Consórcio de pesquisa sobre biodiversidade no Pará é renovado por mais cinco anos
Entre 2019 e 2022, o Brasil apresentou um aprofundamento em pesquisas sobre biodiversidade, inovação e sustentabilidade, entre outros temas considerados estratégicos para o país. Os dados do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), colocam o país em 13ª posição no ranking internacional em produção científica. Não por coincidência, todos esses temas permeiam o Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil - Noruega (BRC), que completa dez anos em 2023, com foco em apoiar o conhecimento baseado em ciência na Amazônia.
Fundado em 2013, o BRC é uma parceria entre a Hydro e quatro instituições de pesquisa: a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Universidade de Oslo (UiO). Desde a sua fundação, 26 projetos de pesquisa e 60 artigos científicos já foram aprovados e publicados, e mais de 270 pessoas, entre estudantes, técnicos e pesquisadores, já se beneficiaram das bolsas disponibilizadas.
“Ao longo desta década, o BRC amadureceu de um acordo formal para um consórcio de pesquisa totalmente operacional. Os estudos desenvolvidos por meio dele trouxeram conhecimento aplicado, relacionado à reabilitação de áreas mineradas”, comenta Eduardo Figueiredo, diretor de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro.
Na última sexta-feira, 10, as instituições assinaram um termo que estende a duração do consórcio por, pelo menos, mais cinco anos. A cerimônia contou com Eduardo Figueiredo, diretor de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro; Nilson Gabas Júnior, diretor do Museu Emílio Goeldi; Emmanuel Zagury Tourinho, reitor da UFPA; Herdjania de Lima, reitora da Ufra; e Svein Stølen, reitor da Universidade de Oslo.
Para o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, “A Universidade Federal do Pará é referência em pesquisa sobre biodiversidade e conservação. Por meio de parcerias como a deste Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil – Noruega, buscamos que esse conhecimento científico gere impactos sociais e econômicos sustentáveis em favor da população amazônida”.
“A UFPA é a instituição mais importante na produção de conhecimento científico sobre a Amazônia. Quando a Hydro possibilita essa parceria, ela também abre espaço para que a universidade aumente a produção de conhecimento e forme recursos humanos em biodiversidade numa das áreas mais carentes do Brasil”, lembrou Leandro Juen, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFPA.
Para a vice-coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do Museu Emílio Goeldi, Marlúcia Martins, ampliar a longevidade do BRC significa contribuir, de forma ainda mais ampla, com a Amazônia, principalmente no campo da restauração da sua biodiversidade. “Ainda há muito para compreender sobre o processo de restauração de uma área minerada, a eficiência das tecnologias que estão sendo empregadas e até mesmo daquelas que já foram aprimoradas com nossa contribuição. Minha expectativa é que tenhamos muitos anos para acumular informações suficientes para a restauração florestal como política pública do Pará e da Amazônia como um todo”, comentou.
Experiências enriquecedoras - O financiamento dos projetos do consórcio também tem contribuído para a troca cultural e científica de conhecimentos entre Noruega e Brasil. “Além dos aspectos de pesquisa e treinamento dessas colaborações, não devemos ignorar a importância do intercâmbio cultural entre a Noruega e o Brasil, que mudou a perspectiva dos estudantes e pesquisadores em início de carreira envolvidos nos projetos. A colaboração também proporcionou a pesquisadores e estudantes uma visão sobre as complexidades, os desafios e as oportunidades ligadas às operações da indústria de mineração na floresta tropical brasileira. Isso lhes dá uma melhor base para a formulação de futuras pesquisas básicas e aplicadas sobre conservação e restauração da biodiversidade”, comentou Hugo de Boer, professor associado do Museu de História Natural da Universidade de Oslo.
Para a professora Gracialda Ferreira, da UFRA, o consórcio também permite a prospecção de um futuro positivo. “Ao reunir instituições de pesquisa, ensino, extensão e desenvolvimento tecnológico, o consórcio não somente fomenta o desenvolvimento de pesquisa e tecnologia, mas também permite melhoria na formação de mão de obra qualificada, com vivência prática no desenvolvimento da mineração, que funciona como um laboratório de produção científica que tem avançado e estimulado melhorias nos processos envolvidos no conhecimento da biodiversidade”, pontuou Gracialda Ferreira.
Texto: Divulgação Hydro, com edição da Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Foto: Divulgação Hydro
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