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Teste do suor: Barros Barreto dispõe de exame para identificar a fibrose cística

  • Publicado: Quarta, 31 de Agosto de 2022, 15h11

HUJBB Foto Alexandre Moraes ascom

De que forma sintomas comuns como tosse frequente, dificuldade de ganhar peso, diarreia e suor salgado, que se assemelham a outras enfermidades, podem ser associados e identificados quando há a suspeita de uma doença genética como a fibrose cística? Por meio do teste do cloreto do suor, realizado no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB-UFPA), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), referência estadual no tratamento da fibrose cística, os usuários podem analisar a suspeita ou a presença da doença e, caso necessário, dispor de tratamento da fibrose cística no HU Barros Barreto. 

“A fibrose cística é a doença genética mais frequente da infância. É uma doença sistêmica. Ela afeta as glândulas exócrinas e pode comprometer as vias respiratórias e o sistema digestivo. Essa doença pode ocasionar danos desde os pulmões e seios da face até o intestino da pessoa”, cita a coordenadora do Ambulatório de Fibrose Cística do HUJBB, doutora Valéria Martins. Ressalta-se que um gene defeituoso faz com que o corpo do paciente doente produza muco mais espesso que o normal.  

As secreções, muito viscosas, podem obstruir o ducto do pâncreas, comprometendo a digestão e absorção dos nutrientes. Em razão disso, o paciente pode ter complicações intestinais e dificuldade de ganhar peso. Com o tempo, algumas pessoas com a doença podem apresentar baixa estatura, pancreatite e, em casos mais graves, desenvolver a diabetes ou a cirrose biliar hepática. 

No HU Barros Barreto, o teste do suor pode ser aplicado para o público infantil e adulto. Para crianças de até 2 anos de idade realizarem o teste, é necessário apresentar: xerox da certidão de nascimento, cartão do Sistema Único de Saúde e comprovante de residência. Para os adultos, é solicitado somente um encaminhamento médico.  

“Atendemos crianças de vários locais. Já atendi uma criança indígena que veio lá da divisa do Tocantins. Nossa prioridade é que as pessoas com suspeita façam o teste, porque ele é de difícil acesso, tem alto custo. E o Hospital Barros Barreto é o coração deste tipo de exame”, ressalta a técnica de enfermagem do HU João de Barros Barreto Letícia Martins dos Santos.  

Os pacientes com o diagnóstico de fibrose cística podem ter o acompanhamento multidisciplinar da equipe do Hospital Universitário João de Barros Barreto, composta por pediatra, psicóloga, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta, farmacêutica, enfermeira, cardiologista e endocrinologista. 

Estima-se que a doença afete cerca de 70 mil pessoas no mundo, segundo dados do Ministério da Saúde. A depender do tipo de mutação genética, a fibrose cística pode ser mais ou menos branda e afetar órgãos distintos dos pacientes. Diante disso, parte do tratamento oferecido no HU Barros Barreto tem base na reposição de vitaminas, de enzimas e no uso de nebulizações com soro fisiológico.  

Para a prevenção da doença, é importante estar atento aos sintomas, sobretudo porque “alguns pacientes podem chegar a óbito por pneumonia de repetição, sem serem identificados, objetivamente, como uma ocorrência de fibrose cística”, cita a doutora Valéria Martins, pediatra do HU Barros Barreto, alertando acerca da possibilidade de subnotificação do diagnóstico da doença. Nesse contexto, “é necessário também estar atento e realizar o teste do pezinho nos recém-nascidos e acompanhar esse resultado, além de testes genéticos, para identificar essa e outras doenças que estagnam o desenvolvimento da criança”, complementa a doutora Valéria. 

Texto: Victor Hudson – Jornalista CHU-UFPA/EBSERH
Foto: Alexandre de Moraes - Ascom UFPA

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