Colóquio propõe aproximar comunidade acadêmica de povos tradicionais em evento realizado na Aldeia Zawara Uhu
Os povos indígenas, as populações tradicionais e os movimentos sociais da região amazônica são afetados por processos que silenciam suas vozes e suas vivências, seja no discurso da grande mídia, seja nas pesquisas e produções acadêmicas. Como forma de alterar essa realidade, a 6º edição do Colóquio Internacional de Diálogos Sul-Sul será realizado na Aldeia Zawara Uhu, terra indígena do Alto Rio Guamá, e apresenta o protagonismo de lideranças amazônidas para abordar questões sobre território, saúde, cultura e educação. O evento será realizado nos dias 29 e 30 de novembro, e 1º de dezembro, com transmissão on-line para os inscritos.
O colóquio é organizado pela Universidade Estadual do Pará (UEPA), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal Rural do Pará (UFRA), a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e o Instituto Federal do Pará (IFPA). Desde sua primeira edição, o Colóquio Internacional Diálogos Sul-Sul busca reunir pesquisas e experiências de vida e de luta que desenvolvam reflexões sobre a região amazônica, os territórios e os povos que nela habitam.
Esta é a primeira vez que o evento será sediado em território indígena, em adesão à proposta feita pelo líder Tembé e também um dos coordenadores do evento Kokoixumti Tembé Jathiati Parkateje, como forma de aproximar pesquisadores e discentes acadêmicos das comunidades tradicionais para fomentar uma troca de conhecimento, e representa uma mudança no cenário de perspectivas desses debates. No presente, almeja-se uma produção científica com base em temáticas e metodologias voltadas para a decolonialidade, isto é, rompendo com os padrões de pesquisa e o pensamento daqueles que colonizaram o Brasil.
“O evento será uma oportunidade de conhecer a comunidade indígena Tembé-Tenetehar em seu próprio território, e isso é importante para a superação de visões estereotipadas e preconceituosas, e até mesmo racistas, no que se refere ao modo de vida nas aldeias indígenas e às culturas dos povos originários. A expectativa é que haja uma participação respeitosa em relação aos espaços e às pessoas que vivem na Terra Indígena do Alto Rio Guamá (TIARG) e que o evento seja um momento de efetivo diálogo”, informa Denise Machado Cardoso, também coordenadora do evento.
Desta vez, as mesas de debates e rodas de conversa vão pontuar o avanço dos empreendimentos voltados à extração de minérios, à efetividade das políticas públicas em saúde para os povos da Amazônia, bem como aos conhecimentos ancestrais e sua relação com o meio ambiente. Para o enriquecimento do debate, a organização espera contar ainda com a participação de indígenas de diferentes povos, além de não indígenas de diferentes regiões do Brasil e de outros países.
“As universidades têm ampliado as oportunidades de envolver nas suas práticas os conhecimentos dos povos indígenas e de populações tradicionais, pois são importantes para a produção de conhecimento acadêmico. É missão dessas instituições promover o acesso ao conhecimento que nelas é produzido, trazendo suas práticas e saberes em espaços que antes eram restritos à própria comunidade científica”, reitera Machado Cardoso.
Como Participar - O evento será realizado em modelo híbrido, com transmissão on-line, nos dias 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro. As inscrições para participação presencial são limitadas e incluem o transporte de ida e volta até a Aldeia Zawara Uhu e a alimentação no local. Os interessados devem inscrever-se até o dia 29 de novembro, por meio do site do evento. Haverá emissão de certificados com carga horária para os participantes.
Serviço:
6º edição do Colóquio Internacional de Diálogos Sul-Sul
Data: 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro
Evento realizado em modelo híbrido, o presencial será na Aldeia Zawara Uhu, município de Santa Luzia do Pará.
Inscrições até o dia 29 de novembro, no site do evento.
Texto: Jambu Freitas - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Arte: Divulgação
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