Curta-metragem dirigido por aluno da UFPA vence Festival Internacional de Cinema Fantástico
A décima edição do Cinefantasy - Festival Internacional de Cinema Fantástico, em função da pandemia, teve sua primeira realização completamente on-line, entre 6 e 20 de setembro, e premiou o filme “O Filho do Homem”, dirigido por Fillipe Rodrigues, estudante do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Pará (UFPA), como o melhor curta-metragem da categoria estudante. Além de receber um troféu, o diretor também foi premiado com a bolsa para um curso na Academia Internacional de Cinema. O festival contou com filmes de 30 países.
A obra foi produzida como Trabalho de Conclusão de Curso dos discentes do Bacharelado em Cinema e Audiovisual Fillipe Rodrigues, na função de diretor, orientado pelo professor Rodrigo Antonio; e Beatriz Oliveira, na função de diretora de Arte, orientada pela professora Ana Lobato. A produção contou também com uma equipe formada por discentes e egressos do curso.
No enredo, um homem e um velho vivem juntos em uma antiga casa, ambos são partes opostas que se sucedem enquanto o fogo renova continuamente a natureza. Filmado em outubro de 2019, a obra foi produzida pela Inovador Talvez Filmes e Casa Coletivo, de maneira independente dentro do contexto acadêmico, com apoio da Faculdade de Artes Visuais e do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA, além de outros parceiros.
O curta-metragem, em sua trajetória até o momento, foi exibido em quatro festivais, sendo o 10º Cine Fantasy o de maior destaque por ser o maior festival de cinema fantástico do Brasil. Fillipe Rodrigues é formado em Cinema e Audiovisual pela UFPA. Escreveu, dirigiu e editou três curtas-metragens e codirigiu um longa. Atualmente, trabalha em seu primeiro roteiro de longa-metragem.
Reconhecimento - O diretor afirma que ganhar o prêmio foi muito importante, porque trouxe visibilidade para o cinema independente e universitário e também para a Universidade e a região, como lugar de produção. “Isso incentiva quem sonha em trabalhar na área e quem ainda vai se formar”, destaca. O filme foi produzido em um ano e levou uma semana para ser filmado e três meses para ser editado. “E de um projeto que nasceu pequeno, o retorno foi enorme, tanto pelo processo criativo quanto pelo alcance que ganhou”, resume Filipe Rodrigues.
Diferencial - O professor do curso de Cinema e Audiovisual na Faculdade de Artes Visuais da UFPA, Alex Damasceno, destaca que, por ser produzido nesse contexto de formação universitária, todo o processo de desenvolvimento do filme – o conceito, o roteiro, as filmagens e a edição – foi orientado por professores do curso, além de ter sido produzido dentro dos espaços do curso, utilizando os equipamentos de gravação e as ilhas de edição disponíveis na Universidade.
“O que diferencia a produção de um curta-metragem no contexto universitário, em especial no caso de uma obra de TCC, é que todo o processo de criação é necessariamente atravessado por reflexões teóricas e artísticas que guiam a estética da obra. No caso de 'O Filho do Homem', isso se manifesta nas opções bastante singulares de ter uma narrativa mínima (dois personagens, que não falam), de produzir uma significação simbólica, com várias metáforas visuais, de trabalhar uma oposição elementar entre os dois personagens e entre espaços da casa e da floresta. Todos essas opções se articulam numa experiência pouco convencional, que coloca o espectador numa atmosfera sensorial e fantasiosa”, afirma Damasceno.
Para ele, “a premiação é um reconhecimento muito merecido do filme e é um reflexo da qualidade da produção do curso de Cinema e Audiovisual, a partir do trabalho conjunto de discentes, técnicos e docentes”. Neste ano, além de "O Filho do Homem", outras obras resultantes de processos de TCCs da UFPA estão circulando em festivais audiovisuais de todo Brasil. “O importante, para além do prêmio, é que a produção audiovisual da Amazônia está cada vez mais ganhando visibilidade e é cada vez mais plural”, ressalta o professor.
Sobre o festival e a produtora - O Cinefantasy foi criado com o objetivo de incentivar, debater e divulgar o cinema fantástico e seu universo. Aborda um gênero com potencial criativo que permite viagens por territórios desconhecidos e inéditos, exercícios de imaginação, mas também apresenta pautas atuais e necessárias, permeadas por críticas sociais. Já o coletivo Inovador Talvez Filmes foi criado no ano de 2014, com o intuito de criar produções que mostrem um novo olhar de uma geração que acredita ser possível transformar a realidade.
Para saber mais, acesse os links:
“O Filho do Homem” no site da Cinefantasy
Divulgação do prêmio no Facebook da Cinefantasy
Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Divulgação
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