Último volume da Poesia completa de Max Martins é publicado pela Editora da UFPA
Nesta sexta-feira, 17 de dezembro, às 17h, no Museu da UFPA, ocorre o lançamento do livro Say it (over and over again), de Max Martins, com o selo da Editora da Universidade Federal do Pará (ed.ufpa). O livro encerra os trabalhos de reedição da poesia completa do poeta, planejada em onze volumes, com organização e projeto gráfico de Age de Carvalho.
Say it (over and over again) reúne a poesia inédita de Max Martins e a publicada esparsamente em jornais e revistas, além de fragmentos extraídos de diversas fontes, a maior parte do acervo do poeta, adquirido pela Universidade Federal do Pará em 2010 e conservado no Museu da UFPA. Como explica Age de Carvalho na apresentação do livro, “foram pesquisados 58 cadernos de poesia (em diversos formatos e número de páginas) e 43 diários e agendas (idem), oriundos do acervo da UFPA e do meu arquivo particular; toda a longa correspondência que mantivemos durante 24 anos (1980-2004); recortes de jornais, áudio de entrevistas (entre elas, o longo depoimento que concedeu ao Museu da Imagem e do Som/Pará, em 1996) e papéis avulsos, não organizados e por vezes de difícil datação, recolhidos em pastas formato A4”. O livro também apresenta alguns manuscritos originais do poeta em fac-símiles e tem posfácio assinado por Benedito Nunes.
No prefácio do livro, Age de Carvalho conta que, em conversa ao telefone, em 2003, Max lhe falara do plano de um último poema, que teria o título Say it (over and over again), retirado de uma composição de John Coltrane, do disco Ballads, presente do amigo José Edison Ferreira, a quem o livro é dedicado.
A Coleção - O projeto de reedição da obra de Max Martins foi iniciado em 2015 com a publicação de três volumes: O estranho, Colmando a Lacuna, e Caminho de Marahu. Em 2016, foi a vez de H'Era, O Risco Subscrito, A Fala entre Parêntesis (com Age de Carvalho) e Para ter Onde Ir. Em 2018, mais três volumes foram publicados: Anti-Retrato, 60/35 e Marahu Poemas. Pela primeira vez, os livros de Max Martins ganham reedições em volumes independentes.
Em edição de luxo, capa dura revestida em linho, sobrecapa com fotos de Béla Borsoi, fina impressão e prefaciadores de alcance nacional, as publicações da Coleção marcam o retorno ao cenário literário daquele que é considerado por muitos o maior poeta paraense, ampliando o alcance de sua poesia para além das fronteiras do estado.
Sobre o autor - Max Martins nasceu em 20 de junho de 1926, em Belém do Pará. Foi companheiro de geração de Benedito Nunes, Mário Faustino, Haroldo Maranhão, Alonso Rocha, Jurandyr Bezerra, Francisco Paulo Mendes e Ruy Barata. Seus primeiros textos foram publicados no jornal O Colegial. Em 1948, colaborou com a revista literária Encontro, dirigida por Mário Faustino e Haroldo Maranhão. Entre 1946 e 1951, passa a publicar regularmente no suplemento literário da Folha do Norte, editado também por Haroldo, os poemas que viriam a integrar o seu livro de estreia, O estranho (1952). Em fins de 1949, casa-se com Maria Laïs Teixeira Godinho Martins, que lhe dá duas filhas, Graça e Nazaré.
Benedito Nunes, no longo prefácio que escreveu para a edição de Não para consolar (“Max Martins, Mestre-Aprendiz”, 1992), afirma que “Dois fatos relevantes em nossa vivência geracional contribuíram para o desenvolvimento da poesia de Max, ulteriormente à publicação de O estranho: a convivência intelectual com Robert Stock e o impacto do livro de Mário Faustino, O homem e sua hora”.
Max publicou intensamente durante toda a década de 1980 e, pela primeira vez, participou de viagens para leituras de poesia (Rio, Salvador e a mais longa delas, a que o levou ao Missouri, EUA, a convite do poeta norte-americano James Bogan). É nesta década também que constrói a sempre sonhada cabana na praia do Marahu, na ilha do Mosqueiro, emblemática dentro de sua obra. Mantém intensa cooperação também com Age de Carvalho, com quem passará longa temporada de seis meses em Viena, Áustria, em 1990.
De 1991 a 1994, dirigiu a Fundação Cultural Casa da Linguagem, em Belém. Em 1993, recebeu o Prêmio Olavo Bilac de poesia, da Academia Brasileira de Letras, pelo livro Não para consolar. Sai na Alemanha a tradução de Para ter onde ir (Der Ort Wohin), de Burkhard Sieber, em 2006. Foi funcionário público da extinta Sucam, órgão do Ministério da Saúde, mas, sobretudo, “viveu a poesia que escreveu”, ainda nas palavras de Benedito Nunes, a verdadeira profissão e ocupação de toda a vida. Em 2001, a UFPA concedeu-lhe o título de Doutor Honoris Causa. Max Martins faleceu em 9 de fevereiro de 2009, em Belém, aos 82 anos.
Serviço
Lançamento do livro Say it (over and over again), de Max Martins, com selo ed.ufpa
17 de dezembro de 2021, às 17h
Local: Museu da UFPA (Av. Gov. José Malcher, 1192)
Obrigatório o uso de máscara e a apresentação do cartão de vacinação.
Conheça os outros volumes da Coleção aqui.
Texto: Divulgação Editora da UFPA
Fotos: Livros - acervo da Editora da UFPA; Foto de Max Martins: Eduardo Kalif; Foto de grupo na cabana Porto Max - Octavio Cardoso; Demais fotos - acervo de divulgação.
Redes Sociais