UFPA recebe posto de vacinação contra a Covid-19 para idosos a partir de 85 anos
A Universidade Federal do Pará (UFPA) é um dos pontos de vacinação contra a Covid-19 para idosos a partir de 85 anos (completos ou a completar até 31 de dezembro de 2021) em Belém. A aplicação das vacinas iniciou nesta quarta-feira, 3 de fevereiro, às 9h. O período de vacinação para esse público, na Universidade, vai até domingo, dia 7, ou enquanto durar o estoque de doses. A vacinação ocorre das 9h às 16h, no térreo do prédio Mirante do Rio e também em sistema drive-thru. A entrada de veículos e de pedestres está autorizada em todos os portões. A coordenação da ação é da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém, com apoio da UFPA. Além da infraestrutura, a UFPA disponibilizou uma equipe de profissionais de Enfermagem de seu Complexo Hospitalar para colaborar na vacinação.
Para receber a vacina, o idoso precisa portar o RG ou um documento oficial com foto, um comprovante de residência em Belém e o Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Em princípio, estão sendo disponibilizadas 200 doses da vacina para cada posto de atendimento à população. O posto da Sesma na UFPA recebeu doses da Coronavac e poderá solicitar doses adicionais, de acordo com a demanda da população. “Como a vacina não pode ficar fora da câmara fria por muito tempo, conforme acabarem as doses, vamos solicitando reposição”, explica Moisés Batista da Silva, professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFPA e assessor da Sesma, que está na organização da vacinação.
As pessoas que chegam a pé ou por transporte público formam a fila no térreo do prédio Mirante do Rio, localizado no setor básico do Campus Guamá, em cadeiras dispostas seguindo o protocolo de distanciamento social. Quem chega de carro entra em uma fila de veículos, permanecendo no carro para ser vacinado. Somente os acompanhantes saem do carro para realizar o cadastro. Esse sistema, denominado drive-thru, atende, principalmente, a idosos com dificuldade de locomoção.
Função social da Universidade - No total, 11 postos de vacinação foram montados pela Prefeitura de Belém para a continuidade desta primeira fase do calendário de vacinação em Belém. O fato de a UFPA ser um deles, segundo o professor Moisés Silva, diz muito sobre a função social da Universidade Pública. “A Universidade tem um papel muito maior do que a gente costuma ver noticiado. Ela é um polo de criação de conhecimento, de formação de profissionais, mas tem também no seu cerne, além de pesquisa e ensino, a extensão, o relacionamento direto com a comunidade. E, a UFPA, hoje, colaborando com o município de Belém no processo de vacinação, cumpre mais uma vez seu papel de excelência”.
O professor Gilmar Pereira da Silva, reitor em exercício, ressaltou a parceria da Universidade com a Sesma para viabilizar mais essa fase da vacinação: “Desde o início da pandemia, a UFPA não tem medido esforços para colaborar com os órgãos de saúde, assim como com a sociedade em geral, no combate à Covid-19. Em mais esta fase importante, a vacinação, nos colocamos à disposição e temos estabelecido um bom diálogo com a Sesma para colaborar com o que for necessário”.
De acordo com o professor Moisés Silva, o calendário de vacinação em Belém está diretamente relacionado à disponibilidade de doses da vacina para o município. “Nós preparamos uma dose vacinal adequada para esse público e, conforme formos vencendo a demanda, vamos baixando a idade, mas isso vai depender diretamente do número de doses disponibilizadas para Belém”. No posto da UFPA, estão sendo aplicadas doses da vacina Coronavac, mas também já está disponível na capital paraense a vacina da Astra-Zeneca.
A expectativa é de que a segunda dose seja aplicada ao mesmo público com um intervalo de 30 dias, sendo que o idoso precisa procurar o mesmo posto de vacinação onde tomou a primeira dose e receber o mesmo tipo de vacina da primeira dose. “É por isso que o controle tem que ser muito estrito, de forma que estamos anotando todas as informações das pessoas, incluindo contato, para poder informar esses pormenores, caso necessário”, indicou o professor Moisés.
Para o professor, a importância desse momento é crucial: “A vacinação é o começo do fim desse processo de pandemia. Então, nós temos que vacinar a população, os profissionais de saúde, os idosos, os acamados, a população que está economicamente ativa, mas isso é um processo longo. A vacinação que estamos fazendo hoje não vai ter um efeito imediato na diminuição do número de casos, especialmente pela baixa quantidade de doses vacinais que estão disponíveis. Mesmo para quem já está vacinado, não significa deixar de seguir com os cuidados individuais e coletivos de proteção, ou seja, é importante manter a utilização de máscaras, o distanciamento, a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel 70%, o respeito à lotação recomendada em espaços como restaurantes e etc, pois ainda não temos uma cobertura vacinal que garanta 100% a proteção da vida humana”, alerta.
Em relação à nova variante do vírus que circula no Brasil proveniente do estado do Amazonas, o especialista diz que ainda estão sendo realizados estudos para encontrar a resposta se as vacinas hoje existentes cobrem ou não a imunização contra a nova cepa. “Nós ainda não podemos afirmar categoricamente se a vacina tem ou não uma função contra a nova variante do cornavírus, mas a possibilidade de garantir essa proteção, mesmo com novas variantes, ainda existe. Por isso, as pessoas devem ser vacinadas”.
Espaço adequado - Para o posto de vacinação na UFPA, a Sesma disponibilizou cerca de 10 colaboradores. A enfermeira Camila Muniz, da Estratégia de Saúde da Família (ESF) da Terra-Firme, que coordena as equipes, elogiou a escolha do local. “Aqui fica bem localizado, próximo ao Guamá, Terra-Firme, Jurunas, dentre outros bairros, e tem um ambiente amplo, arejado, não tem como aglomerar por conta do espaço, o que faz com que os idosos se sintam mais seguros”.
Já a técnica em enfermagem do HUJBB, Zila Camarão, uma das responsáveis pela aplicação das vacinas, disse que “é muito importante estarmos, neste momento, vacinando mais um grupo, no caso os idosos, para irmos ampliando a imunização. É um momento emocionante, já que estamos há mais de um ano nessa rotina de isolamento. Então, é um momento de libertação. Sabemos que a liberdade não vai ser imediata, ainda levará um tempo para a vacinar toda a população, mas só o fato de os idosos poderem se proteger, já nos traz um alívio, pois eles são mais vulneráveis”.
Esperança - A primeira idosa a chegar na UFPA para receber a vacina, às 5h da madrugada, foi Maria Oneide Lira dos Santos, de 85 anos, moradora do Guamá. Ela veio acompanhada da filha Dina Santos e da neta Débora. Mãe de 9 filhos e avó de 23 netos, além de bisnetos, a idosa estava serena e feliz. “Viemos na primeira oportunidade para garantir que ela fosse logo imunizada, para que ela possa receber os familiares e interagir com as pessoas com mais segurança”, disse a neta. “Ela está isolada desde quando começou a pandemia, em maio de 2020, apesar de gostar muito de passear e sentir muito a falta dos netos e filhos. Viemos logo porque ela é muito frágil. Não temos mais nosso pai, só temos ela, então, ela é nossa segurança, nosso porto seguro”, relatou a filha.
No drive-thru, a primeira vacinada foi Maria do Rosário Gomes da Fonseca, de 94 anos. “Desde que começou a pandemia, eu vivo em casa, só saio para ir ao médico”, disse a idosa que tem 9 filhos, 18 netos, 21 bisnetos e 3 tataranetos. Sua neta, que é servidora da UFPA, a acompanhou e afirmou estar muito feliz em ver a avó se vacinar. “Significa um recomeço de vida, de contato com ela. A família toda está sofrendo muito com a distância, pois só a temos visto de longe, e, agora, não vemos a hora de poder voltar a conviver com ela, mantendo os cuidados”, revelou Dielly Fonseca.
O idoso Francisco Américo Filho, de 86 anos, também se vacinou. “Ainda quero viver pelo menos mais dez anos. Estava pedindo a Deus para poder ser vacinado, porque eu já estava há 11 meses vivendo dentro de um quarto, sozinho, sem ter nem com quem conversar”. Morador do bairro do Guamá há 59 anos, o idoso é pai de 9 filhos, 17 netos e um bisneto. Ele foi acompanhado pela filha, que declarou estar muito emocionada e resumiu sua emoção com uma única frase: “Viva a ciência!”.
Serviço:
Vacinação na UFPA para idosos com 85 anos ou mais
Data (primeira dose): de 3 a 7 de fevereiro de 2021 (ou até durarem as doses)
Horário: das 9h às 16h
Local: térreo do prédio Mirante do Rio, setor Básico, Campus UFPA – Guamá.
Documentos necessários: RG ou outro documento oficial com foto, comprovante de residência em Belém e Cartão do SUS.
Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes e Jéssica Souza
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