Turma do Parfor analisa IDEB de municípios da região do Xingu em ação de extensão da UFPA
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de municípios da região do Xingu foi tema de uma ação de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA) no curso de Licenciatura em Matemática, na turma sediada no município de Anapu, por meio do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor). O resultado da ação foi apresentado em um evento com a presença de diretores de escolas públicas, de servidores da Secretaria Municipal de Educação de Anapu e da comunidade escolar da Escola Estadual Maria José Santana, em Anapu, que recebeu a apresentação.
Coordenada pelos professores Marcos Diniz e Marina Yassuko, a ação propôs que a turma analisasse o IDEB dos municípios em comparação com as metas observadas e projetadas do estado do Pará e do Brasil, tanto nas séries iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) como nas séries finais (6º ao 9º ano) e no ensino médio, com informações da base de dados do Ministério da Educação. Dividida em grupos, a turma analisou os índices dos municípios de Altamira, Brasil Novo, Porto de Moz, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu.
"Verificamos que era possível fazer o levantamento de todas as escolas dos municípios. E assim foi feito. Os alunos fizeram o levantamento, e cada escola teve sua nota levantada e colocada em planilha, comparando o desenvolvimento por escola, município e estado. Eles se desdobraram, conseguiram fazer os levantamentos estatísticos, fazer o trabalho com as planilhas, gerar os gráficos, montar os slides para as apresentações e, além disso, cada grupo produziu um banner com informações principais de comparação dos IDEBs dos municípios estudados, com o estado e com o Brasil", detalha o professor Marcos Diniz.
A ação foi resultado da integração entre as disciplinas de Estatística e Informática para o Ensino da Matemática. "Além de trabalhar as competências e habilidades ligadas a essas duas disciplinas, também há o objetivo de poder dar alguma contribuição para os municípios da região. Isso é importante até porque todos esses alunos são professores na região, alguns até em cargos de gestão, como diretor de escola", explica Diniz.
Para ele, essa devolutiva à sociedade está na "alma" do trabalho de extensão. "Também tem o objetivo educativo para nossos alunos/professores de sublinhar, ainda mais, a importância de dar atenção a esses dados educacionais. Faz parte da formação do professor não só saber ensinar, mas também acompanhar os índices de desempenho de sua escola, de seu município, de seu estado, ter um olhar atento para essas avaliações que são feitas, porque elas podem e devem balizar as ações estratégicas para o desenvolvimento da educação. O impacto que uma ação dessa tem não depende só de nós, da universidade e dos alunos. Depende também do poder público, das Secretarias de Educação e das escolas participantes. As pessoas que estão na gestão podem olhar para o trabalho e tirar informações interessantes para balizar políticas estratégicas para sua região", opina o professor.
A ação partiu de uma sugestão da professora Joelma Morbach, quando ministrou aulas na turma de Anapu. "A ideia surge do fato de que, cada vez mais, sentimos a necessidade de conhecer os nossos indicadores educacionais (tanto na educação básica quanto na superior) reconhecendo-os como balizadores de ações e iniciativas voltadas para a melhoria das políticas educacionais e da eficiência na execução destas. A ação representa para os professores e para os gestores dos municípios a oportunidade de, com base no diagnóstico, poder pensar um planejamento da educação do município, com foco nos resultados que pretendem alcançar", explica a professora.
Impactos da ação - Além dos conhecimentos promovidos, a ação de extensão abriu os olhos dos discentes da turma para os índices educacionais, de acordo com o aluno Rogério Neves, professor da Rede municipal de Anapu e chefe da turma de Matemática no município. "A análise faz com que nós, professores, nos questionemos. O que que eu preciso melhorar para minha escola conseguir atingir a meta [no IDEB]? O que eu posso fazer de melhor? Eu posso influenciar outros professores a melhorarem para a minha escola, para o meu município conseguir atingir essa meta projetada?", indaga o educador.
"Esta ação foi importante porque nos ajudou a ter uma leitura mais detalhada dessas informações do IDEB. Levou também a gente a dar mais importância para esses dados, porque ele retrata, nacionalmente, a realidade de uma escola, a realidade de um município, então é importante dar atenção para isso. A gente consegue analisar quais são os fatores que estão influenciando para que uma escola consiga atingir a meta projetada, quais os fatores que influenciaram para que determinada escola, determinada cidade, não consiga atingir a meta do IDEB", explica Rogério.
Para Fábio Brito, aluno da turma de Matemática e diretor de Ensino na Secretaria Municipal de Educação de Anapu, a ação foi transformadora para ele, como professor e como gestor. "A ação abriu um leque de visão para os acadêmicos, a importância de ir além da nossa situação no município de Anapu, ir além das informações que a gente tinha por intermédio da Secretaria Municipal de Educação. Motivou diretores, coordenadores e professores a alinhar peças para garantir uma mudança para o nosso IDEB em Anapu, fortalecer mais, enriquecer mais as nossas estratégias", detalha Fábio.
O coordenador local do Parfor UFPA em Anapu, Juscelino Luciano, espera que os resultados da ação possam chegar a mais atores da educação pública, "A ação trouxe para os diretores o grande desafio de olhar com mais afinco para a análise desses dados. Essa ação não pode ficar aqui como uma palestra, ela tem que ser levada para a escola e para todo o corpo docente e os discentes, para desenvolver, o melhor possível, a qualidade da educação", comenta o coordenador.
Juscelino acredita que o trabalho pode ampliar o diálogo entre os alunos da turma, que são professores da rede básica, os diretores e os secretários de Educação. "O Parfor faz com que nossos professores possam ser qualificados e possam contribuir, cada vez mais, com a educação no município. É uma formação inicial que também se torna uma formação continuada, porque faz com que nossos professores que já estão na rede possam ter, mais ainda, conhecimento para ajudar no desenvolvimento da educação básica no município", conclui.
Texto e fotos: Alexandre Yuri Nascimento - Ascom Parfor UFPA
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