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Semana do Calouro 2021 inicia com Aula Magna do professor Cristovam Diniz

  • Publicado: Segunda, 21 de Junho de 2021, 19h57

Abertura Semana do Calouro

Estudantes de graduação de todos os campi e polos da Universidade Federal do Pará iniciaram as suas respectivas histórias na maior universidade da Amazônia nesta segunda-feira, 21, com o início da Semana do Calouro 2021. A programação, que marca o início do percurso acadêmico para os calouros(as), contou com uma mesa de apresentação da Universidade, com representantes da gestão superior e do Diretório Central dos Estudantes (DCE), e com a Aula Magna “Universidade Pública: Cidadania, Ciência e Cultura”, ministrada pelo professor Cristovam Diniz. A apresentação está disponível no canal UFPA Oficial no Youtube para quem não pôde acompanhar ao vivo. 

A mesa de abertura da Semana do Calouro 2021 contou com a presença do reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho; dos pró-reitores de Ensino, Marília Ferreira; Extensão, Nelson Júnior; Pesquisa e Pós-Graduação; Iracilda Sampaio; e Relações Internacionais, Edmar Costa; e dos estudantes que estão na coordenação geral do DCE/UFPA, Tel Guajajara e Ana Ipanema. O reitor da Universidade iniciou a sua fala ressaltando que os novos discentes devem estar atentos à importância de aproveitar todas as oportunidades de formação na UFPA. Para além do currículo formal de cada curso, há um rico ambiente de  atividades  científicas, artísticas, culturais e políticas, com a participação de acadêmicos com trajetórias intelectuais e origens institucionais diversas.

“A partir de agora, vocês são também construtores desta instituição tão importante, que é a UFPA. Nós trabalhamos no dia a dia com duas referências fundamentais para a formação de nossos discentes: buscamos formar excelentes profissionais, pessoas que dominem conhecimentos técnicos e científicos de ponta em suas áreas e que sejam capazes de atuar de modo inovador. Nós também buscamos formar cidadãs e cidadãos, lideranças para a construção de uma sociedade melhor”, pontuou Emmanuel Tourinho.

Semaan do Calouro reitorAssim como o reitor, todos os participantes ressaltaram a importância do papel da universidade na atualidade, por ser uma grande ferramenta de mudança social e de crescimento pessoal, fatores que favorecem o desenvolvimento profissional individual e da sociedade de modo geral. “A UFPA hoje não é apenas mais uma universidade, ela é o principal centro de formação de pessoas e núcleo de produção dos mais diferentes conhecimentos, saberes, ciência, tecnologia, arte e cultura da Pan-Amazônia, para que isso se dê em uma terceira dimensão, que é a que chamamos de extensão. A extensão visa, fundamentalmente, articular, mediar e integrar tudo isso que nós fazemos no ensino, na pesquisa e na pós-graduação, em níveis e patamares cada vez mais elevados, para a problematização da nossa sociedade, buscando as melhores soluções. São essas experiências que tornam a UFPA essa instituição robusta, consistente e grandiosa. E, nesse momento, vocês ingressam para fazer parte disso”, ressaltou Nelson Júnior.

Além de uma formação baseada no tripé ensino-pesquisa-extensão, a UFPA também tem trabalhado para a promoção de um ambiente acadêmico cada dia mais enriquecido pela diversidade dos atores que o compõe. Com a adoção das Políticas de Ações Afirmativas e o crescimento das ações de cooperação internacional, as possibilidades de trocas científicas e culturais vêm transformando a UFPA em uma universidade ainda mais plural. “A Prointer traz para a comunidade a possibilidade de apoio a projetos conjuntos de pesquisa, a formação de recursos humanos e o intercâmbio de professores, pesquisadores e alunos com outras universidades estrangeiras. Então eu gostaria que vocês se sentissem muito felizes e muito importantes, como cidadãos, de fazer parte da nossa Universidade”, apontou Edmar Costa.

Semaan do Calouro Marília FerreiraEsta “é a UFPA que contribui para que tenhamos conhecimento e muitas mudanças de vida. Estou certa de que cada pessoa que passou pela história da UFPA teve a vida marcada pelas experiências vivenciadas nela. Desejo que todos que aqui estão, indígenas, quilombolas, cotistas, ampla concorrência, estrangeiros, PcD, encontrem caminhos que façam sentido em suas vidas. O nosso trabalho diário está centrado em proporcionar a cada um o melhor que nós pudermos”, lembrou a pró-reitora de Ensino de Graduação, Marília Pereira.

O coordenador-geral do DCE da UFPA, Tel Guajajara, comentou ainda sobre o poder de inclusão e transformação social que a Universidade tem e sobre a responsabilidade de cada um que a integra: “Eu entrei aqui, na Universidade, em 2019, graças às Políticas de Ações Afirmativas da UFPA, pelo PSE-Indígena e Quilombola. Sou indígena da etnia Guajajara e sei da importância de estar na universidade. Hoje a universidade, mais do que nunca, é um grande espaço para a gente se desenvolver como cidadão. E nós, representantes de vocês no DCE, temos essa responsabilidade também”, Tel Guajajara. Ana Ipanema, também coordenadora-geral do DCE da UFPA, reforçou as boas-vindas aos calouros e registrou o significado histórico de o Diretório ter hoje à frente uma mulher quilombola e um indígena.

Semaan do Calouro Tel AnaA pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Iracilda Sampaio, ainda deixou um conselho para os recém-universitários: "Procurem, desde o início da graduação, o contato com a pesquisa e a extensão. Valorizem a universidade pública. A universidade é uma formadora de pessoas no sentido de conteúdo formal, mas, mais do que isso, ela é uma oportunidade de crescimento pessoal. Ela é uma identificadora de talentos. Então busquem dentro de vocês o que vocês querem fazer. Façam planos e não deixem que o acaso tome conta da vida de vocês. Vocês devem ser protagonistas e devem lutar para realizar seus sonhos".

Universidade Pública: Cidadania, Ciência e Cultura -  Após a mesa de abertura, a programação teve seguimento com a realização da Aula Magna “Universidade Pública: Cidadania, Ciência e Cultura”, ministrada pelo professor do Instituto de Ciências Biológicas e ex-reitor da UFPA Cristovam Diniz. O professor, que é docente titular do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA e já foi reitor da Instituição, iniciou sua apresentação falando sobre a importância do papel de cada um para o desenvolvimento da nossa sociedade e para a construção de uma Amazônia desenvolvida.

“Neste mosaico de terra e água que continua distante do epicentro da produção de conhecimento, é esplêndido ver o quanto caminhamos. Toda uma geração de jovens e velhos professores e servidores continua a  arregaçar as mangas em compromisso permanente com a causa do desenvolvimento e avança contra qualquer dificuldade para construir uma Amazônia digna. Com eles, a UFPA abraça lentamente este continente através do seu vasto programa de interiorização de ontem e de hoje, que é a origem e o motor da criação de novas universidades amazônicas”, ressaltou.

Semaan do Calouro Prof Cristovam DinizPara o professor, diferente de outras regiões que podem contar com facilidades estruturais que não fazem parte da realidade do fazer ciência na Amazônia, aqui é preciso garantir que os alunos aprendam a construir conhecimento novo em um ambiente, algumas vezes, isolado, além de ter que buscar parcerias com o executivo municipal e trabalhar no convencimento das agências de fomento à pesquisa para a viabilização de projetos integrados com as comunidades locais. “Esse é o divisor de águas que distingue as universidades que ensinam, porque produzem conhecimento. Por essa razão, costumo dizer que a Universidade Federal do Pará é o maior investimento humano da Amazônia brasileira”. 

O professor abordou, ainda, o papel das universidades para o desenvolvimento regional, por ser o espaço em que os jovens buscam uma formação avançada e aprendem a cultivar valores que permitam a construção de sociedades menos assimétricas; a importância da construção de quadros técnicos fortalecidos com o compromisso social; o comprometimento da produção de conhecimento devido a reduções orçamentária das universidades; o uso das tecnologias para a educação continuada e em larga escala; a luta contra a desinformação e a negação da ciência e a busca de um estado humanista.

Por fim, Cristovam Diniz deixou um desafio e um convite aos que entram agora na história da UFPA: ”vão e ensaiem quantas vezes necessárias forem. Revisitem os conselhos, confiem e desconfiem. Acolham os textos dos que vieram antes de nós, mas preservem a ousadia de destruí-los, se os dados apontarem na direção das ideias que investigam. Delineiem as hipóteses, sem se tornarem escravos de suas ideias. Deixem que os fatos falem por si mesmos, ainda que contrariem a beleza de suas hipóteses. Deixem os vossos instrutores de voo lhe verem nos céus a superar os seus limites e a trabalhar por uma sociedade mais justa”. 

Texto: Maissa Trajano - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA.
Arte: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA.

 

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