Professora da UFPA aborda a trajetória política das mulheres paraenses em livro que será lançado dia 22
Saias, laços & ligas: Construindo imagens e lutas é o título do livro que será lançado na próxima terça-feira, dia 22 de dezembro, em uma live no Facebook do Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida de Moraes sobre Mulheres e Relações de Gênero – Gepem. A obra é de autoria da cientista política Luzia Miranda Alvares, professora voluntária da Faculdade de Ciências Sociais e coordenadora do Gepem.
A publicação é baseada no texto da dissertação de mestrado da autora, de título homônimo , defendida em 1990 , no curso de Pós-Graduação em Planejamento e Desenvolvimento do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA). O texto revisado de Saias, laços & ligas recupera a trajetória política das mulheres paraenses por meio de um minucioso panorama histórico da representação feminina na política paraense na Primeira e na Segunda República, nos anos 1930.
“A construção de um e vários retratos de mulher na trama da luta política foi realizada através de um trabalho sistemático de consulta aos jornais paraenses no período de 1890-1937, da literatura regional e nacional, acompanhado da valorização de depoimentos da geração de mulheres de 1910-1950, e um ‘escavacar’ no ‘arquivo geral’ da sociedade paraense, que deu vida a saias, laços & ligas, ao reconstruir as imagens e as lutas que descortinam as formas de participação política das mulheres”, informa a autora Luzia Miranda Álvares.
Para o lançamento da obra, foram convidados os membros da banca examinadora da defesa realizada há 30 anos, que irão participar de um debate sobre o livro. Os convidados são Edna Ramos de Castro, orientadora, Rosa Acevedo Marin, coorientadora, Margareth Rago e Geraldo Mártires Coelho, membros externos, e Paulo Maués Correa, professor e escritor que fez a revisão da obra.
“Lançarei o livro que permaneceu com o mesmo título do texto acadêmico e previ uma reunião afetiva com os examinadores daquele ano, agora num encontro virtual. Vamos nos encontrar e lembrar daquele momento tão significativo para mim”, enfatiza a autora.
Sobre a autora - A professora Luzia Miranda Álvares tem 80 anos, dos quais 43 dedicados aos estudos em Ciência Política. Graduada em 1977 como Licenciada em Ciências Sociais, ingressou no corpo docente da UFPA em 1978, no Departamento de Ciências Sociopolíticas do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, do qual se aposentou em 2010 e tornou-se professora voluntária, ministrando aulas e orientando estudantes bolsistas de Iniciação Científica. Cursou o Mestrado em Planejamento do Desenvolvimento – PLADES/NAEA/UFPA, defendendo a dissertação (ora transformada neste livro) em 1990. Obteve o Doutorado em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) em 2004, com a tese Mulheres na Competição Eleitoral: Seleção de Candidaturas e o Padrão de Carreira Política no Brasil.
Na pesquisa acadêmica, a autora dedica-se a dois eixos de estudos: Ciência Política, com temas em estudos eleitorais e partidos políticos; e estudos sobre a cidadania e a sub-representação das mulheres na política, focados na Teoria crítica feminista, temas candentes da situação mundial. Com isso, a professora ampliou o interesse de estudos para além dos muros acadêmicos, no ativismo e na militância política com os movimentos de mulheres.
Em 1994, ao lado de outras mulheres, Luzia liderou a criação do Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida de Moraes sobre Mulheres e Relações de Gênero – Gepem, iniciando a consolidação dos estudos sobre mulheres e gênero na UFPA e inserindo a Instituição em parcerias com outras instituições regionais e nacionais dedicadas ao tema, como a Rede Feminista de Estudos e Pesquisas Norte e Nordeste – Redor e o Observatório de Monitoramento da Lei Maria da Penha – Observe. No último mês de agosto, o Gepem completou 26 anos de plena atividade.
A professora Luzia possui também outros livros organizados e artigos publicados em periódicos e coletâneas, privilegiando os temas discutidos nos Encontros Amazônicos sobre Mulheres e Gêneros e nos relatórios de pesquisas, além de dois vídeos sobre mulheres pescadoras.
Texto: Assessoria IFCH
Arte: Divulgação
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