Programa Fulbright Amazônia é lançado em Belém
Em sessão de lançamento realizada na última segunda-feira, 19 de junho, foram iniciadas as atividades do I Seminário do Programa Fulbright Amazônia, no Teatro Estação Gasômetro, em Belém, com as participações das(os) primeiras(os) pesquisadoras(es) selecionadas(os) para compor uma rede multidisciplinar de pesquisas aplicadas sobre a Amazônia.
A chamada da primeira edição do Programa Fulbright Amazônia ocorreu em 2022, sob a liderança dos professores Valério Gomes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e Jeffrey Hoelle, da Universidade da Califórnia, nos EUA. Foram selecionadas(os) 16 pesquisadoras(es), sendo quatro brasileiras(os), quatro dos EUA e oito de outros países pan-amazônicos, para atuar em linhas temáticas: adaptação e mitigação às mudanças climáticas; fortalecimento da segurança humana e da saúde ambiental; e bioeconomia e desenvolvimento sustentável.
Na mesa de lançamento, estiveram presentes o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; o diretor-executivo da Comissão Fulbright Brasil, Luiz Loureiro; a Chief, Academic Exchanges for the Western Hemisphere Bureau of Educational and Cultural Affairs of the U.S. Department State, M. Eugenia ‘Jenny’ Verdaguer; e a presidenta da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Mercedes Bustamante.
Emmanuel Tourinho, reitor da UFPA, parabenizou a iniciativa do Programa Fulbright Amazônia e agradeceu a parceria da Comissão Fulbright Brasil na criação de oportunidades de interação entre pesquisadores e estudantes da América Latina, do Caribe e dos EUA. Destacou também a importância de investimentos em pesquisa na região, com o protagonismo dos pesquisadores amazônicos.
O diretor-executivo da Comissão Fulbright Brasil, Luiz Loureiro, também celebrou o lançamento das atividades presenciais da rede formada pela primeira chamada do Programa Fulbright Amazônia. Anunciou a previsão de abertura de nova chamada em setembro de 2023 e uma sequência de atividades a serem desenvolvidas nos países da Pan-Amazônia e nos EUA até o final de 2024.
Eugenia Verdaguer falou da importância da Fulbright para a política externa norte-americana e da sua abrangência em todo o mundo, com parcerias em mais de 100 países. Ressaltou o papel estratégico do Programa Fulbright Amazônia no contexto da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas e reforçou as expectativas quanto ao impacto dos resultados das cooperações para a proposição de soluções práticas para o enfrentamento de problemas globais.
Mercedes Bustamante, presidenta da Capes, por sua vez, agradeceu o convite para participar do evento em Belém e parabenizou a iniciativa do Programa Fulbright Amazônia para fomentar estudos multidisciplinares e alinhados aos temas emergentes na região e no mundo. Afirmou que a Capes está à disposição para cooperar nas próximas atividades do Programa e em outras ações da Comissão Fulbright.
Na sequência da abertura, os líderes do Programa Fulbright Amazônia, Valério Gomes, da UFPA, e Jeffrey Hoelle, da Universidade da Califórnia, saudaram os presentes e reiteraram a importância da iniciativa para fortalecer as pesquisas na Pan-Amazônia, em diálogo com os povos da região e as múltiplas narrativas sobre a Amazônia. Eles mediaram ainda uma conversa com dois convidados: Angélica Mendes, bióloga, pesquisadora e ativista, neta do conhecido defensor da floresta e dos povos da Amazônia, Chico Mendes; e Eloy Terena, advogado, pesquisador e atual secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas do Brasil.
Angélica Mendes contou sua trajetória como pesquisadora e como sua ancestralidade ativista a convocou para se inserir na luta pelo direito das populações amazônicas ao território e ao acesso às políticas públicas. Falou que acredita na educação e na coletividade como meios de transformação social e que o diálogo com os múltiplos saberes construídos pelos povos da floresta devem ser valorizados e aprendidos. Reforçou que a luta pela floresta em pé deve ocorrer paralelamente à luta pelos direitos dos povos que a mantêm em pé. Citando Chico Mendes, destacou: “Ecologia sem luta de classe é jardinagem”.
Já Eloy Terena falou da importância do ingresso dos povos indígenas nas universidades e citou sua trajetória como exemplo da ação das políticas públicas de ações afirmativas, pois recebeu financiamento e apoio de programas governamentais para seus estudos da graduação ao doutorado. Relatou também alguns dos desafios dos povos indígenas que hoje também são responsáveis pelas políticas públicas no âmbito do Ministério dos Povos Indígenas. Pontuou como linhas norteadoras para essa atuação a necessidade de romper os muros da universidade e estar nos territórios, a garantia da participação dos povos indígenas e o incremento das políticas a partir de suas cosmovisões, a importância do protagonismo desses povos nas decisões, o comprometimento político e governamental, o investimento de recursos públicos e privados e a compreensão dos indígenas como sujeitos de direitos.
Na sequência das falas, as(os) participantes foram convidadas(os) a continuar os diálogos em um coquetel oferecido pela Comissão Fulbright e para participar de uma experiência artística imersiva do Projeto Symbiosis, da artista visual Roberta Carvalho, com projeção de imagens em movimento e fotos em copas de árvores na área externa do Teatro.
A programação do Seminário segue até o dia 22 de junho, com grupos de trabalho, planejamento de atividades e experiências interculturais.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
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