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Hospital da Ebserh no Pará realiza cirurgia inédita na Região Norte do país para tratar câncer de fígado

  • Publicado: Segunda, 10 de Abril de 2023, 15h26

Cirurgia Pará

O Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh, realizou, no mês de março último, cirurgia inédita em toda a Região Norte para a remoção de um tumor de fígado por meio de técnica de ablação por micro-ondas. O procedimento de Mestastasectomia hepática de ablação (destruição) por micro-ondas é uma técnica de cirurgia minimamente invasiva, com potencial de destruição de grandes tumores cancerígenos, já em estado avançado (metástase), que é a evolução do câncer no organismo.

Essa técnica está sendo usada com sucesso em vários hospitais privados no país desde 2019 e foi aplicada, pela primeira vez, neste mês de março, no norte do país, em um hospital público, filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, estatal federal que administra 41 hospitais universitários no país, como é o caso do Complexo Hospitalar do Pará.

Segundo o médico Rafael José Romero Garcia, cirurgião do aparelho digestivo e de transplante de fígado do HUJBB, a técnica serve tanto para pacientes com tumores primários quanto para usuários em estado mais avançado, com metástase. Por esse método, consegue-se preservar bastante o fígado do paciente, reduzindo riscos.  Ainda segundo ele, esse procedimento é capaz de tratar qualquer tipo de metástase no fígado e em outros órgãos, como rim e pulmão, para tumores tanto primários quanto secundários.

“Foi muito bom, porque a gente conseguiu demonstrar a viabilidade, por ser um método menos invasivo. A gente consegue dar a alta hospitalar muito mais rápido, evita uso de Unidade de Terapia Intensiva e acaba reduzindo alguns riscos, como sangramento e infecção. Neste caso específico de câncer (metástase de fígado), a gente consegue devolver o paciente muito mais rápido para a quimioterapia, otimizando todo o tratamento dele”, relata o médico.

Cirurgia Pará 1Redução do tempo de internação hospitalar - De acordo ainda com o especialista, nesse procedimento, o paciente, que está com a doença em estado avançado, teve alta hospitalar no segundo dia. Em outro processo, ele ficaria bem mais tempo na UTI e mais dias internado, totalizando algo em torno de uma semana de permanência na unidade de saúde. Além disso, teriam sido removidos cerca de 50% a 60% do fígado dele.

Entre os grandes diferenciais do método por ablação por micro-ondas, comparado ao procedimento por radiofrequência, é que, no micro-ondas, se consegue fazer a retirada de tumores de 4,5 a 5cm com segurança. Na radiofrequência, consegue-se remover estruturas de até 3 cm.

“O processo de micro-ondas é muito mais rápido se comparado ao da radiofrequência. Nesse último, demora-se de 10 a 12 minutos para cada nódulo. No micro-ondas, o processo gira em torno de um minuto e meio a dois minutos. É muito mais rápido, menos invasivo e mais eficiente. Além disso, não podemos usar a radiofrequência em nódulos que estão próximos a vasos sanguíneos. Na técnica com o micro-ondas, nós conseguimos fazer isso, ampliando, assim, o leque de opções de tratamento”, comenta.

Como a cirurgia é feita - No processo de realização da cirurgia por ablação por micro-ondas, é feita a introdução de uma agulha, que é posicionada no interior da lesão. Após a introdução, é acionado um gerador, que leva a emissão de micro-ondas na ponta da agulha. Isso provoca a movimentação de moléculas de água, elevando a temperatura e destruindo a lesão em poucos minutos.

Para a realização dessa cirurgia, o HUJBB/Ebserh recebeu uma doação do material pela indústria, uma vez que esse procedimento ainda não está regulamentado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), apesar de ser autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) para o setor privado.

“Tivemos esta primeira experiência e ainda estamos discutindo sobre como viabilizar a oferta do procedimento para mais pacientes se beneficiarem. Um caminho seria por meio da parceria em protocolos de pesquisa clínica. Além de beneficiar usuários, a realização do procedimento no hospital foi de grande valia para os nossos Programas de Residência em Cirurgia, lembrando que nossa missão é ensinar para transformar o cuidar. O exemplo da possível implantação de máquinas para cirurgia robótica em alguns hospitais universitários mostra que podemos ser pioneiros em tecnologias de ponta, mesmo que, num primeiro momento, não tenhamos a devida sustentação orçamentária pelo SUS”, avalia Rita Medeiros, gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB).

Texto e fotos - Unidade de Comunicação Regional para o Pará e o Amapá / EBSERH 

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