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UFPA recebe patente pelo desenvolvimento de armaduras de cisalhamento para estruturas de concreto

  • Publicado: Segunda, 05 de Setembro de 2022, 14h26

Patente Engenharia

Armaduras de cisalhamento para estruturas de concreto. Um produto inteiramente pensado e desenvolvido por um grupo de professores e pesquisadores da Universidade Federal do Pará recebeu, no mês de agosto, uma Carta Patente emitida pelo Ministério da Economia, por meio do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Inicialmente, idealizadas, em 2010, pelo professor Maurício de Pina Ferreira, e, desde 2013, desenvolvida em colaboração com os professores Aarão Lima Neto e Manoel Pereira Filho, além do pesquisador Rafael Barros, a Carta Patente reconhece que, tecnicamente, o produto desenvolvido na UFPA apresenta efeitos novos, caracterizando atividade inventiva com forte apelo para aplicação industrial. 

Trata-se de armaduras pré-fabricadas, formadas por vergalhões de aço, com produção em caráter industrial, que foram desenvolvidas com o objetivo de reduzir os riscos associados ao erro humano no canteiro de obras, simplificando o processo construtivo de lajes planas de concreto.

“Tudo começou com um problema, que, na época, vinha do fato de as armaduras de cisalhamento para lajes com características industriais existentes serem caras, de difícil acesso fora do eixo Sul-Sudeste do Brasil, e de que seu uso acabava por gerar dificuldades construtivas no canteiro de obras, uma vez que sua instalação gera conflitos de posicionamento com as demais barras das lajes. A nossa ideia busca solucionar estas e outras questões, e, em 2013, conseguimos os primeiros recursos para custear ensaios iniciais. Em 2015, já com vários ensaios feitos e certos da eficiência do nosso invento, fizemos o depósito do pedido de patente. Desde então, muitos outros ensaios foram realizados, o que requereu o investimento de tempo e de recursos. No entanto os frutos já estavam sendo colhidos, uma vez que, como produto desta ideia, foram concluídas, até o momento, cinco dissertações de mestrado e uma tese de doutorado”, conta Maurício Pina, que, atualmente, é coordenador da Faculdade de Engenharia Civil da UFPA.

Patente Engenharia 1Além disso, este produto, que já resultou ainda em vários artigos publicados em nível nacional e internacional, serviu de motivação para a criação de um novo Laboratório de Estruturas, instalado no Núcleo de Desenvolvimento Amazônico em Tucuruí, e tem sido alvo de vários trabalhos desenvolvidos por discentes do curso de Pós-Graduação em Engenharia de Infraestrutura e Desenvolvimento Energético (PPGINDE), contribuindo para a expansão do projeto de interiorização da Universidade

“Já foram investidos mais de 80 mil reais apenas em recursos de custeio para o desenvolvimento deste produto, e nosso sentimento com a emissão da Carta Patente é de orgulho, pois ela reconhece que nossos esforços se justificavam. Mas temos muitos desafios ainda pela frente, sendo o principal deles buscar parceiros para transferir esse produto para a indústria”, afirma Pina.

O professor Maurício Pina considera o patenteamento do produto um resultado bastante positivo. A duração da patente será de 20 anos, tanto no Brasil quanto no exterior. Segundo o pesquisador, a concessão de uma patente não é algo comum, tendo a UFPA alcançado em torno de 40 patentes nos últimos 10 anos. 

“Na Engenharia Civil, mais especificamente na área de Estruturas de Concreto, isso é ainda mais difícil, uma vez que trabalhamos com um material criado no final do século XIX”, destaca. “Portanto apresentar hoje, em pleno século XXI, uma ideia original referente a algo tão antigo é motivo para se comemorar”.

Patente Engenharia 2O que é - A patente é uma concessão pública, conferida pelo Estado, que garante ao seu titular a exclusividade ao explorar comercialmente a sua criação. Para conceder a Carta Patente ao produto em questão, segundo relata o professor Maurício, o INPI solicitou uma série de relatórios que distanciasse o produto de outros similares que já poderiam estar sendo explorados no mercado, justificando tecnicamente as diferenças do produto e caracterizando a inovação presente em sua fabricação e utilização.

Esta é uma conquista importante, resultado de 12 anos de trabalho, e hoje temos um produto em estágio avançado de desenvolvimento”, observa. “Temos não só o produto, mas também inúmeros avanços teóricos, que orientam o dimensionamento de estruturas de concreto com a sua utilização, bem como regras de fabricação, detalhamento e instalação”, acrescenta Pina.

Em 2020, inclusive, o professor foi procurado por uma importante empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo, interessados em conhecer as armaduras desenvolvidas na UFPA, mas como ainda não havia patente, não foi feito nenhum convênio ou parceria.

Superação - Assim, para o pesquisador, a concessão da patente representa uma história de superação, que envolveu alunos, professores e pesquisadores. “Tudo feito em uma década em que os recursos públicos de financiamento para pesquisa praticamente desapareceram e que tivemos que buscar outros meios de apoio. Neste contexto, foi fundamental contar com a vontade e dedicação dos estudantes e com o apoio institucional da administração superior da UFPA, bem como da Eletronorte, que acreditaram no nosso trabalho”, lembra Maurício Pina, que reforça a importância de se investir no aprimoramento da indústria da construção civil, que tem papel importante na economia do país. “Certamente, demos um passo importante para permitir o aprimoramento das técnicas construtivas no país e também no exterior”.

Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Divulgação 

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