Labvir oferece serviço de atendimento para pessoas com HTLV
O Laboratório de Virologia (Labvir) do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal do Pará realiza o serviço de atendimento à pessoa vivendo com HTLV. A ação, que teve início em 2021 com a consolidação de dois projetos de pesquisa financiados pelo Ministério da Saúde, busca incentivar o diagnóstico, o acolhimento e o acompanhamento das pessoas diagnosticadas com HTLV por profissionais da área da saúde.
O vírus, de nome científico T-linfotrópico humano (HTLV), pertence à família Retroviridae, sendo da mesma família do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), pode ser transmitido por amamentação, por via transplacentária ou pelo canal do parto, por sangue (transfusões com sangue contaminado), compartilhamento de agulhas, seringas, objetos cortantes ou por relação sexual sem o uso de proteção. O agente etiológico é relacionado com diferentes doenças, como leucemia, doença neurológica inflamatória, doença pulmonar, dermatite, artropatia e outras.
Não há vacina contra esse vírus ou tratamento que elimine sua infecção — por esse motivo o diagnóstico precoce é de extrema importância como medida de prevenção e de controle da sua transmissão, além de se poder monitorar o surgimento de sinais e sintomas relacionados com a infecção. Em casos de doenças neurológicas, o diagnóstico precoce permite, ainda, realizar intervenções clínico-terapêuticas que retardam os sintomas decorrentes da neurodegeneração, responsáveis por causar dificuldades de locomoção e outros problemas.
“No Brasil são poucos os grupos de pesquisa que realizam diagnóstico da infecção pelo HTLV. O Laboratório de Virologia da UFPA vem trabalhando nesta área desde a década de 1980 e, hoje, constitui um dos grupos brasileiros com destaque nas pesquisas sobre o vírus. Neste momento, o LabVir lança mão de sua estrutura e de expertise de pesquisa para oferecer um serviço especializado e diferenciado à população de Belém e do estado do Pará, com possibilidade de expansão do serviço para os estados vizinhos do Tocantins e do Maranhão, que integram a rede de colaboradores”, informa o coordenador do Labvir, professor Antonio Vallinoto.
Atendimento - A pessoa interessada deve se encaminhar ao Laboratório de Virologia do ICB, localizado próximo do Portão 1, no campus Básico, bairro do Guamá. É necessário apresentar o encaminhamento médico que solicita o exame de pesquisa de infecção pelo HTLV. O atendimento no Labvir ocorre às sextas-feiras pela manhã, das 8h às 12h.
O diagnóstico é realizado por meio de dois testes laboratoriais a partir de uma amostra de sangue coletada no laboratório. O primeiro teste permite detectar a presença de anticorpos contra o vírus, chamado de teste de triagem. No caso de positividade, a amostra de sangue do paciente segue para um segundo teste, que detecta a presença do material genético do vírus, chamado de teste confirmatório.
Uma vez diagnosticada a infecção, o paciente será encaminhado para o atendimento com uma enfermeira docente da UFPA, realizado conforme agendamento, a fim de realizar o acolhimento e o aconselhamento do paciente, e averiguar possíveis sinais e sintomas clínicos das doenças associadas ao vírus. Em caso de algum sintoma de doença relacionada com o HTLV ser observado, o paciente é encaminhado para um dos médicos que colaboram com o projeto e que atendem na Unidade Básica de Saúde do Jurunas, localizado na rua Fernando Guilhon, bairro da Cremação.
“O Brasil é um dos países com maior prevalência de infecção pelos HTLV-1/2. Estima-se que um milhão de pessoas sejam portadoras do vírus no Brasil, e o Pará é um dos três estados brasileiros com alta frequência de casos de infecção, juntamente com Maranhão e Bahia. Sendo assim, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar a disseminação do vírus na medida em que o indivíduo diagnosticado recebe aconselhamento sobre as formas de transmissão do vírus”, complementa Vallinoto.
Serviço:
Serviço de Atendimento à Pessoa Vivendo com HTLV
Horário: das 8h às 12h, às sextas-feiras.
Local: Laboratório de Virologia, campus Básico, bairro do Guamá.
Texto: João Freitas - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Foto: Divulgação Labvir
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