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Arte gráfica popular da Amazônia é tema de evento que reúne artistas e designers da América Latina

  • Publicado: Quinta, 12 de Agosto de 2021, 15h08

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Evento inédito promove encontro on-line sobre a arte gráfica popular da Pan-Amazônia. Com uma proposta inédita, o Projeto GraficAmazônica reúne mais de 20 convidados de países da região no sábado (14). São debates, documentários e palestras sobre a pluralidade da arte gráfica da América Latina, com transmissão on-line. As inscrições estão abertas.

O  GraficAmazônica é coordenado e idealizado pelas designers paraenses Sâmia Batista e Fernanda Martins. Professora da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal do Pará (FAV/UFPA), designer e pesquisadora, Sâmia também desenvolve o projeto, que agora culmina no GraficAmazônica.

Contemplado pelo Edital da Lei Aldir Blanc, via Secretaria de Estado de Cultura do Pará, o GraficAmazônica é promovido pelo Mapinguari Design e ocorre em parceria com o DiaTipoX, evento nacional sobre tipografia, que começa na sexta-feira (13).

O projeto promove o encontro entre artistas da gráfica popular sul-americana, que irão partilhar saberes, ensinar técnicas, e estudiosos que apresentarão seus projetos, reflexões e propostas. O GraficAmazônica busca fortalecer a pesquisa e o registro da memória desta cultura visual e propiciar aos mestres populares, em particular aos abridores de letras da Amazônia, experiências de aprendizado e intercâmbio.

A professora Sâmia Batista afirma considerar importante que, de certa forma, a Universidade se faça representada no evento. “Primeiramente, porque a UFPA é quem resguarda e desenvolve o conhecimento que é gerado na Amazônia e, ao mesmo tempo, é uma instituição aberta aos saberes populares, de modo que os saberes que estão sendo destacados pelo GraficAmazônia também fazem parte do contexto que a Universidade representa”, afirma. ela considera que, muitas vezes, é possível perceber uma dualidade entre saberes acadêmicos e os produzidos fora da academia, mas que o mais construtivo é somar esses saberes e permitir que dialoguem entre si.

Letras que flutuam - O projeto é um desdobramento do “Letras Q Flutuam” (LQF), que, desde 2013, faz o mapeamento dos abridores de letras da Amazônia, e um esforço também capitaneado pela dupla Sâmia Batista e Fernanda Martins. O LQF é fruto de pesquisa iniciada ainda em 2004, quando a designer e pesquisadora paulista Fernanda chega a Belém - cidade da qual depois se naturaliza, e entra em contato com a pintura dos barcos, começa a viajar por interiores do Norte do país, conhece diversos mestres pintores e realiza palestras, exposições, oficinas e documentários. 

O debate convida artistas de alguns países, como Colômbia e Peru, além de Brasil e Costa Rica. A GraficAmazônica busca ser uma via de superar as distâncias territoriais que dificultam a troca eficiente entre estes estudiosos e artistas. “Esperamos que o evento fortaleça os vínculos entre esses artistas e mestres, fomentando a criação da Rede da Gráfica Popular. Este seria um ambiente virtual para a troca de informações e a divulgação de pesquisas e artistas gráficos populares”, destaca Sâmia, que, ao lado de Fernanda, integra a programação do sábado.

grafic2Intercambialidades - O intercâmbio traz a tipografia popular do Peru, com o Projeto Carga Máxima, um grafismo pintado à mão que estampa letreiros de caminhões, carrinhos de comida, ônibus e uma variedade de suportes comunicativos. O nome do estilo batiza o estúdio de pintura e design, fundado por Azucena Cabezas e Alinder Espada, convidados do GráficAmazônica.

Da Colômbia, o projeto recebe Roxana Martínez Vergara, Esteban Ucros e Juan Esteban Duque, do Projeto Populardelujo, que trabalha em estreita colaboração com autores populares, buscando lançar visibilidade à cultura visual há muito subestimada na América Latina.

Mestres do Pará são convidados de destaque do evento, que lança uma série de cinco documentários sobre esses artistas e traz para o debate Luis da Silva Souto Júnior, que há 37 anos abre letras em cidades ribeirinhas. Ele atuou como parceiro do Projeto “Letras Q Flutuam” em diversas atividades e já ministrou oficinas de pintura em Belém, Salvador, Niterói e São Paulo.

Integram ainda o time da GraficAmazônica Thiago Nevs, que começou na pichação e hoje realiza pinturas que fazem referência à decoração de filetes de caminhão. Outro nome é Filipe Grimaldi, diretor do Ateliêr Sinlogo, uma das maiores referências em pintura de letra popular do Brasil; e Mariana Bernd, mestra pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo [FAU/USP] com a dissertação Pinturas de paisagem amazônica e a construção de um imaginário da cultura popular [2011], com foco no design gráfico popular amazônico.

Serviço

Encontro GraficAmazônica 

Data: sábado, 14,
Horário: a partir das 10h, on-line.

Inscrições abertas no DiaTipoX.

 

Texto: Divulgação do evento e Ascom UFPA
Fotos:Divulgação

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