Projeto da Escola de Aplicação da UFPA recebe destaque em premiação nacional
Desenvolvendo um trabalho que visa a uma educação antirracista desde o ensino básico, o Projeto Cartografia da Cultura Afrobrasileira e Indígena, da Escola de Aplicação da UFPA (UFPA) foi um dos projetos reconhecidos pelo Prêmio Déa Fenelon, de Ensino de História da Associação Nacional de História (ANPUH). A premiação tem como objetivo reconhecer e valorizar as práticas pedagógicas desenvolvidas por professores da educação básica em escolas públicas, visando à aprendizagem da história.
O Prêmio Déa Fenelon escolheu cinco práticas pedagógicas, entre as quinze práticas mais bem avaliadas no país. Cada uma das práticas reconhecidas foi escolhida nas cinco regiões geográficas. As três práticas mais bem avaliadas pela comissão nacional receberam certificado e um valor em dinheiro para investimentos nas escolas em que o projeto atua. O Projeto Cartografia da Cultura Afrobrasileira e Indígena ficou na segunda colocação.
“Ganhar o segundo lugar em uma premiação nacional significa que o Cartografia realiza um ensino de História coerente com o que tem de mais recente na Historiografia e é uma metodologia de ensino eficiente para o aprendizado de todos os estudantes que dele participam”, aponta a professora Antônia Brioso, coordenadora do projeto.
Criado em 2011, o projeto é uma plataforma interdisciplinar, decolonial e antirracista na educação básica que busca promover uma educação para as relações étnico-raciais e o enfrentamento do racismo, da exclusão, do preconceito, da intolerância, da opressão e das desigualdades sociais nas mais diversas manifestações dentro e fora do espaço escolar.
Ao longo de uma década, mais de mil estudantes da educação básica, graduação e pós-graduação já foram formados sob esta perspectiva antirracista. Ao mesmo tempo, mais de 100 produtos pedagógicos foram elaborados, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais, para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino da História indígena e da África e da cultura afro-brasileira.
“Trabalhamos, com persistência e resistência, com temas tão urgentes na sociedade brasileira, incluindo a história da Amazônia, que está presente no currículo do Projeto Cartografia e nas pesquisas do nosso Laboratório de Práticas Pedagógicas (Lapper). Esse tipo de educação intercultural e antirracista, em um Brasil com dimensões continentais e marcado pela pluralidade étnica e cultural, deveria acontecer desde a primeira infância, para que a população negra e indígena empodere-se de suas histórias e desenvolva identidades de resistência”, explica Antônia Brioso.
Texto: Bruna Ribeiro - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Arte: Divulgação
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