Combate ao fechamento das Escolas no Campo é tema de Seminário no Campus de Castanhal
O Fórum Paraense de Educação no Campo (FPEC) e os Fóruns Regionais de Educação do Campo realizam o V Seminário de Combate ao Fechamento das Escolas do Campo, Indígenas e Quilombolas no Estado do Pará em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). A ação ocorre no dia 8 de abril de 2022, das 8h30 às 12h30, no Ginásio de Esportes da UFPA, Campus de Castanhal. O objetivo é reunir gestores públicos, representantes de movimentos sociais e sindicais, professores e estudantes das universidades e redes de ensino para impedir que as escolas continuem sendo fechadas.
O seminário busca, ainda, ampliar a articulação com os povos indígenas, quilombolas e extrativistas, para retomar as lutas presenciais de fortalecimento da educação nos próprios territórios. Também são pautas reivindicadas pela organização do evento combater o avanço da política de nucleação vinculada ao transporte escolar, que fecha escolas nas pequenas comunidades de povos tradicionais e camponeses, a implantação do ensino médio presencial e a invisibilização causada pela reforma do ensino médio. As inscrições podem ser realizadas pelo formulário disponível aqui.
“Nossas expectativas são, principalmente, sensibilizar os gestores das Secretarias e dos Conselhos de Educação para que cumpram a legislação educacional vigente, parem de fechar as escolas, invistam nas políticas e nos processos educativos realizados nessas escolas e assegurem o atendimento de forma diferenciada à educação dos povos quilombolas, indígenas, extrativistas, agricultores familiares, assentados, ribeirinhos”, afirma Salomão Hage, organizador do evento e coordenador do FPEC.
A primeira edição do seminário aconteceu em 2018 e conseguiu reunir cerca de 500 pessoas de vários municípios no Campus de Castanhal da UFPA. Em razão das reivindicações dos participantes, foi criado um Disk Denúncia, em parceria com o Ministério Público do Estado do Pará, para denunciar casos de fechamento de escolas ou descumprimento da legislação vigente.
Os organizadores da ação, Salomão Hage, Eula Nascimento e Renilton Cruz, reiteram a situação atual de desmonte de políticas que asseguram o direito à educação de povos camponeses, indígenas e quilombolas. “Estes grupos vêm sofrendo não só com o fechamento das escolas nos territórios e com o avanço da política de nucleação vinculada ao transporte escolar, mas também, fundamentalmente, com o não investimento nas políticas educacionais que atendem às diversidades”, conclui.
Fechamento de escolas - Segundo dados do Censo Escolar do INEP, nos últimos vinte e um anos (2000-2021), há um total de 151.785 escolas fechadas no Brasil, sendo 104.385 nos territórios rurais e 47.400 nos territórios urbanos. Em 2020, cerca de 291 escolas foram fechadas em áreas rurais do estado do Pará. Esses fatores evidenciam a negação do Direito à Educação dos povos camponeses, indígenas e quilombolas e impactam negativamente na qualidade dos processos educativos dos sujeitos em seus territórios. Ações como o V Seminário de Combate ao Fechamento das Escolas do Campo desenvolvem uma mobilização para sintonizar as políticas e práticas educativas sintonizadas com as demandas e os interesses dos povos tradicionais e camponeses da Amazônia Paraense.
Serviço:
V Seminário de Combate ao Fechamento das Escolas do Campo
Inscrição até o dia 8 de abril.
Formulário disponível aqui.
Texto: João Freitas - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Arte: Divulgação
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