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Projeto interdisciplinar vai implementar o “Observatório Interinstitucional de Investigação em Cibercultura e Comunidades Indígenas”

  • Publicado: Quinta, 16 de Fevereiro de 2023, 14h33

Observatório Cibercultura e Comunidades Indígenas

A Universidade Federal do Pará (UFPA), a Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) serão responsáveis pela criação do “Observatório Interinstitucional de Investigação em Cibercultura e Comunidades Indígenas”, que acompanhará os processos sociológicos de comunidades indígenas no ciberespaço. A pesquisa, coordenada pela PUC-SP, será  desenvolvida no Pará, com execução das professoras Kalynka Cruz, diretora e professora da Faculdade de Comunicação da UFPA (Facom/UFPA),  e Denise Cardoso, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA-UFPA). 

Contemplado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto de pesquisa pretende estabelecer um observatório científico de investigação em cibercultura para comunidades indígenas, com base na compreensão das dinâmicas presenciais e digitais de acesso e hábitos das comunidades investigadas. A proposta trata de um modelo participativo, que pretende oferecer dinâmicas e instrumentos autodefinidos pelas comunidades estudadas, a fim de que se apropriem melhor do ciberespaço.

“A vivência digital é algo comum em todas as culturas e sociedades. E nas sociedades com intensa valorização dos saberes ancestrais, torna-se importante investigar como se dão as práticas trazidas pelas conexões via internet e, assim, compreender quais as mudanças e permanências estão ocorrendo em diferentes grupos sociais. Neste projeto, objetivamos investigar estas dinâmicas a partir das realidades do povo Mebêngôkre-Kayapó, pois temos como referência a proposta Decolonial, ou seja, o efetivo protagonismo indígena”, destaca a professora Denise Cardoso, uma das executoras do projeto no estado.  

Para compreender esse processo, a pesquisa busca entender como se dão os modos de acesso, quais as tecnologias utilizadas, como as pessoas se conectam e quais ambientes digitais são acessados pelo povo Mebêngôkre-Kayapó. Essas investigações vão ser realizadas nas próprias comunidades,  utilizando a etnografia virtual, o que possibilita compreender os aspectos da sociabilidade no ciberespaço, a valorização da língua e as práticas específicas da cultura local. Durante a pesquisa, também serão realizadas oficinas com aportes técnicos que permitirão o debate crítico e o protagonismo para elaboração de narrativas próprias, também no espaço virtual. Em todas as etapas, haverá a participação da comunidade indígena. 

“Eles não são apenas investigados na pesquisa, eles participam também como desenvolvedores da pesquisa, porque, por se tratar de uma pesquisa ativa, ela vai trazer resultados e ações dentro da aldeia, com  autorização, é claro, dos caciques responsáveis e, para isso, a gente precisa garantir a participação efetiva desses investigados”, ressalta a professora Kalynka Cruz, professora da UFPA e autora da pesquisa que deu origem ao projeto.

As expectativas para resultados finais da pesquisa, além do panorama das participações dessas aldeias no ciberespaço, são a possibilidade de compreensão, do ponto de vista social, das mudanças e das novas maneiras de existir no ciberespaço, identificando potenciais e problemas, para que a universidade possa oferecer ações, soluções e apoios que auxiliem a existência deles nos mais variados ambientes virtuais.

“A gente sabe de toda a potencialidade e de todos os riscos, como as fake news e os discursos de ódio, e, ao mesmo tempo, a gente sabe que a partir do momento que você tem a conexão, essa existência no ciberespaço vai acontecer, então, se ela vai acontecer, que aconteça da melhor maneira. Além de tudo, a gente quer favorecer o escoamento das produções e das mobilizações indígenas no ciberespaço. É muito importante, no momento em que a gente vive hoje, que a voz deles (indígenas) seja ouvida democraticamente. Então, saber se apropriar das novas tecnologias e da comunicação do ciberespaço é muito importante”, completa Kalynka Cruz. 

Trabalho em rede - Proposto e coordenado pela professora Lucia Santaella, referência nos estudos das revoluções cognitivas operadas por algoritmos, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o projeto conta com participações internacionais, por meio das Universidades Purdue University (EUA), Middle Tennessee University (EUA), Mines-Telecom (França) e do Instituto de Tecnologia da Universidade de Copenhagen (Dinamarca). Além dos pesquisadores responsáveis pela implantação do observatório, Lucia Santaella (PUC-SP), Kalynka Cruz (UFPA), Denise Cardoso (UFPA) e André Lemos (UFBA), o projeto também conta com a participação de alunos de graduação e pós-graduação, agregando em sua fase inicial, ao todo, 14 membros entre docentes, discentes e técnicos.

 Texto: Isabelly Risuenho - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Foto: Kalynka Cruz - Divulgação do Projeto

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