Projeto Abrace o Marajó mapeia municípios do arquipélago para promover a adoção de estruturas mais acessíveis
A Faculdade de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará (FFTO-UFPA), financiada pelo governo federal, por meio do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, está desenvolvendo o Projeto Abrace o Marajó. Essa iniciativa visa identificar, por meio da pesquisa e análise de campo, espaços públicos sem instalações acessíveis a pessoas com deficiência que vivem ou visitam os municípios do Arquipélago do Marajó. O estudo pretende mapear esses locais para demonstrar aos gestores públicos das cidades marajoaras lugares com ausência de políticas públicas direcionadas à acessibilidade.
As análises realizadas pelo Projeto Abrace o Marajó terão como produto final uma cartilha, que irá demonstrar todas as ações que deverão ser tomadas pelo poder público local em relação à problemática. Logo, considerando o Marajó como o maior arquipélago flúvio-marítimo do mundo, esses estudos feitos na região devem influenciar também a adoção de medidas similares em outras localidades com as mesmas características geográficas.
“Os portos, muitas vezes, não possuem estrutura para receber as pessoas com deficiência, além de não possuírem banheiros adaptados e nenhum tipo de sinalização. Além disso, verificamos a existência de diversas unidades de saúde que estão em comunidades ribeirinhas que não possuem um trapiche adequado, além de pontes de acesso pouco acessíveis à população com algum tipo de deficiência. Nos municípios maiores, como Soure e Salvaterra, observamos uma série de problemas na acessibilidade, tanto das unidades de saúde como dos equipamentos da assistência social, como CRAS e CREAS”, aponta a professora Kátia Omura, uma das coordenadoras do projeto.
O Projeto Abrace o Marajó conta com a participação de dez discentes dos Cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e de uma empresa de arquitetura, sendo coordenados pelos docentes da FFTO Kátia Omura, Glenda Miranda da Paixão, Otavio Augusto de Araújo Costa Folha, Suellen Alessandra Morares e Victor Augusto Corrêa. A equipe se divide entre visitas técnicas a portos, unidades básicas da saúde, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS).
A importância das práticas - Além de auxiliar na criação de políticas públicas do município e favorecer a melhoria da acessibilidade, práticas como as realizadas pelo projeto são importantes ferramentas para o desenvolvimento de novos profissionais com uma vivência mais abrangente. Esse é um dos motivos pelo qual o Curso de Fisioterapia alcançou a nota máxima na última edição do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), destacando-se como um dos principais da UFPA e da Região Norte.
De acordo com a professora Kátia Omura, “a experiência do projeto tem sido muito rica para os discentes que se deparam com uma realidade que dificilmente eles teriam oportunidade de ver durante a graduação, além de desenvolver a habilidade desses discentes em criar soluções inovadoras e acessíveis a uma população que carece de desenvolvimento científico e tecnológico para resolver problemas que a afligem há anos”.
Ao todo, o projeto abrangerá os 16 municípios que compõem o Arquipélago do Marajó. São eles: Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Ponta de Pedras, Portel, Santa Cruz do Arari, Salvaterra, São Sebastião da Boa Vista e Soure.
Texto: Leandra Souza - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Divulgação
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