UFPA e Alcoa são parceiras na oferta do curso de Especialização em Engenharia Geotécnica

A Universidade Federal do Pará (UFPA) firmou convênio de cooperação técnica, na terça-feira, 13 de setembro, com a Alcoa Brasil, empresa nacional no setor de bauxita, alumina e alumínio. Em princípio, o convênio possibilita a abertura da primeira turma do curso de Especialização em Engenharia Geotécnica, que já está em fase de processo seletivo no Campus Universitário de Tucuruí da UFPA. Outras parcerias que podem advir do convênio consistem em investimentos em pesquisas, formação de pessoas, desenvolvimento social regional, iniciativas de sustentabilidade e campanhas de conscientização ambiental.

O presidente da Alcoa Brasil, Otavio Carvalheira, foi recebido pelo reitor Emmanuel Zagury Tourinho. Também participaram da reunião, o gerente de Relações Internacionais da Alcoa, Emerson Rocha; o diretor de Recursos Humanos da Alcoa, André Rolim; e o assessor da UFPA junto ao setor industrial, José do Egypto Soares Filho. Também estiveram presentes a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp) da UFPA, Iracilda Sampaio; o diretor de Capacitação da Propesp, Gustavo Melo; a coordenadora do curso de Especialização resultante da parceria, professora Fernanda Gouveia; e o diretor adjunto do Núcleo de Desenvolvimento Amazônico em Engenharia (NDAE/UFPA-Tucuruí), professor Junior Ishihara.

Aproximação com a academia - Otavio Carvalheira manifestou-se feliz pela celebração do convênio e que espera poder aproximar bem mais a empresa da academia e da ciência, em favor de uma produção industrial e do desenvolvimento regional alinhados às necessidades da população local e da sustentabilidade ambiental.

“O Pará é um estado de muitas riquezas e grande potencial. A missão da Alcoa é transformar essa riqueza em progresso, por meio da mineração. O alumínio tem um papel relevante no setor industrial, seja no setor de transporte, por meio da produção automobilística, seja no setor de geração de energia limpa, por meio da infraestrutura necessária à construção de sistemas de transmissão”, pontuou Carvalheira.

A principal reserva de exploração de bauxita da Alcoa Brasil está localizada em Juruti, município do estado do Pará, na Mesorregião do Baixo Amazonas. Tal reserva possui uma projeção de vida de mais de 100 anos. Segundo explicou o presidente da Alcoa, 90% da bauxita extraída da reserva é transferida via porto próprio e transformada em alumina/alumínio em uma refinaria em São Luís-MA para, após, ser vendida e atender o próprio país. Somente 10% desse produto final é destinado à exportação. Além do interesse da empresa em manter e fazer circular os recursos gerados na própria região, há ainda necessidade de aproveitar para a empregabilidade os recursos humanos locais, daí a viabilização da formação e qualificação de profissionais nas áreas de Engenharia e Geotecnia.

“Não queremos apenas ter acesso ao recurso. Queremos também entender como usá-lo de forma sustentável e, assim, cumprir nossa função social de maneira conjunta com o povo no que consiste do entendimento quanto aos biomas amazônicos. Nosso interesse é em recursos e em biotecnologia, de forma a também contribuir com a comunidade, por meio do fomento à economia, educação e governança social”, disse o presidente.

Fortalecimento - O reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, disse que a parceria com a Alcoa é bem-vinda e que investimentos do setor industrial em ciência e em desenvolvimento social, aí incluída a educação, são importantes para o desenvolvimento do estado do Pará. A parceria com a empresa, nesse momento, vem contribuir com o trabalho da UFPA, instituição com a maior capilaridade no estado, estando hoje presente em mais de setenta dos 144 municípios paraenses.

“Queremos contribuir em todas as áreas do conhecimento, em particular aproximando a pesquisa voltada ao aproveitamento de recursos naturais e a pesquisa sobre o desenvolvimento social das comunidades locais, de modo a ter uma universidade de excelência e que, ao mesmo tempo, faça a  diferença para os povos da Amazônia, com os quais precisamos estar conectados”, ressaltou Emmanuel Tourinho. “Fazer pesquisa na Amazônia envolve lidar com grandes desafios, sempre orientados pela necessidade de inclusão das populações e de formação para a cidadania”, acrescentou.

Segundo Emmanuel Tourinho, é muito contrastante o fato de, no Brasil, na Amazônia, e em especial no Pará, haver tantas riquezas e, ao mesmo tempo, extrema pobreza de grande parcela da população. “Além disso, inciativas que funcionem de modo a manter a floresta em pé são essenciais. Falta consciência ambiental à altura da crise climática pela qual estamos passando. Se há comprometimento com a conservação do meio ambiente, estamos aptos e dispostos a colaborar”.

Pós-Graduação – O curso de Especialização em Engenharia Geotécnica ofertado pela UFPA em parceria com a Alcoa tem por objetivo qualificar e atualizar os conhecimentos técnicos dos profissionais da empresa, tendo em vista os desafios do setor após mudanças e novas exigências da legislação brasileira. A turma, a ser sediada no Campus Universitário de Tucuruí da UFPA, será formada por 20 colaboradores da empresa, destinando ainda seis vagas para a demanda social, ou seja, de ampla concorrência.

O processo seletivo para a demanda social já está em andamento, na etapa das entrevistas, e deve ser concluído em breve. A aula magna do curso está programada para o dia 29 de setembro de 2022.

Segundo a coordenadora, professora Fernanda Gouveia, que atua na área de barragens desde de 2016, tendo inclusive acompanhado a implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens, a expectativa é a de que, ao final do curso, todos os trabalhos de concluintes gerem artigos científicos a serem publicados na Revista Brasil Mineral. “Além deste ganho, o financiamento do curso proporcionará a melhoria do laboratório de solos da UFPA - Campus Tucuruí, uma vez que serão adquiridos equipamentos aplicados nas pesquisas de solos”, comemora.

Para saber mais sobre o NDAE/UFPA, acesse o site.

Texto: Jéssica Souza – Ascom UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes