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10ª Videoconferência da Rede Amazônia analisa os desafios fundiários e socioambientais para 2021

  • Publicado: Quinta, 03 de Dezembro de 2020, 17h49

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Nesta sexta-feira, 4 de dezembro, às 16h, será realizada a 10ª videoconferência do Programa Morar, Conviver e Preservar a Amazônia. A programação ocorrerá pela plataforma Google Meet e contará com a participação dos pesquisadores integrantes do programa. O objetivo do encontro é avaliar o primeiro ano de implementação do Programa Morar, Conviver e Preservar a Amazônia (Rede Amazônia).

O encontro servirá ainda para aprofundar a estruturação dos grupos de trabalhos nos nove estados da Amazônia Legal e refletir sobre os desafios para implementar a rede de ensino, pesquisa e extensão que trabalhará com a inovação, capacitação e assistência técnica em regularização fundiária urbana e a prevenção de conflitos socioambientais, habitacionais e sanitários em 52 municípios da região amazônica em 2021.  

No próximo dia 10 de dezembro, completará um ano da parceria assinada entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para a criação do projeto. “Estamos consolidando um relatório detalhado de um ano de trabalho desenvolvido pelas nove equipes integrantes do programa para ser encaminhado para o MDR e solicitar um aditivo para a continuidade da parceria durante 2021”, antecipa Myrian Cardoso, coordenadora do programa.

Myrian Cardoso fala sobre a Rede Amazonica em 2019 Um ano de Rede Amazônia - O planejamento do projeto foi construído para ser encaminhado de forma presencial por nove núcleos estaduais de agentes multiplicadores, formados por docentes e por discentes de cerca de 20 universidades e técnicos de órgãos públicos, nos estados da Amazônia Legal.  Para servir de projeto piloto de assistência técnica em regularização fundiária e prevenção de conflitos socioambientais, foram selecionados pelo MDR e pela CRF-UFPA, nos nove estados da Amazônia Legal, 52 municípios, 78 glebas, 152.852 domicílios envolvendo mais de 530 mil famílias, que estão localizadas em mais de 13 mil hectares na região amazônica.

“Selecionamos 17 áreas para cadastrar 17 mil imóveis, elaborar 17 plantas de parcelamento do solo aprovadas e protocoladas em cartórios para registro, além de consolidar um laboratório de inovação tecnológica em regularização fundiária e prevenção de conflitos”, recorda Myrian Cardoso.

No entanto, pondera a coordenadora, com a crise sanitária instalada em março passado, o planejamento foi reformulado e a Rede Amazônia foi construída, por meio de um extenso trabalho planejado virtualmente, com a significativa participação dos reitores e dos pesquisadores das universidades, nas quais já estão instalados os nove grupos de multiplicadores para trabalhar a regularização fundiária e a prevenção de conflitos socioambientais. 

Neste período, avançou-se no intercâmbio de conhecimento com os gestores de várias instâncias públicas e com os secretários dos governos estaduais e na ampliação das adesões de instituições públicas ao programa.

Imagens de palafitas no Riacho Doce em Belém no ParáDesafios - O Brasil possui 5. 570 municípios e a Região Norte ocupa aproximadamente 4 mil km², com uma população estimada em 17,92 milhões de habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), em 2017, correspondente a cerca de 8% da população brasileira. Dos 450 municípios existentes na Região Norte, a Subsecretaria de Regularização Fundiária na Amazônia Legal (Serfal) já repassou o domínio das terras para 127 cidades, facilitando o desenvolvimento urbano e o acesso aos recursos para combater as desigualdades e a falta de infraestrutura. “Na Região Norte, existem apenas 18,9% dos domicílios conectados à rede geral de esgoto. O uso da fossa não ligada à rede atinge 68,1% das moradias, e 33% das residências são abastecidas por água de poço”, assinala Myrian.

Novos cenários – Segundo o pesquisador e vice-coordenador da Rede Amazônia, Renato da Neves, o final do processo eleitoral de 2020 pode indicar também a abertura de novas janelas de diálogo para levar a regularização e a prevenção de conflitos socioambientais às prefeituras da Rede Amazônia, uma vez que os prefeitos tomam posse em janeiro e terão quatro anos de gestão. 

“Inicialmente, trabalharemos em 17 cidades, com projetos pilotos para cadastrar 17 mil imóveis e elaborar 17 plantas de parcelamento do solo aprovadas e protocoladas em cartórios. Depois, avaliaremos os novos passos para as outras comunidades beneficiadas nos territórios da Amazônia Legal”, sinaliza o pesquisador.

Para Marlene Alvino, presidente da CRF-UFPA, outro fato positivo da 10ª Videoconferência do Programa Morar, Conviver e Preservar a Amazônia é a constatação do início dos trabalhos da regularização e da superação dos conflitos socioambientais no começo da gestão municipal das 17 prefeituras amazônicas. 

“Apresentar o programa para os prefeitos, os vereadores e estabelecer diálogos com os servidores públicos, os técnicos municipais e os cartorários, além de promover a interação com as famílias beneficiadas, agregam valores que estimulam a realização de um processo participativo local para fortalecer a regularização e superar os conflitos socioambientais durante os próximos quatro anos. Essa prática participativa torna a comunidade corresponsável pela construção de uma cidade mais inclusiva e sustentável, além de edificar a conquista do direito à moradia regularizada de forma urbanística, ambiental, administrativa e juridicamente no ordenamento territorial municipal”, comenta a presidente.

Luly Fischer do ICJ UFPA detalha legislaçãoOutro ponto a ser debatido na videoconferência são os dados relevantes expressos no Decreto Nº 1.191, publicado recentemente no Diário Oficial do Estado do Pará (DOE-PA). O documento estabelece critérios técnicos e procedimentos que podem servir de estímulo ao desenvolvimento de novas legislações favorecendo a regularização fundiária e a superação dos conflitos socioambientais na Amazônia Legal. 

“Esta lei é importante para a regularização fundiária no Pará e regulamentou disposições que trabalham com terras devolutas, que representam aproximadamente 30% do território estadual”, avalia a professora Luly Fischer, do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA e integrante da Rede Amazônia.

Texto e fotos: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA

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