Segunda matéria da Campanha Fevereiro Roxo esclarece sobre os mitos relacionados à Síndrome da Fibromialgia
Em continuidade à série de matérias que alertam sobre as doenças abordadas pela Campanha “Fevereiro Roxo”, hoje iremos tratar sobre a Síndrome da Fibromialgia (FM). Essa doença reumatológica acomete cerca de 3% da população brasileira, em sua maioria mulheres. Assim como o Alzheimer e o Lúpus, doenças também abordadas pela campanha, a fibromialgia ainda não tem cura, mas o tratamento adequado ameniza seus impactos no corpo humano.
A Fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica incurável que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. A idade de aparecimento é geralmente entre os 30 e os 60 anos, porém existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes. O diagnóstico é clínico, isto é, não são necessários exames para comprovar que ela está presente..
"Falar sobre fibromialgia é importante, pois ela é bastante frequente. Cerca de 2 a 3% das pessoas apresentam fibromialgia no Brasil. Se não houver oportunidade de conhecê-la melhor e saber como controlá-la, serão muitas pessoas sofrendo por algo que é passível de controle. A doença, que é crônica, não se trata de uma lesão física, mas de uma sensibilidade maior do organismo, o que deixa a pessoa mais sujeita a sentir dor, mesmo em situações que nem deveria ter, como em um simples toque", explica o professor Cézar Caldas, especialista em reumatologia.
Não se sabe muito bem como a doença opera dentro do corpo humano, mas, sem o tratamento, ela pode evoluir para incapacidade física e limitação funcional, complicações que afetam a qualidade de vida do paciente. Os portadores da doença apresentam, junto com a dor, sintomas como fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas, como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Atualmente, de cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres, acredita-se que essa prevalência tenha relação com hormônios femininos, como o estrógeno.
É importante entender a fibromialgia - Como não existe nenhum exame, seja de laboratório, seja de imagem, como ressonância, específico para identificar a fibromialgia, no geral, todos os exames do paciente estarão normais, contudo é importante estar atento e avaliar a necessidade de descartar outras doenças que podem se apresentar muito parecidas com a fibromialgia, como é o caso do hipotireoidismo.
Além disso, também é importante perceber a diferença entre a fibromialgia e a depressão, embora, muitas vezes, uma possa levar aos sintomas da outra. "Muita gente acredita que fibromialgia e depressão são a mesma coisa. Não é verdade. O que ocorre é que a depressão e a ansiedade frequentemente ocorrem em pacientes com fibromialgia. O contrário também é verdadeiro: pacientes com depressão ou ansiedade podem apresentar sintomas de dor difusa, falta de energia, cansaço, insônia", afirma Cézar Caldas.
Por esses motivos, é fundamental que o paciente busque um diagnóstico preciso o mais rápido possível para que o tratamento adequado possa ser instituído.
Como melhorar a qualidade de vida - Ainda que a fibromialgia não tenha cura, é possível realizar medidas para conseguir controlar adequadamente os sintomas e ter uma vida, muitas vezes, completamente normal. Segundo o professor Cézar Caldas, a base do tratamento é a educação e a atividade física regular. Conhecer a doença, saber que pode ter períodos de piora, saber que o estresse pode agravá-la, compreender o tratamento é fundamental para viver bem.
"Associada à educação, o fundamental do tratamento é a atividade física. Diversas pesquisas já foram feitas neste sentido, mostrando benefício do exercício físico para o controle da dor na fibromialgia. Porém, de preferência, deve ser orientada por um educador físico, que conduzirá a duração e a intensidade dos exercícios, além da modalidade mais adequada para cada paciente", garante.
Outra medida muito importante para os pacientes é a psicoterapia. A fibromialgia e a depressão/ansiedade andam juntas, então um acompanhamento com o psicólogo seria muito bem-vindo para a grande maioria dos pacientes. O tratamento também pode envolver tanto o uso de medicamentos quanto a prática de terapias, como fisioterapia e acupuntura, assim buscando que o paciente tenha grande melhora na qualidade de vida.
Para saber mais sobre Síndrome da Fibromialgia (FM), acesse o site.
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Texto: Maiza Santos - Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Mkt Ascom
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