UFPA abre série de seminários regionais do Inep sobre avaliação da educação superior
No Brasil, as Instituições de Ensino Superior (IES) são avaliadas regularmente por um sistema que leva em consideração aspectos como ensino, pesquisa, extensão, responsabilidade social, gestão institucional e corpo docente.
O processo é operacionalizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) poe meio do chamado Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes, que, além das instituições, analisa os cursos e o desempenho dos estudantes através de ferramentas complementares como autoavaliação, avaliação externa, Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), avaliação dos cursos de graduação e instrumentos de informação como censo e cadastro.
A temática esteve em debate no Seminário DAES, uma série de encontros regionais sobre Avaliação da Educação Superior organizada pelo Inep, com o objetivo de disseminar as boas práticas institucionais e desenvolver ações conjuntas com as IES e as associações representativas do segmento. A ação, que será realizada em todas as regiões do país, foi aberta em Belém, na Universidade Federal do Pará (UFPA), na última quinta-feira, 17, com a presença do reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; do reitor do Centro Universitário do Pará, Sérgio Fiuza de Mello Mendes; do diretor de Avaliação da Educação Superior, Ulysses Tavares Teixeira; e da pró-reitora de Ensino de Graduação, Loiane Prado Verbicaro.
Em seu pronunciamento, a pró-reitora de Ensino de Graduação da UFPA destacou e agradeceu a disposição do Inep em ouvir as regiões. Segundo ela, para desenvolver ações para a melhoria da educação superior é necessário compreender e considerar as especificidades regionais, bem como as assimetrias do conjunto federativo que limitam a avalição uniforme das Instituições do Ensino Superior.
“Não é todo dia que temos a oportunidade de dialogar diretamente com o Inep, vai ser um momento de compartilhar nossas expectativas para que a avaliação avance na indução da qualidade da educação superior, de modo que as instituições possam cumprir com a sua missão pública de garantir a qualidade na formação dos estudantes para a cidadania e também para a formação profissional com responsabilidade social, compromisso com a democracia e o desenvolvimento socioeconômico do país, considerando a autonomia e as identidades institucionais”, avaliou.
O reitor do Cesupa concordou com a avaliação da pró-reitora, de que os processos avaliativos não percam de vista as experiências vividas no contexto de instituições sediadas na Amazônia brasileira. “Estamos aqui atendendo a um chamado do Inep, o que nos deixa muito felizes, afinal essa é uma aproximação que nos faz sentir parte do sistema. A avaliação nos ajuda a nos tornarmos instituições cada vez mais consistentes, mas temos que estabelecer os nossos próprios parâmetros, afinal não somos todas iguais e isso precisa ser levado em consideração nesse processo”, defendeu Sérgio Fiuza de Mello Mendes.
Parâmetros de Avaliação - De acordo com o SINAES, as IES devem ser submetidas a processos de avaliação externos e internos. Externamente, cabe ao INEP a condução do processo avaliativo da graduação, utilizando como procedimento de avaliação a chamada visita in loco – voltada a avaliar os cursos em seus locais de oferta, considerando a organização didático-pedagógica, o corpo docente e a infraestrutura –, assim como o Enade - que funciona como instrumento de avaliação dos estudantes. Internamente, as IES montam uma Comissão Própria de Avaliação (CPA) que se responsabiliza pelo processo.
Na UFPA, um dos instrumentos utilizados e coordenados pela CPA é o “Minha Opinião”, um questionário on-line vinculado ao Sistema Integrado de Gestão (SIG-UFPA), através do SIGAA, SIGRH e Sipac, em que a comunidade acadêmica avalia, periodicamente, as atividades institucionais no âmbito do ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica. Outra ferramenta interna é o “Avalia-Graduação”, de responsabilidade da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg).
Refletindo sobre a política atual de avaliação do ensino superior na graduação, o reitor da UFPA elencou o que, para ele, seriam as duas principais funções da avaliação. “Primeiro, é preciso que ela seja estimuladora do avanço da qualidade. A avaliação do ensino da graduação tem contribuído com esse avanço, é claro, mas não na mesma medida que ocorre na pós-graduação, o que nos aponta um caminho mais longo a ser percorrido para alcançar um patamar de pleno sucesso”, comparou. “A avaliação precisa também informar corretamente a sociedade sobre a qualidade diferencial dos cursos e das instituições. Instituições e cursos com padrões diferentes de qualidade não podem alcançar os mesmos conceitos”, apontou Emmanuel Tourinho.
Programação - Após a abertura, o diretor de Avaliação da Educação Superior, Ulysses Tavares Teixeira, apresentou o painel “Avaliação da Educação Superior: Ações e perspectivas”. A programação incluiu ainda oficinas sobre Avaliação e Autoavaliação Institucional, Acesso e Permanência, Extensão, Acompanhamento de Resultados e Egressos, durante a qual, foram apresentadas iniciativas institucionais.
“Sabemos que o Brasil é muito mais diverso que os nossos marcadores podem captar. Nossa expectativa é, a partir dessas experiências, capturar as especificidades de cada região. A ideia é que a instituição não precise se adaptar à avaliação, mas a avaliação captar o que de melhor as universidades estão oferecendo”, destacou o representante do Inep.
Com essa atuação, o Inep busca conhecer as ações desenvolvidas pelas Instituições de Educação Superior em seus processos de avaliação de estudantes ou de autoavaliação institucional, que podem indicar práticas a serem observadas e medidas pelo instituto, em âmbito nacional.
Texto: Edmê Gomes, Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes - Ascom/UFPA
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