Associação dos Povos Indígenas Estudantes promove acolhimento de calouros indígenas aprovados no PSE 2020

Associação dos Povos Indígenas Estudantes na Universidade Federal do Pará (APYEUFPA) promoveu, nos dias 13 e 14 de março, a Semana do Calouro dos Povos Indígenas. Na ocasião, foram celebrados os 10 anos da presença dos povos indígenas na UFPA, além da apresentação da diretoria e da trajetória da Apyeufpa, e realização de atividades de descontração, como gincanas, danças e pinturas corporais. Por volta de 60 calouros acompanharam a programação e conheceram mais sobre o trabalho da Apyeufpa dentro da Universidade.

Na abertura do evento, estiveram presentes o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, o vice-reitor, Gilmar Pereira da Silva, a pró-reitora de Relações Internacionais (Prointer), Marília Ferreira, além de representantes da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social (ADIS), da Superintendência de Assistência Estudantil (Saest), da Associação dos Discentes Quilombolas da UFPA (ADQUFPA), da Associação dos Estudantes Estrangeiros (AEE) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Os novos estudantes da UFPA que participaram da programação são de diversas etnias, entre elas: Karipuna, Juruna, Tembé, Xipaya, Guajajara, Baré, Arapium, Tukano, Arapasso, Piratapuia, Curuaia, Palikur e Kayapó. As atividades se concentraram na Sala da Apyeufpa, localizada no Pavilhão da Inclusão (Bloco D), e na Maloca dos Povos Indígenas. Esta é a terceira vez que ocorre esse tipo de acolhimento para os calouros aprovados no Processo Seletivo Especial (PSE) para indígenas e quilombolas.

Acolhimento - Maira Cardoso é caloura de Biomedicina e faz parte do povo Arapium, na cidade de Santarém, no Baixo Amazonas. Ela conta que foi uma das primeiras a chegar no local da programação no primeiro dia e aprovou a iniciativa da Associação em recepcionar os estudantes. “A gente já entra e se sente bem acolhido. Vimos que, antigamente, os indígenas não sabiam nem para onde ir, pois não tinham orientações. Agora, há uma rede de informações para nos ajudar aqui dentro. Nos sentimos muito à vontade com o acolhimento dado para a gente”, expõe a discente.

Calouro em Licenciatura em Música, José Curuaia faz parte do Povo Curuaia de Altamira. Ele afirma que entrou no curso com a expectativa de contribuir com as comunidades tradicionais em questões referentes às músicas, aos ritmos, às cifras e às coreografias. Sobre a programação da Semana do Calouro dos Povos Indígenas, o estudante afirma que a interação entre as pessoas de etnias diferentes é muito positiva e fortalece ainda mais as lutas indígenas na Universidade.

Integração - Hoje em dia, na Universidade Federal do Pará, existem alunos oriundos de mais de 40 povos tradicionais indígenas. De acordo com Virgínia Arapasso, presidente da Associação dos Povos Indígenas Estudantes na UFPA, é de suma importância realizar essa integração entre os povos, pois a iniciativa fortalece os laços e atende ao interesse coletivo. “É importante recebermos os que estão chegando, porque este é um local em que nos encontraremos com frequência para falar sobre auxílios, sobre os projetos, para mostrar as monitorias de acompanhamento que temos, entre outras coisas”, explica.

Dez anos da presença indígena na UFPA - Na ocasião, foram celebrados também os 10 anos da presença dos povos tradicionais na UFPA. Durante a programação, a história de luta e conquistas dos povos indígenas foi explicada pelos integrantes da Apyeufpa, para que os calouros tomassem conhecimento do caminho percorrido até a implantação das políticas afirmativas para indígenas e quilombolas existentes atualmente na Universidade.

Texto: Adams Mercês - Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Antônio Marinho