64 anos da UFPA: um marco meio a grandes desafios e aprendizados
Nesta sexta-feira, 02 de julho, a Universidade Federal do Pará (UFPA) completou 64 anos ainda em meio a um cenário de pandemia e atividades híbridas. Os campi que antes contavam com a circulação intensa de uma diversa comunidade acadêmica, hoje encontram-se mais esvaziados. Porém isso não significa que a Universidade parou de funcionar, a UFPA continua produzindo e socializando o conhecimento científico sempre com foco na sua missão de formar cidadãos capazes de promover a construção de uma sociedade inclusiva e sustentável.
“A Universidade é essencial para a sociedade. Aqui nós temos três tipos de respostas para a sociedade: na pesquisa, que é onde a gente consegue fazer novas descobertas, levantar dados, apresentar soluções para os gestores públicos; na extensão, que é por onde entregamos estas respostas diretamente para a sociedade, prestando um serviço; e o ensino, que é a formação de recursos humanos em diversas áreas. Boa parte do que temos hoje, em se tratando de sociedade, se deve justamente ao que é desenvolvido aqui dentro da UFPA”, lembra o estudante de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Felipe Lopes.
Felipe é um dos milhares que compõem a comunidade acadêmica da UFPA que não parou de produzir neste último ano. Além de cursar mestrado, o aluno também integra a equipe do Laboratório de Virologia da UFPA, que tem realizado diversas ações de pesquisas voltadas para a saúde da população urbana e rural do Pará. Assim como o Labvir, outros projetos de pesquisas e extensão também não pararam, muitos foram adaptados e/ou passaram a funcionar de forma reduzida, outros mudaram o foco de suas ações especialmente para atender às demandas da sociedade específicas deste momento de crise sanitária. Mas, e como ficaram as atividades de ensino após a suspensão das aulas presenciais?
Há pouco menos de um ano, iniciou-se o debate acerca da necessidade de adoção do Ensino Remoto, e, desde setembro de 2020, esse se tornou um desafio e um compromisso de todos. “Era necessário dar uma continuidade ao ensino tanto na graduação, quanto na pós-graduação. Foi preciso nos adaptarmos e conhecermos melhor as ferramentas desse sistema para que pudéssemos ministrar uma aula na qual pudéssemos interagir como se fosse presencialmente. Foi uma nova experiência, mas depois desse sistema remoto, dificilmente as nossas atividades serão as mesmas”, pontua a professora da Faculdade de Comunicação da UFPA, Alda Costa.
Desse processo, Alda Costa ressalta principalmente o aprendizado que será levado para o futuro do ensino na Universidade, proporcionados pela reflexão sobre antigos pensamentos e a adoção de novos caminhos e alternativas em busca de uma educação de fato cada vez mais inclusiva. “A gente tira muitas lições e muitas possibilidades também. O ensino não será mais o mesmo. Repensamos os aparatos tecnológicos e de que forma é possível gerar novas possibilidades de aprendizado com esses recursos tecnológicos que passaram a ser importantes mediadores de relações e de experiências educativas. A gente aprendeu em conjunto com os alunos”.
Um campus mais humanizado - E não foram só as atividades de ensino, pesquisa e extensão que tiveram que se adaptar devido às demandas do último ano. Espaços simbólicos da Cidade Universitária José da Silveira Netto, em Belém, também passaram por uma adaptação para acolher melhor a comunidade universitária no seu futuro retorno. Os Bosquinhos, por exemplo, ganharam novas estruturas, com a adoção de assentos espaçados e de equipamento para realização da higiene das mãos, para que possam oferecer ainda mais conforto e segurança para os passantes e também para aqueles que continuam trabalhando diariamente para a manutenção do Campus.
“Os bosques continuaram sendo cuidados como um legado institucional, esperando o retorno de todos ao Campus. A gente precisa desses espaços de convivência e do contato com a natureza até como uma forma de trabalhar contra os processos emocionais que têm sido desenvolvidos durante esse período de pandemia”, ressalta a coordenadora dos Bosques da UFPA, Gina Calzavara.
Foi pensando na expansão desse legado, que tem como foco a humanização da Universidade, que novos espaços de acolhimento foram planejados para atender os frequentadores da Cidade Universitária, agora no Setor da Saúde. Plantas medicinais e árvores frutíferas de pequeno porte, como a pitanga, araçá-boi, jambeiro, macabi, coqueiro, açaí e mangustão foram plantadas próximo ao prédio do Hospital Bettina Ferro, em um espaço pensado especialmente para que os usuários possam ter momentos de bem-estar, envolvidos pela natureza, enquanto aguardam suas consultas e exames.
O Setor da Saúde também contou com uma ação de plantio de mudas em memória às vítimas da Covid-19. Além de ajudar os familiares dos homenageados a trabalharem a vivência do luto, a ação favorece o desenvolvimento de um espaço mais bonito e acolhedor capaz de despertar a consciência cidadã dos frequentadores do campus para a importância de se valorizar e preservar a natureza.
“Nós estamos na Amazônia, as ilhas verdes no Campus Universitário são um verdadeiro laboratório dentro da academia e, como todo legado, precisam ser preservadas. Espero que as pessoas que entrem aqui na Universidade lembrem que esta instituição precisa ser preservada e cada um pode sim deixar a Instituição ainda melhor do que quando entrou. O nosso presente é esse legado que estamos deixando”, finaliza Gina Calzavara.
Texto: Maissa Trajano - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Arte: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
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