Especialista do Hospital Bettina Ferro de Souza orienta sobre a importância do cuidado com a saúde dos olhos
No dia 10 de julho, é comemorado o Dia Mundial da Saúde Ocular, data instituída para lembrar a importância de cuidar da saúde dos olhos. Miopia, glaucoma, ceratocone e catarata são alguns dos problemas mais comuns e, com a chegada do verão amazônico, fica o alerta para a conjuntivite. O Hospital Bettina Ferro de Souza (HUBFS), referência no atendimento em oftalmologia no Pará, faz o alerta para a necessidade dos cuidados para evitar enfermidades que podem, inclusive, levar à cegueira.
A oftalmologista Raíssa Casseb, coordenadora da Unidade da Visão do HUBFS, explica que, entre as principais doenças oculares, estão as conjuntivites, que podem ser virais ou bacterianas e são reconhecidas principalmente pela vermelhidão e secreção nos olhos; o tracoma, que é uma conjuntivite crônica que pode levar à cegueira; a catarata, caracterizada pela alteração de cor da pupila, que pode variar entre o cinza e o branco, e acarreta a perda gradativa da acuidade visual. Há também o glaucoma, que é o aumento da pressão intraocular e é a principal causa de cegueira irreversível no mundo.
“A conjuntivite está relacionada à água do mar, piscina, mesas, maçanetas e até nas lentes de contato. É considerada uma das doenças mais contagiosas do mundo, se propaga com mais facilidade no verão, porque o calor aumenta o tempo de sobrevivência do vírus no meio externo”, afirma a oftalmologista. Ela salienta que a prevenção inclui manter as mãos sempre limpas, evitar coçar os olhos, utilizar álcool 70% após lavagem das mãos, não tocar em corrimão de escadas públicas, não compartilhar colírios, toalhas, fronhas ou maquiagem, além de limpar o teclado e o mouse do computador com álcool 70%.
Pandemia e saúde ocular – Muitos dos hábitos que a especialista orienta foram amplamente adotados para evitar o contágio pelo vírus da Covid-19, mas o isolamento social, a quarentena e o aumento de exposição a telas também são responsáveis por problemas na saúde dos olhos. “Os efeitos da chamada luz azul, emitida pelos eletrônicos, nos olhos vêm sendo estudados, há vários anos, por pesquisadores e oftalmologistas e estão associados à degeneração da mácula ocular, uma doença que, se não for tratada, pode levar à cegueira. Essa luz também está envolvida na regulação do sono e nos mecanismos de envelhecimento, além de estar associada à miopia em crianças”, comenta Raíssa Casseb.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), o uso de telas de smartphones, tablets e computadores pode acarretar a Síndrome Visual Relacionada a Computadores (SVRC), que atinge cerca de 90% das pessoas que utilizam computadores por mais de três horas ao dia. Entre os sintomas, a vista cansada, a ardência, a dor de cabeça, a vermelhidão, o ressecamento, a visão turva e a sensação de corpo estranho nos olhos são as principais queixas. A SOB recomenda que pequenas pausas de 5 a 10 minutos por hora sejam feitas pelos usuários, e pausas maiores devem ser feitas em casos de turnos superiores a quatro horas diárias em frente a uma tela.
A oftalmologista Raíssa Casseb lembra que o maior cuidado com a saúde ocular é a prevenção: “devemos cuidar dos olhos com carinho e atenção, realizando consultas periódicas com o oftalmologista. Assim como vamos ao médico clínico, ao cardiologista para fazer um check-up, temos que ir também ao oftalmologista pelo mesmo propósito: a prevenção. Cerca de 75% dos casos de cegueira são evitáveis ou curáveis, ou seja, a cada quatro cegos, três poderiam não estar nessa situação”, conclui a médica.
Atendimento – O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) é vinculado ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e atende pacientes regulados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) que necessitam de serviços de média e alta complexidade, e, para ser atendido, o paciente precisa de encaminhamento da atenção básica. O Bettina Ferro realiza o diagnóstico e tratamento de doenças como o glaucoma, o ceratocone, a catarata e a retinopatia diabética, além de ofertar o serviço de transplante de córnea pelo SUS.
Texto: Paola Caracciolo – Jornalista do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh
Foto: Arquivo Ebserh
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