Projeto Confronto de Ideias debate as políticas de enfrentamento da pandemia em Manaus
Começa nesta terça, 2 de março, às 17h, horário de Brasília, a #5ª rodada da Série Conversações Extramuros, do Projeto Confronto de Ideias, coordenado pela socióloga e professora Marly Gonçalves da Silva, lotada na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará. Intitulada Delenda Manaus/Amazônia , esta edição contará com a participação de professores, pesquisadores e ativistas que atuam nas campanhas públicas e em frentes socorristas de enfrentamento ao coronavírus, para falar sobre a trágica situação da pandemia. A transmissão ocorrerá por meio do Youtube, e a programação completa pode ser conferida aqui.
A cidade de Manaus foi, desde a eclosão da pandemia do coronavírus no país, a capital mais castigada pela doença. Na primeira onda, a cidade sofreu não somente com a falta da execução de medidas preventivas, como a decretação de lockdown, recomendada pelos especialistas em controle de pandemias, mas também com a carência de equipes médicas, UPIs, UTIs, leitos, enfermarias, ambulâncias. E, agora em janeiro de 2021, a doença voltou a alcançar índices elevadíssimos, decorrentes de uma nova variante do vírus identificada por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz-Amazônia, a qual tem um poder de contaminação maior e mais rápido, o que levou a um novo colapso do sistema de saúde da cidade.
“Tomamos de empréstimo essa referência histórica à condenação à morte de uma cidade inteira, Catargo, citada em matéria do blog do jornalista Lúcio Flávio Pinto, por entendermos que tanto os discursos negacionistas da gravidade da pandemia quanto as decisões estaparfúrdias e os negligenciamentos do poder estatal funcionaram como uma decretação à morte da população exposta ao vírus”, diz a professora Marly Silva.
Para a professora, necropolítica e banalidade do mal são dois conceitos filosóficos fundamentais para pensar o cenário atual, não só em Manaus mas também em todo o país. “Na minha interpretação, a necropolítica pode ser definida como um regime de governo em que a economia e a política assumem a primazia sobre a vida humana. Trata-se de um governo em que esses dois mundos valem muito mais do que a vida de milhares e milhares de pessoas, valem até mais do que prover o ser humano de oxigênio para respirar e sobreviver ao ataque do vírus mortal”, explica a professora.
Ennio Candotti - A #5ª rodada da Série Conversações Extramuros busca produzir e difundir o pensamento crítico em tempo real, e a atividade de abertura será uma entrevista especial com o professor e diretor do Museu da Amazônia (Musa), Ennio Candotti, a qual será conduzida pela professora Marly Gonçalves da Silva, e a participação especial do prof. Willi Bolle ( USP) e de Eckard Kupfer , jornalista-historiador, ambos realizadores do Projeto “200 anos de viagem de Spix e Martius pelo Brasil “
Italiano, naturalizado brasileiro em 1993 e formado em Física pela USP, Ennio tem uma trajetória toda pautada pela ideia de “função social da Ciência”. Participou, em 1982, da criação da Revista Ciência Hoje e do Programa Ciência às Seis e Meia (uma série de conferências para o grande público em teatros), e, em 1998, recebeu o Prêmio Kalinga de popularização da Ciência, concedido pela Unesco.
Ex-secretário regional, no Rio de Janeiro, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade da qual foi presidente por quatro mandatos, Ennio Candotti dirige, hoje, o Museu da Amazônia, em Manaus. O Musa é um museu vivo que foi criado em 2009, dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke, no qual são desenvolvidas pesquisas para a divulgação e popularização da Ciência e da Educação científica e cultural.
Texto e arte: Divulgação
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