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Pesquisa de aluno da UFPA aponta a importância da Geometria para pessoas com deficiência visual

  • Publicado: Terça, 22 de Dezembro de 2020, 13h30

Raimundo geometria para pessoas cegas

O discente do curso de Matemática do Campus Capanema Raimundo Ivandilson Uchôa Barbosa, 42 anos,  apresentou, no último dia 10 de dezembro, o Trabalho de Conclusão de Curso sob o tema Inclusão Escolar: o ensino da Geometria para pessoa com deficiência visual no Ensino Médio do município de Capanema. O objetivo foi mostrar a realidade e as dificuldades dos alunos cegos no ensino regular, além de chamar atenção para a falta de capacitação de professores nas escolas. A pesquisa teve orientação da professora Leila Saraiva Mota.

O estudo de Raimundo Ivandilson destaca a Geometria como uma ferramenta para possibilitar a exploração e a construção de algo no dia a dia, daí a importância de que a pessoa cega tenha conhecimento das formas. Recursos especiais usados por deficiente visual na Matemática, como o Multiplano e o Geoplano, além das impressoras 3D, possibilitam a autonomia do aluno no processo de criação.

‘’É essencial e fundamental que o aluno possa se sentir incluído, e a Geometria abre possibilidade para ele ser independente. A inclusão é para além de acesso aos lugares, é, de fato, fazer parte, por isso lutamos pela educação especial. O que dificulta grande parte da inclusão é a falta de capacitação. Não queremos ser só ouvintes, precisamos de recursos e tenho certeza que esse trabalho poderá ajudar, em especial as escolas municipais de todo o país, a adotar e fortalecer a educação especial, assim como a ter recursos especiais também’’, ressalta o discente.    

Inclusão e Universidade - A pedagoga Simone Bittencourt Braga, da Divisão de Assistência Estudantil (Daest) do Campus de Bragança, ajudou o estudante na orientação e organização de material, bem como na mediação dos recursos necessários para a conclusão do curso pelo discente. Segundo ela, a pesquisa de Raimundo Ivandilson se torna ainda mais relevante por estar relacionada com a experiência de vida dele. 

“Para a educação especial, existe a legislação para garantir o direito das pessoas com deficiência no ensino regular. É preciso que a inclusão seja efetivada na formação dos professores, no atendimento especializado, e que a estrutura educacional seja modificada. O ensino superior tem um papel importante nesse aspecto, e a Universidade Federal do Pará avançou muito na política de acessibilidade. Hoje temos uma realidade totalmente diferente da de há 10 anos, por todas as políticas que a Universidade possui, por ter uma coordenação específica para atuar na inclusão de pessoas com deficiência, por ter melhorado em termos de disponibilizar auxílios, como o Kit PcD, que permite aos alunos adquirirem equipamentos que irão possibilitar a sua acessibilidade. A universidade tem o papel de formar profissionais que executem a inclusão nas salas de aula, para desconstruir barreiras que afetam as pessoas com deficiência, e o trabalho do discente Raimundo chama atenção para isso.”, ressalta a pedagoga.

Texto: Tel Guajajara  - Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Arquivo Pessoal

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