Livro inédito de Max Martins, publicado pela Editora da UFPA, é finalista da categoria Poesia do Prêmio Jabuti 2022

O livro Say it (over and over again): poemas inéditos, esparsos & fragmentos, de Max Martins, publicado pela Editora da Universidade Federal do Pará (ed.ufpa), está entre os dez finalistas da categoria Poesia do Prêmio Jabuti 2022, da Câmara Brasileira do Livro, um dos principais reconhecimentos a escritores, editoras e profissionais dedicados à editoração de livros no país. No dia 8 de novembro, serão anunciados os cinco finalistas e, no dia 24 de novembro, os vencedores do Prêmio Jabuti 2022.

O livro Say it encerra os trabalhos de reedição da poesia completa do poeta, planejada em onze volumes, com organização e projeto gráfico de Age de Carvalho. A obra reúne a poesia inédita de Max Martins e a publicada, esparsamente, em jornais e revistas, além de fragmentos extraídos de diversas fontes, a maior parte do acervo do poeta, adquirido pela UFPA em 2010 e conservado no Museu da Universidade Federal do Pará. O livro também apresenta alguns manuscritos originais do poeta em fac-símiles e tem posfácio assinado por Benedito Nunes.

Para o reitor da UFPA, “A classificação de Say it entre os dez finalistas do Prêmio Jabuti 2022 é motivo de grande alegria para todos nós, da UFPA. Representa o reconhecimento merecido da obra de Max Martins, um de nossos mais importantes poetas, e premia também o trabalho extraordinário que vem sendo realizado pela Editora da UFPA em favor da cultura paraense”.

As filhas do poeta, Maria da Graça Godinho Martins e Maria de Nazaré Godinho Martins, celebraram: “Nós, da Família Martins, ao sabermos que o poeta Max Martins está entre os dez finalistas do Prêmio Jabuti 2022, na categoria Poesia, já nos sentimos premiados. Agradecemos à Editora da UFPA pela edição e inscrição da obra no evento. Lisonjeados e emocionados, damos um VIVA Max Martins”.

Finalistas - Com Say it, são finalistas da categoria Poesia do Prêmio Jabuti 2022 as seguintes obras: A Pele da Pitanga, de Jéssica Iancoski (Editora Toma aí um poema); Algo antigo, de Arnaldo Antunes (Companhia das Letras); Até aqui, de Lubi Prates (Peirópolis); Extraquadro, de Ricardo Aleixo (Impressões de Minas); Impressão sua, de André Dahmer (Companhia das Letras); Palavra Preta, de Tatiana Nascimento (Organismo); Risque esta palavra, de Ana Martins Marques (Companhia das Letras); Robinson Crusoé e seus amigos, de Leonardo Gandolfi (Editora 34); e Também guardamos pedras aqui, de Luiza Romão (Nós).

A primeira edição do Prêmio Jabuti ocorreu em 1959 e, desde então, anualmente, a Câmara Brasileira do Livro promove a premiação, considerada, por sua abrangência, o maior e mais completo prêmio do livro no Brasil.

Saiba mais sobre o Prêmio Jabuti e os finalistas em todas as categorias.

A Coleção - O projeto de reedição da obra de Max Martins foi iniciado em 2015 com a publicação de três volumes: O estranho, Colmando a Lacuna eCaminho de Marahu. Em 2016, foi a vez de H'Era, O Risco Subscrito, A Fala entre Parêntesis (com Age de Carvalho) e Para ter Onde Ir. Em 2018, mais três volumes foram publicados: Anti-Retrato, 60/35 e Marahu Poemas. Pela primeira vez, os livros de Max Martins ganham reedições em volumes independentes.

Em edição de luxo, capa dura revestida em linho, sobrecapa com fotos de Béla Borsoi, fina impressão e prefaciadores de alcance nacional, as publicações da Coleção marcam o retorno ao cenário literário daquele que é considerado por muitos o maior poeta paraense, ampliando o alcance de sua poesia para além das fronteiras do estado.

Sobre o autor - Max Martins nasceu em 20 de junho de 1926, em Belém do Pará. Foi companheiro de geração de Benedito Nunes, Mário Faustino, Haroldo Maranhão, Alonso Rocha, Jurandyr Bezerra, Francisco Paulo Mendes e Ruy Barata. Seus primeiros textos foram publicados no jornal O Colegial. Em 1948, colaborou com a revista literária Encontro, dirigida por Mário Faustino e Haroldo Maranhão. Entre 1946 e 1951, passou a publicar regularmente no suplemento literário da Folha do Norte, editado também por Haroldo, os poemas que viriam a integrar o seu livro de estreia, O estranho (1952). Em fins de 1949, casou-se com Maria Laïs Teixeira Godinho Martins, que lhe deu duas filhas, Graça e Nazaré.

Max publicou intensamente durante toda a década de 1980 e, pela primeira vez, participou de viagens para leituras de poesia (Rio, Salvador e a mais longa delas, a que o levou ao Missouri, EUA, a convite do poeta norte-americano James Bogan). Foi nessa década também que construiu a sempre sonhada cabana na praia do Marahu, na ilha de Mosqueiro, emblemática dentro de sua obra. Manteve intensa cooperação também com Age de Carvalho, com quem passou temporada de seis meses em Viena, Áustria, em 1990.

De 1991 a 1994, dirigiu a Fundação Cultural Casa da Linguagem, em Belém. Em 1993, recebeu o Prêmio Olavo Bilac de poesia, da Academia Brasileira de Letras, pelo livro Não para consolar. Saiu na Alemanha a tradução de Para ter onde ir (Der Ort Wohin), de Burkhard Sieber, em 2006. Foi funcionário público da extinta Sucam, órgão do Ministério da Saúde, mas, sobretudo, “viveu a poesia que escreveu”, ainda nas palavras de Benedito Nunes, a verdadeira profissão e ocupação de toda a vida. Em 2001, a UFPA concedeu-lhe o título de Doutor Honoris Causa. Max Martins faleceu em 9 de fevereiro de 2009, em Belém, aos 82 anos.

Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Livros - acervo da Editora da UFPA
Foto de Max Martins: Eduardo Kalif