Junho Violeta: no mês de conscientização do ceratocone, Hospital Bettina Ferro alerta para a importância da prevenção
Você tem o hábito de esfregar e coçar demais os olhos? Se sim, atenção: esse é um dos principais sintomas do ceratocone, que afeta, por ano, mais de 150 mil brasileiros, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A doença causa o afinamento da córnea, camada transparente que recobre o globo ocular e, se não tratada, pode levar à cegueira. O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), que disponibiliza o tratamento para a doença na rede pública do estado, aderiu à campanha do Junho Violeta, mês de prevenção e conscientização do ceratocone, realizando ações educativas durante todo o mês, além do procedimento de crosslinking em pacientes que fazem tratamento no hospital.
“Em sua fase inicial, o ceratocone não causa sintomas. Mudança de grau pode ser o primeiro fator a indicar uma suspeita, e há grande relação com a alergia e coceira nos olhos. O paciente pode apresentar também maior sensibilidade à luz e irritação ocular”, explica a oftalmologista Raíssa Casseb, chefe da Unidade da Visão do Hospital Bettina Ferro, que é referência em atendimento de Oftalmologia no Pará. A ocorrência mais comum se dá entre 13 e 18 anos de idade, mas também pode ocorrer na infância e persistir na fase adulta. O diagnóstico é feito por meio do exame oftalmológico, em conjunto com alguns exames de imagem da córnea.
Ela comenta que, com a pandemia, a procura por atendimento diminuiu, “o que poderá refletir na investigação de possíveis novos casos da doença e no atraso do tratamento e acompanhamento de casos confirmados, que precisam ser monitorados para evitar o agravamento do ceratocone”. Por isso, durante todo o mês de junho, a equipe da Unidade da Visão está realizando ações de conscientização aos pacientes do hospital, para que estejam sempre com as consultas em dia.
Prevenção – Para evitar a doença, a recomendação é nunca coçar os olhos, principalmente se há casos de familiares com a doença, destaca a oftalmologista. “Além disso, é sempre fundamental consultar um oftalmologista regularmente, pois somente ele poderá identificar a doença mesmo antes do paciente perceber os sintomas”, ressalta. O Hospital Bettina Ferro, que faz parte do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), oferta os tratamentos de acordo com a gravidade da doença.
Tratamentos – Casos leves de ceratocone podem ser tratados com a prescrição dos óculos, e, conforme o avanço da doença, a acuidade visual pode ser corrigida com lentes de contato convencionais rígidas gás-permeáveis (RGP); em casos mais avançados, uso de lentes com desenhos especiais. Na maioria dos casos, a cirurgia está indicada quando a correção não ocorre com o uso de óculos ou com as lentes de contato. Há também o procedimento de crosslinking, uma técnica recente para o fortalecimento do tecido da córnea, que combina o uso da riboflavina e da radiação UVA para aumentar as ligações cruzadas de colágeno, que são as "âncoras" naturais no interior da córnea, responsáveis pela prevenção do afinamento dessa membrana.
Por se tratar de uma técnica nova, o procedimento ainda não é ofertado pelo Hospital Bettina Ferro para pacientes regulados do Sistema Único de Saúde (SUS), mas, em alusão ao Junho Violeta, por meio de uma parceria com o setor privado, durante a segunda quinzena de junho o equipamento estará à disposição do hospital para realizar o procedimento em seis pacientes com ceratocone em graus maiores, que preenchem os requisitos para o tratamento, o qual impedirá o avanço da doença.
Atualmente, o Bettina Ferro oferta os exames de diagnóstico e o tratamento para o ceratocone com a prescrição de óculos e lentes de contato. Também é oferecida, via SUS, a cirurgia para ceratocone. O HUBFS também é o único hospital da rede pública que realiza o procedimento de implantação do anel de ferrara, uma técnica avançada para a correção do problema. Para ser atendido no Bettina Ferro, o paciente precisa passar pela atenção básica, que realizará o encaminhamento para o atendimento de média e alta complexidade.
Texto: Paola Caracciolo – Jornalista do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh
Arte: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
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