Universidade, movimentos sociais, governos e setor produtivo discutem desenvolvimento regional em Salinópolis
Temas como desenvolvimento regional, territórios, políticas públicas e cultura foram focos dos debates promovidos pelo II Colóquio Mesorregional de Governança do Nordeste Paraense, que ocorreu de 30 de maio a 1o de junho de 2022, no auditório da Casa de Cultura Fonte do Caranã, em Salinópolis, no nordeste paraense. O evento foi organizado pela Diretoria de Relações Interinstitucionais e Sociais da Pró-Reitoria de Extensão, em parceria com os Campi Universitários de Salinópolis, Capanema e Bragança e o Instituto de Estudos Costeiros da UFPA.
Ao longo de sete mesas e uma conferência, nos últimos três dias, pesquisadores e gestores da Universidade, membros de movimentos sociais e da sociedade civil, representantes governamentais e do setor produtivo fizeram apresentações e debateram assuntos centrais para pensar e buscar soluções para questões regionais.
O pró-reitor de Extensão da UFPA, Nelson Souza, fez um balanço do evento: “O colóquio é um experimento bem-sucedido e muito importante. Mas ele é disparador, não é um fim em si mesmo. Queremos que, a partir de agora, nós possamos unir forças, energias, para criar redes voltadas para o desenvolvimento regional. Esta será a nossa base da UFPA no nordeste paraense: construir programas estratégicos estruturantes com prefeituras, legislativos, setor produtivo, movimentos sociais, organizações sociais e atores territoriais da região. O evento termina agora com esse convite para enfrentarmos as questões conjuntamente, com cooperação”.
O pró-reitor também anunciou que, a partir de 2 de janeiro de 2023, com a curricularização da extensão nos cursos de graduação, os cerca de 36 mil alunos da Instituição passarão a atuar em atividades de extensão. Atualmente, a UFPA possui cerca de 8 mil alunos participando de projetos de extensão. “Daremos um grande salto na atuação social da Universidade, em todas as mesorregiões. É uma outra universidade. Os alunos serão os grandes protagonistas da UFPA nos próximos anos. Eles nos formarão, serão nossas bússolas. Será uma modificação extremamente sensível”, celebra.
Temas estratégicos - Na conferência de abertura, o pesquisador Allan Kardec Barros, professor titular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e presidente da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), apresentou o panorama da exploração e produção de petróleo no mundo e no Brasil. Evidenciou o potencial do setor na Amazônia, especialmente na Bacia Pará-Maranhão, além de destacar os desafios socioambientais e econômicos que envolvem a atividade.
A temática também teve continuidade na manhã do dia 31 de março, com a Mesa “Matriz Energética, Mineração, Cadeias Produtivas e Atuação Sindical”, que discutiu políticas no setor de Mineração e Energia no estado do Pará com representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), do Sindicato dos Petroleiros do Pará (Sindipetro) e da UFPA, por meio de pesquisas socioambientais do Instituto de Estudos Costeiros, sediado em Bragança, e pesquisas em Ciência e Engenharia de Petróleo no âmbito do curso de Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo do Campus Universitário de Salinópolis.
Ainda no segundo dia de evento, foram debatidos territórios e governança no nordeste paraense na Mesa “Gestão Municipal, Regularização Fundiária e Territórios Quilombolas”. Foram feitas apresentações sobre os sistemas de informação de custos para gestão de municípios, a experiência do Programa Rede Amazônia com a regularização de terras em vários estados do Norte e a defesa de territórios quilombolas como questão de direito e cidadania.
Educação, direitos humanos e cultura - A educação básica e a educação do campo também estiveram em pauta na Mesa “Educação e Formas de Resistência Camponesa no Nordeste Paraense”, com relatos de pesquisa e das experiências do Movimento Camponês Popular, assim como dos desafios para o financiamento da educação nesta região do estado.
Na Mesa “Diversidade, Direitos Humanos e Políticas de Enfrentamento à Violência”, o foco foi debater as mais diversas formas de violência contra as mulheres, o racismo e a LGBTfobia. Já na Mesa “Economia Criativa e o Papel das Incubadoras de Políticas Públicas para o Desenvolvimento”, foi possível conhecer as experiências da Incubadora de Políticas Públicas da Amazônia (IPPA), da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Econômicos Solidários (ITCPES) e do Grupo Enactus-Bragança, todos da UFPA.
As políticas de patrimônio imaterial, a luta de povos indígenas por seus territórios e culturas e o desenvolvimento de atividades em torno do turismo em Salinópolis foram abordados na Mesa “Território, Patrimônio Cultural e Sustentabilidade”. Também foram discutidas políticas de saúde, com as experiências do Sistema Único de Saúde no nordeste paraense, do Programa de Extensão da UFPA Multicampi Saúde e da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher e da Criança, ofertada pela UFPA em parceria com o Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria, em Bragança-PA.
Outros colóquios mesorregionais serão promovidos, com o objetivo de evidenciar o papel de mediadora e integradora social da Universidade, para além de produtora de conhecimento científico e formadora de recursos humanos. Todas as atividades do II Colóquio foram gravadas em áudio e vídeo, com acessibilidade em Libras, e deverão ser disponibilizadas em breve para acesso on-line.
Leia também: Colóquio discute desenvolvimento, território, cultura e políticas públicas no nordeste paraense
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes - Ascom UFPA
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