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Reitor da UFPA recebe artista e ex-ministro da Cultura de Cabo Verde

  • Publicado: Quinta, 09 de Setembro de 2021, 16h05

08.09.2021 Visita Mário Lúcio Sousa Foto Alexandre de Moraes 7

O reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Zagury Tourinho, recebeu a visita do artista e ex-ministro da Cultura de Cabo Verde, Mario Lúcio Matias de Sousa Mendes, na tarde da última quarta-feira, 8 de setembro. Em pauta, a relação de Cabo Verde com o Brasil, a participação em projeto de extensão da UFPA e o lançamento de livro fruto dessa parceria.

Mario Lúcio é escritor, cantor, compositor e intelectual e tem estudado a história e as consequências da colonização e descolonização do continente africano, especialmente o caso de Cabo Verde. Ele explica que, no período da colonização, “Cabo Verde foi um ponto central para o comércio de escravos e espaço de experimentação dos portugueses para o atravessamento de produtos ao Brasil”.

08.09.2021 Visita Mário Lúcio Sousa Foto Alexandre de Moraes 4Entre as cidades que já conheceu no Brasil, afirma que Belém é a que mais se aproxima da cultura de seu país. “O cuscuz que se come em Belém é igual ao que comemos em Cabo Verde. Na música e na dança, o Lundu e as Guitarradas, por exemplo, têm a mesma cadência”.

O pensador cabo-verdiano conheceu Belém em 2019, por meio da parceria com o Projeto de extensão “Intercâmbio Belém-Cabo Verde: a música e o turismo no canto de Lura”, coordenado, em sua segunda edição, pelo professor Paulo Moreira Pinto, atualmente diretor-adjunto do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da UFPA.

08.09.2021 Visita Mário Lúcio Sousa Foto Alexandre de Moraes 8Como fruto dessa parceria, foi publicada a segunda edição do livro “Meu Verbo Cultura”, uma coletânea revisada de textos de Mario Lúcio, incluindo o “Manifesto à Crioulização”, fenômeno estudado pelo pesquisador. “O manifesto é uma reflexão sobre as identidades múltiplas. O fenômeno da crioulização ocorre com a criação de uma identidade que tem origem em filhos de escravos e de donos de escravos. Com isso, se passa a questionar: Sou preto ou branco? Sou africano ou europeu? Qual língua vou falar? Que música eu vou tocar? No livro, reflito sobre a construção de uma cultura da tolerância, de abertura, de aceitação do diferente. Podemos ser diferentes, mas o que temos em comum?”, pondera.

O reitor da UFPA fez o convite para que, no retorno pleno das atividades presenciais, Mario Lúcio participe de uma roda de conversa na UFPA sobre o fenômeno da crioulização em Cabo Verde e as experiências brasileiras e amazônidas no processo de descolonização. “Tivemos processos de colonização e descolonização distintos no Brasil e na Amazônia, mas as reflexões de Mario Lúcio nos estimulam a encontrar caminhos para o diálogo entre povos e a construção de um mundo de tolerância e solidariedade. Nossas experiências de intercâmbio acadêmico com países africanos têm proporcionado cooperações muito valiosas e aprendizagens mútuas”, pontua o reitor Emmanuel Tourinho.

Participaram da conversa com o ex-ministro, além do reitor da UFPA, o pró-reitor de Extensão, professor Nelson José de Souza Junior, o chefe de Gabinete, professor Marcelo Galvão, e o professor Paulo Pinto, coordenador do projeto de extensão da UFPA do qual Mario Lúcio participa.

Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Alexandre Moraes

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