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Mostra Internacional de Cinema Negro apresenta filmes paraenses em SP

  • Publicado: Sábado, 13 de Novembro de 2021, 14h01

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A animação intitulada Não Mais, da discente do curso de Cinema e Audiovisual, Brenda Bastos; o documentário de Ismael Machado sobre a trajetória da professora emérita  da Universidade Federal do Pará (UFPA), Zélia Amador de Deus; e o curta-metragem da Faculdade de Artes Visuais (FAV), O Diploma de Yan de Maria, estão entre os filmes que integram a programação da Mostra Internacional do Cinema Negro (MICINE), que acontece entre os dias 16 e 30 deste mês, em formato digital na plataforma streaming do Cine Belas Artes de São Paulo.

Em sua 17ª edição, a MICINE é resultado da parceria que reúne diversas instituições de ensino e pesquisa do Brasil. Este é o segundo ano que a UFPA, por meio do Curso de Cinema e Audiovisual da FAV, colabora com o evento que reúne professores da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN); a Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (SIPAD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR); o Centro de Estudos Latino Americanos sobre Cultura e Comunicação (CELACC) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e o Lab-Art da Faculdade de Educação da  Universidade de São Paulo (USP);  e a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).  

Curador da mostra, o cineasta, pesquisador e professor associado da UFMT, Celso Prudente, explica que o MICINE é um evento étnico-cinematográfico, que busca a inclusão do afrodescendente, como maioria minorizada, na horizontalidade da imagem do ibero-ásio-afro-ameríndio. Este ano o tema da MICINE é “Pela Superação da Tentativa Eurocêntrica de Folclorização da Africanidade: a Dimensão Pedagógica do Cinema Negro Posta em Questão”. Nessa linha de compreensão, o professor aponta o cinema negro como a filmografia de todas as minorias vulneráveis, que buscam na emergente categoria conceitual de dimensão pedagógica do cinema negro a construção da imagem de afirmação positiva.

Não Mais Brenda BastosFilmes - Dez longas-metragens e 14 curtas integram a programação da 17ª Mostra Internacional do Cinema Negro (MICINE), que acontece de 16 a 30 deste mês em formato digital.  A animação Não Mais (2021, 3’50) da discente do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA, Brenda Bastos, é um ensaio poético contemplado com a Bolsa de Iniciação à Produção Artística (PIBIPA) do Instituto de Ciências da Arte (ICA). Nesse curta, um homem trans enfrenta todos os seus desafios, desde o sofá da frente de sua televisão até o momento em que acorda de manhã.

Zelia Amador Divulgação

O documentário Amador, Zélia (2021, 22’26’’), narra a trajetória singular de Zélia Amador de Deus que, ainda criança, na década de 1950, saiu da pequena cidade de Soure, na ilha do Marajó, para morar na capital paraense, e se tornou uma das grandes referências quando se fala em Movimento Negro na Amazônia e em políticas de ação afirmativas e de eliminação de discriminação racial. O roteiro e argumento são de Ismael Machado, que assina também a direção com Glauco Melo.

Still Doc Diploma de Yan

O Diploma de Yan de Maria (2021, 3’55’’) é um curta metragem que traz o depoimento emocionante do egresso do curso de Licenciatura em Artes Visuais da UFPA, Yan Barbosa, que obteve na justiça o direito de ter o seu nome social na segunda via do diploma emitido pelo Ministério da Educação. O roteiro é assinado pelas professoras do ICA/UFPA, Ana Cláudia Melo e Carmen Silva, e a trilha musical é de Arthur Nogueira e Leonardo Pratagy.

Além dos filmes paraenses, a mostra apresentará, entre outras produções, o documentário O Samba é Primo do Jazz (Brasil, 2021, 1h10m), de Ângela Zoé que conta a trajetória artística da cantora maranhense Alcione. Outros destaques são os filmes O Divino Guaporé (Brasil, 2021, 82 minutos), dirigido por Ederson Lauri; A Hora de Bai (Portugal, 2015, 21 minutos), de Bruno Leal; Ka Mimbangu – A Cena Moçambicana entre Tradição e Contemporaneidade (Moçambique/Brasil, 2021, 1h10min), de Mariana Rhormens, e a Última Abolição (Brasil, 2018, 1h22m), de Alice Gomes.

Publicação - A 17ª MICINE terá ainda a publicação de um livro, pelo Portal de Livros da Faculdade de Educação da USP. Terá artigos de pesquisadores da ECA/USP, EDUSP, UERR, UFBA, UFLA, UFMT, UFPA, UFRB, UNEB, UNIFESP, UNILAB, UNIR, Instituto Politécnico de Lisboa, Universidade Católica São José de Macau, na China, Universidade Pedagógica de Moçambique e University of the Western Cape, na África do Sul. Nesta publicação, as professoras Ana Cláudia Melo, do curso de Cinema de Cinema e Audiovisual, e Carmen Silva, do curso de Museologia, assinam o ensaio crítico Amador, Zélia: contribuições à dimensão pedagógica do Cinema Negro.

Serviço

Os filmes serão exibidos gratuitamente no “À LA CARTE”, serviço de streaming do Cine Petra Belas Artes. A cerimônia de abertura da mostra acontece na próxima terça-feira (16), às 19h, de forma presencial no Cine Belas Artes, localizado à Rua Consolação nº 2.423, SP. Na oportunidade haverá apresentações musicais e o lançamento da animação em curta-metragem A Cor do Voto, dirigida por Celso Luiz Prudente, que é o curador da mostra.

Confira os filmes que serão exibidos na 17ª MICINE:

Longa-metragem

1) A Noite Escura - da Alma de Henrique Dantas, Bahia, 2015, 85min

2) A Hora de Bai - de Bruno Leal (Faculdade de Teatro e Cinema do Politécnico de Lisboa) 2015, 21:00min, rodado em Lisboa, Portugal, (IPL)

3) Giramunda o Congo e a diáspora - de Cláudio Dias e Gilson Costa. 2018, 52:00min. Cuiabá, Várzea Grande e Nossa Senhora Livramento, Brasil. Classificação livre, (UFMT)

4) Ka Mimbangu - A cena moçambicana entre tradição e contemporaneidade - de Mariana Rhormens, 2021, 1:10:45min. Moçambique/Brasil Classificação livre.

5) Menino 23 - de Belisário Franca, 2016, 1h20min, São Paulo, Brasil

6) Mussum, um Filme do Cacildes - de Susanna Lira, 2018, 75min, Rio de Janeiro Brasil.

7) O Pai ó - de Monique Gardenberg, 2006, 100min, Salvador, Bahia, Brasil

8) O divino Guaporé - de Ederson Lauri Leandro, realização Laboratório de Narrativas Visuais (LabNavi) e ELDORADO Filmes. 2021, 82 min, Rondônia, Vale do Guaporé, fronteira entre Brasil e Bolívia, Classificação livre.

9) Samba é primo do jazz - de Ângela Zoé, 2021, 1h10min, Brasil.

10) Última abolição - de Alice Gomes, 2018, 1h22min, Brasil

Curta-metragem

1) ABO - de Urânia Munzanzu, 2021, 26’47’min. Brasil Classificação livre, (UFRB)

2) A cor do voto - de Celso Prudente, 2021, 3:35min, São Paulo, Brasil (UFMT)

3) Amador, Zélia - de Ismael Machado e Glauco Melo, 2021, 26:26min, classificação 10 anos, Brasil/Pará, (UFPA).

4) Como Ser Racista em 10 passos - de Isabela Ferreira, 2018, 25min, Brasil/Cuiabá, (UFMT)

5) Dessa vez Ulisses não sairá de casa - de Rogério de Almeida (FEDUSP) 2019, 13:30min, rodado em Portugal.

6) Lacuna - de Anna Maria Moura. 2020. 3 minutos e 40 segundos. Brasil, (UFPR)

7) Megg a margem que migra para o centro - de Larissa Nepomuceno (UFPR) 2018, 15h00min, rodado em Curitiba, Brasil.

8) Mãos talhadas - de Aline de Fátima. 2021, 10:16min, São Paulo, Brasil.

9) Não Mais - de Brenda Natália Lopes Bastos, 2021, 3:49min, Brasil/Pará (UFPA)

10) O Diploma - de Yan de Maria de Ana Cláudia Melo, Carmen Silva, 2021, 3:55min, Classificação livre, Brasil/Pará, (UFPA).

11) O medo como fronteira - de Jaoa de Melo, 2021 São Paulo, Brasil, classificação 10 anos (UNESP).

12) Olhares - de Márcio Brito Neto, Diretoras Assistentes: Cryslaine Lima / Lorena Carvalho, 2021, 29min,

13) PAULINA CHIZIANE Domar que nos separa à ponte que nos une - de Renan Ramos Rocha, 2019, 28min, Maputo/Moçambique, Florianópolis/SC Brasil.

14) Yabás - de Laís Lima, 26min, Brasil/Bahia, (UFRB)

Texto e fotos: Divulgação

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