Grupo de pesquisa produz série de cartilhas sobre os sabores e patrimônios culturais da Amazônia
A preservação das tradições e da cultura das populações indígenas de Santa Luzia e quilombolas da região de Cachoeira do Piriá, é o principal foco da Série Saberes e Patrimônios Culturais da Amazônia, pelo Grupo de Pesquisas Interculturais Pará-Maranhão (Geipam), da Faculdade de História, do Campus Bragança da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A Imprensa Oficial do Estado do Pará, por meio da Editora Pública Dalcídio Jurandir, fez a entrega, na quarta-feira (27), de três cartilhas da série à professora Vanderlúcia da Silva Ponte. Ela explicou que as publicações dão início a um trabalho educativo voltado a professores dos municípios e das aldeias indígenas atendidas pelo Geipam e pelos pesquisadores da UFPA.
A entrega foi feita pelo presidente da Ioepa, Jorge Panzera, e pelo coordenador da editora, Moisés Alves. O presidente da Ioepa destacou o aspecto de interiorização das ações da Imprensa Oficial, que consolida a filosofia de trabalho da atual gestão do governo do estado.
"A entrega dessas obras nos deixa orgulhosos por reforçar o nosso apoio à produção acadêmica e científica, tornando-as mais acessíveis ao público em geral. Além disso, a divulgação do trabalho e da cultura dos povos tradicionais também faz parte de nossa política pública de atuação, seja da Ioepa, seja do governo do estado”, observou o titular da Imprensa Oficial, Jorge Panzera.
Moisés Alves, da editora da Ioepa, comentou o orgulho em editar a publicação do Geipam. “Sentimo-nos honrados em fazer essa parceria com a Faculdade de História – Campus de Bragança, publicando este trabalho, que tem uma grande importância para a sociedade paraense, resgatando a história dos costumes, saberes e práticas de populações originárias e tradicionais. Quando falamos de indígenas e quilombolas, para nós, da Editora da Ioepa, olhamos com um foco de prioridade esse resgate do patrimônio cultural paraense e da Amazônia”, opinou Moisés Alves.
Foram publicadas 1.000 cartilhas, com os títulos: Karuwar é espírito - os saberes Tenetehar-Tembé , Nessa comunidade que se chama Itamoari - saberes e práticas, e Nossas raízes - ervas medicinais e territorialidade Tembé.
A professora Vanderlúcia da Silva Ponte contou que as cartilhas foram surgindo de demandas, angústias e lugares de falas do conjunto de aldeias do município de Santa Luzia (Sede, Ytuaçu, Piuno’á e Ypuidõ), do quilombo Itamoari e da associação Agitasy.
“Tudo começou com os velhos índios que se sentiram desprezados com a chegada dos remédios, médicos e enfermeiros. Eles sentiam que seu conhecimento ancestral ia se perder. A cartilha Nossas raízes faz esse apanhado de conhecimento de erveiras e pajés sobre esse assunto. As outras duas obras também seguem o mesmo princípio de preservar saberes e tradições”, informou Vanderlúcia.
A professora reforçou a importância da preservação cultural e o impacto na educação que as obras vão causar, já que o material será usado nas escolas públicas e indígenas da região. “Ainda haverá outras cartilhas, sobre outros aspectos da vida, costumes, arte e cultura dos povos tradicionais que o Geipam convive e trabalha”, anunciou Vanderlúcia da Silva Ponte.
Texto e fotos: Agência Pará
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