Campus Universitário de Abaetetuba sedia Colóquio Mesorregional de Governança
De 7 a 9 de novembro, ocorreu o VIII Colóquio Mesorregional de Governança e o III Colóquio Mesorregional de Governança do Tocantins Paraense, no Campus Universitário de Abaetetuba. O evento, que é uma realização da Universidade Federal do Pará, por meio da Pró-Reitoria de Extensão, debateu desenvolvimento, território, cultura e políticas públicas.
Participaram da abertura o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; o vice-reitor Gilmar Pereira da Silva; o pró-reitor de Extensão, Nelson Souza; a prefeita municipal de Abaetetuba, Francineti Carvalho; Michel Barbosa, representante da Prefeitura Municipal de Tucuruí; a coordenadora geral do Campus Universitário de Abaetetuba, Ana Áurea Barreto Maia; a coordenadora do Fórum de Coordenadores e Coordenadoras dos Campi da UFPA e do Campus Universitário de Capanema, Rosa Helena Sousa de Oliveira; e Vanilson dos Santos Cavalheiro, representante da Associação dos Discentes Quilombolas do Campus Universitário de Abaetetuba.
O estudante quilombola Vanilson Cavalheiro, que ingressou na UFPA pelo Processo Seletivo Especial para Indígenas e Quilombolas, falou da importância das políticas de inclusão na Universidade e do papel da Associação de Discentes Quilombolas para apoiar os estudantes no ingresso e ao longo do percurso na instituição.
Ana Áurea Maia, coordenadora do Campus Universitário de Abaetetuba, disse estar muito feliz pelo Campus sediar o Colóquio. “Que seja um evento produtivo e traga frutos para nossa região”. Já para Rosa Helena Oliveira, coordenadora do Fórum de Coordenadores e Coordenadoras dos Campi da UFPA e do Campus Universitário de Capanema, “esse é um momento muito importante, um momento de esperança, de ter esperança nessa universidade que sofreu muito, foi muito atacada. Este é um colóquio diferente. Daqui vão sair inúmeras propostas de desenvolvimento para nossa região”.
Diálogos - O pró-reitor de Extensão, Nelson Souza, por sua vez, ressaltou que “os colóquios são momentos em que a Universidade, sendo multicampi, assume o seu compromisso social em busca de interação com setores governamentais e agentes sociais, para que, de uma forma dialógica, consigamos entender melhor os problemas que nos atravessam. As universidades sozinhas, os governos sozinhos, os movimentos sociais sozinhos não têm condições de resolver problemas complexos. Precisamos unir as forças e as energias para que possamos efetivamente propor algo novo. Esse é o nosso propósito”.
Michel Barbosa, representante da Prefeitura Municipal de Tucuruí, relatou que estudou na UFPA e reconhece a importância desse evento para o diálogo entre diferentes entes em busca de soluções viáveis para o desenvolvimento da região. “Precisamos unir universidade, empresas privadas e poder público, e buscar orçamentos para somar ao trabalho da UFPA”, pontuou.
A prefeita de Abaetetuba, Francineti Carvalho, também é egressa da UFPA e disse da alegria de Abaetetuba sediar o evento. “Queremos o desenvolvimento econômico, mas acompanhado da preservação das nossas florestas e rios, e do cuidado com as pessoas. E para pensar nas pessoas e encontrar alternativas para os nossos problemas, precisamos conversar. A sociedade busca respostas para suas demandas”.
O vice-reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, defendeu o papel estratégico da Universidade para o desenvolvimento do estado. “Se você observar as cidades antes e depois da Universidade, você vai ver o papel estratégico da universidade para essas localidades. A Universidade tem um papel fantástico, mas a cada dia se dá conta de que precisa fazer mais. Essa é uma tarefa importante. A universidade se reinventa e cria oportunidades e espaços em benefício das pessoas. A cada colóquio, reunimos questões novas para serem trabalhadas pela Universidade, junto a entes governamentais e à sociedade civil”.
O reitor Emmanuel Zagury Tourinho destacou a contribuição da Universidade para o desenvolvimento da região tocantina, por meio das atividades realizadas nos Campi de Abaetetuba, Cametá e Tucuruí. “A universidade desempenha um papel na sociedade que nenhuma outra instituição consegue desempenhar. Mas o que fazemos depende das parcerias que estabelecemos com o poder público e com os movimentos sociais. Isso é que nos ajuda a construir uma sociedade com mais cidadania. Os governos não dependem só de boa vontade e recursos financeiros, dependem também do conhecimento produzido na universidade. E a Universidade está aqui para colaborar com o poder público e com todos os demais setores da sociedade”.
Estética da governança - Após a mesa de abertura, o escritor, poeta e professor aposentado da UFPA João de Jesus Paes Loureiro proferiu a conferência “Governança: esperança ou desesperança?”, com a mediação do pró-reitor de Extensão, Nelson Souza.
Paes Loureiro foi apresentado pelo pró-reitor como um pensador da cultura amazônica, filósofo da arte e da cultura amazônicas. Natural de Abaetetuba, em sua fala rememorou sua infância no município e relatou como essa fase é importante para a construção do imaginário.
Ao refletir sobre o conceito de governança, Paes Loureiro destaca a importância dos significados das palavras e das ações. “É necessário compreender o sentido do que nos propomos fazer. E a governança não é algo simples de fazer. É reunir conhecimentos, mas também depositar sentimento. Fazer as coisas com amor”.
Assim, compreende que “a governança pode ter o ângulo da esperança, quando ela é cumprida, ou o ângulo da desesperança. Algo que é positivo, se não for cumprido, torna-se o avesso do que se prometeu”. E completa: “A esperança não pode ser um argumento demagógico, mas um compromisso, através da governança, respeitando as pessoas para quem se vai exercer a governança, ouvindo as pessoas”.
Nelson Souza, ao finalizar a atividade e o primeiro dia do evento, sintetizou: “Governança é o afeto político que nos aproxima, que nos põe em contato, por meio do reconhecimento da humanidade do outro”.
Mesas temáticas - No segundo dia do evento, as mesas temáticas discutiram “Gestão territorial, planejamento, desenvolvimento urbano e socioeconomia na mesorregião tocantina”, “Grandes projetos, mineração, energia e impactos socioambientais”, “Tecnologias, meio ambiente e inclusão social na mesorregião tocantina” e “Sistema Único de Saúde (SUS) e consórcios municipais para garantir direitos”.
“No terceiro e último dia, as temáticas centraram em “Organizações sociais, educação do campo e resistência camponesa”, “Justiça, direitos humanos, diversidade e políticas de enfrentamento à violência” e “Impactos socioambientais do desenvolvimento e políticas de inclusão para as comunidades do Tocantins Paraense”.
Todas as discussões contaram com representantes de movimentos sociais, organizações não governamentais, setor público, empresas, universidades, entre outros entes.
No encerramento do colóquio, o pró-reitor de Extensão, Nelson Souza, anunciou três novidades. A primeira é a criação da Rede para o Desenvolvimento Territorial da Região Tocantina, que, juntamente às Redes já existentes no nordeste paraense e no Marajó, manterá o diálogo com entes governamentais e sociais.
Outra novidade é o lançamento, em 2023, de um novo Programa Multicampi, o Multicampi Segurança Alimentar. E, ainda este ano, será lançado o edital do novo Programa de Extensão Inclusiva Avançada - Tocantins, que se configurará como o maior edital brasileiro para fomento a programas de extensão. Serão contemplados 30 programas de extensão, 10 em cada campus da região (Abaetetuba, Cametá e Tucuruí), que estruturarão as linhas fundamentais de atuação da extensão nesses campi.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes - Ascom UFPA
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