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Campanha em prol da voz alerta para o câncer de laringe

  • Publicado: Segunda, 17 de Abril de 2017, 19h24

 

Neste domingo, 16, aconteceu o 15º Dia Mundial da Voz e a 19ª Campanha Nacional da Voz, que trouxe como tema "Dê voz ao que é bom". Em comemoração à data, o Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou mutirão de laringoscopia, no último dia 12, quando atendeu 100 pacientes. Eles se submeteram à videolaringoscopia, exame também usado para o diagnóstico do câncer de laringe.

O alerta sobre o câncer foi um dos intuitos da Campanha, uma vez que dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam, até 2014, que o público predominante do câncer na laringe no Pará eram homens com um percentual de 80 casos (1,92%) dos quais 30 deles (4,15 %) na capital. Já para as mulheres foram 10 casos no Estado, sendo todos em Belém (0,62%). No Brasil eram 7.640, sendo 6.870 (7,03%) em homens e 770 (0,75%) em mulheres.

Uma das beneficiadas no mutirão foi a dona de casa Maria Célia Alves da Costa, 54 anos, que mora no bairro da Cabanagem. Ela contou que procurou pelo exame porque sentia dores na garganta e ficou satisfeita com o laudo recebido logo depois da videolaringoscopia. "Estava todo esse mês passando ruim e com dores na garganta. Marcaram meu exame pra cá e com menos de um mês consegui fazer por conta do mutirão, pois me disseram que normalmente teria que esperar pelo menos quatro meses. Fiquei feliz porque não deu nada sério, já estou com resultado em mãos para levar para minha médica", contou Maria da Costa.

Segundo Gisele Koury, que atua como médica preceptora da Residência Médica de Otorrinolaringologia nos Ambulatórios de Laringe e Voz e de Foniatria no Hospital Bettina, o principal intuito da campanha foi alertar que problemas de voz podem levar a questões mais graves de saúde, como o câncer, e que o diagnóstico da doença ainda é feito de forma tardia. "Em mais de 50% desses pacientes que têm câncer de laringe a primeira manifestação é a rouquidão que não melhora, e não procuram logo atendimento. Quando os casos estão no início, as chances de cura são mais de 90%", afirmou a médica.

Ainda, segundo Gisele Koury, o principal fator de risco da doença é o tabagismo, alcoolismo, algumas infecções como papiloma vírus e o refluxo, que são ácidos do estômago que podem queimar o esôfago e a laringe. Alguns sintomas são rouquidão, pigarro constante, voz fraca, dificuldade para engolir ou respirar, falhas ou cansaço ao falar e outros. Diante de qualquer um deles, a orientação é procurar por um otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo.

Koury explicou que outro alvo incorporado na campanha, realizada pela Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) com apoio da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl- CCF), foram os cuidados com a voz devido esta fazer parte do universo de 70% das pessoas consideradas profissionais da voz, como professores, ambulantes, leiloeiros, cantores, atores, vendedores, advogados, telefonistas, advogados, jornalistas e outros.

"É muito importante manter a voz preservada para que as pessoas possam exercer sua profissão e há modos de cuidar: se hidratar bem, não falar muito alto, não gritar, evitar alimentos que causem azia ou má digestão, evitar ambientes com poeira, mofo ou cheiros fortes, evitar fatores fumo e álcool, ter saúde em geral boa", aconselhou a médica.

A voz é a principal ferramenta de trabalho do cantor Antônio Fernando Cohen, 77 anos, que mora na ilha do Outeiro e chegou cedo para o exame no Bettina. "Esperei uns três meses para conseguir o exame e resolvi fazer porque sinto rouquidão, já que canto entre três ou quatro horas por noite noite, aí vou forçando minha voz e minha garganta e isso vai me prejudicando cada vez mais. Procurei médico para ver qual a origem do meu problema, e graças a Deus não deu nada, a médica disse que pode ser pela minha idade. O exame foi ótimo e o resultado saiu logo. Agora, vou passar a ter mais cuidados com minha voz e continuar cantando", disse o músico.

Exame –  O Bettina atende 100% via Sistema Único de Saúde (SUS), é referência em Otorrinolaringologia, Oftalmologia e Crescimento e Desenvolvimento Infantil e um dos poucos hospitais públicos no Pará que, hoje, disponibiliza o exame de videolaringoscopia. Atende pacientes do próprio hospital e os que são encaminhados pela rede do SUS para se submeterem ao procedimento. Além da videolaringoscopia, o hospital confirma o diagnóstico com a realização da biópsia da lesão. Caso confirmado o diagnóstico de tumor, o HUBFS encaminha o paciente para o Hospital Ofir Loyola, que é o único hospital público que serve de referência no Pará para tratamento de tumor maligno.

Texto e fotos: Cleide Magalhães – Ascom do Complexo Hospitalar da UFPA.

 

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