Professora da UFPA ressalta importância histórica e cultural do Ver-o-Peso em seus 393 anos

O Ver-o-Peso, um dos principais pontos turísticos da Região Metropolitana de Belém, completa seus 393 anos nesta sexta feira (27). Local de história, cultura e pura energia, o mercado a céu aberto hoje também é considerado uma das sete maravilhas do Brasil.

Inaugurado em 1627, o Ver-o-Peso é um dos mercados públicos mais antigos do país e é considerado a maior feira ao ar livre da América Latina. É ele que abastece a cidade com variados tipos de gêneros alimentícios e ervas medicinais, vindos das ilhas circunvizinhas da capital e dos municípios do interior, sendo de fundamental importância econômica para diversos produtores e fornecedores do estado.

“O objetivo do mercado era ser uma casa de  'Haver-o-Peso' para controlar o que entrava e saía da região. Com o passar dos anos, a feira foi se formando e, no começo do século XIX, se criaram os dois mercados, os quais, hoje, nós conhecemos por Mercado de Peixe e o Mercado de Carne”, esclarece a professora da UFPA Goretti Tavares.

E com o passar do tempo, o complexo deixou de ser importante apenas na esfera comercial para se tornar um símbolo histórico e cultural para todos aqueles que moram ou vistam Belém. A imagem dos Mercados de Carne ou de Ferro é conhecida mundialmente pela arquitetura singular em ferro,  trazida pelos ingleses. O complexo passou a ter quatro elementos tombados pelo Instituto do Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde 1977, o qual, em dias normais,  chega a receber uma estimativa de 20.000 pessoas.

Preservação e valorização - Responsável pelo Projeto de extensão "Roteiros Geo-Turísticos", da Universidade Federal do Pará (UFPA), que comumente promove tour pelo espaço, a professora Goretti Tavares lembra que a valorização e o reconhecimento do espaço são os melhores presentes que o Ver-o-Peso poderia receber. É importante que todos conheçam a história do Mercado, bem como sua arquitetura marcante, que remete à origem da cidade de Belém, onde convivem traços do período colonial com toda a variedade da transição do século XIX ao XX.

"Os estudos sobre o centro histórico são considerados muito importantes, não só porque demonstram a evolução da cidade, mas também pelas histórias que eles guardam. Você só ama o que você conhece. Você só guarda aquilo que você ama. Então, tudo isso é muito importante, porque a preservação depende do conhecimento de todos", reforça Goretti Tavares.

Texto: Gilberto Moura - Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre de Moraes