alcyr, que já passou por cinco cirurgias, passou a admirar o trabalho dos enfermeiros e das enfermeiras que cuidaram dele enquanto estava no hospital. Por este motivo, surgiu a vontade de ser um profissional da saúde. Ao mesmo tempo, também viu, em um presente recebido do sobrinho médico, um sinal e uma inspiração para que tivesse forças para seguir no seu sonho.

“Certo dia, ele me doou um jaleco e disse que era bom eu usar quando estivesse capinando no sol, para não me queimar. Mas eu achei que ele poderia ter outra finalidade, então eu coloquei ele no meu quarto, num cabide, e disse: ‘esse jaleco vai servir de inspiração pra mim. Quando eu estiver estudando de madrugada e o cansaço quiser me dominar, esse jaleco vai dizer para eu não desistir e que um dia eu irei vestir ele como enfermeiro’. E funcionava, eu sempre olhava para ele e o sono passava“, relata emocionado.

Rebeka estatísticaUFPA vovó – Outra nova aluna da UFPA que também fez sucesso na internet foi a Mirian Rebeka, caloura do curso de Estatística. Assim como seu Alcyr, o caminho percorrido por Mirian, quando estava se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), também foi de muita dedicação. A rotina de estudos era cansativa, muitas vezes ia desde a manhã até a noite, e seguia junto com os cuidados necessários para uma gravidez. A estudante deu à luz poucos dias antes de o resultado do PS 2020 ser divulgado.

Um dos ensinamentos que Mirian teve durante sua trajetória até a aprovação foi que deveria acreditar mais em si mesma, e é isso que ela busca deixar de exemplo para as pessoas que ainda buscam um resultado positivo. “Eu quero dizer para não desistirem dos seus sonhos. Mesmo que tenha algo que as pessoas digam que vai atrapalhar, não vai, porque sempre que corremos atrás do que queremos, a gente consegue”, ressalta Mirian.

A escolha pelo curso de Estatística veio do amor pela Matemática e da inspiração em professores com quem a aluna estudou. Agora Mirian pretende aproveitar todo o conhecimento e as oportunidades que a Graduação em Estatística pode lhe oferecer. “Eu vejo como um ótimo curso para trabalhar em vários ramos. No ramo da saúde, da computação etc. E eu sei que o mercado de trabalho é bom. Então eu tenho ótimas expectativas”, garante.

O desejo da estudante é que, por meio do curso, possa proporcionar um futuro melhor para a família e para a filha. “Eu nunca fui uma pessoa privilegiada. Nasci na periferia e tive que lutar para conseguir as coisas na vida. Mas eu tive oportunidades e todas elas eu aproveitei. Eu pretendo ajudar os meus pais, que sempre me motivaram, e também dar um futuro bom para a minha filha. Agora eu tenho mais coisas para lutar”, assegura.

Texto: Nayana Batista e Maiza Santos – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes e arquivo pessoal

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