Doença de Chagas encerra ciclo de Seminários Temáticos no Hospital Barros Barreto
Nesta quarta-feira, 5 de julho, um debate sobre Doenças de Chagas encerra o ciclo de Seminários Temáticos realizados pelo Programa de Residência Multiprofissional em Atenção ao Paciente Crítico da Universidade Federal do Pará (UFPA), na Unidade João de Barros Barreto (UHJBB), que pertence ao Complexo Hospitalar da UFPA/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O evento ocorre no horário das 8h às 12h, no Auditório Noel Nutz, no Centro de Estudos da UHJBB.
Os Seminários Temáticos ocorrem uma vez ao mês, desde março deste ano, e oferece à comunidade hospitalar assuntos voltados para assistência multiprofissional ao paciente crítico portador de doenças transmissíveis. Os eventos são uma atividade teórica, produto da experiência adquirida pelos residentes durante a prática nos cenários, sendo coordenada por dois residentes de diferentes áreas profissionais, com a participação dos outros R1, sob a supervisão e orientação de um tutor. O evento já ofereceu assuntos como HIV/Aids, Infecção Hospitalar, Humanização, Parada Cardiorrespiratória e Tuberculose.
Sempre no dia do Seminário Temático são convidados especialistas da área para participarem das discussões. Os palestrantes a respeito das Doenças de Chagas são Dilma de Souza, doutora em Ciências pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo; Ana Yece das Neves, doutora em Medicina Tropical pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e funcionária do Instituto Evandro Chagas (IEC) e Sebastião Aldo Valente, doutor em Biologia Parasitária pela Fiocruz e funcionário do IEC.
Na programação, estão a Epidemiologia e o Perfil Clínico da Doença; Programa de Doença Chagas no Paciente Cardiopata e Doença de Chagas na Amazônia e o Desenvolvimento da Pesquisa Clínica. Os seminários temáticos são realizados pela Residência Multiprofissional em Atenção ao Paciente Crítico do Barros Barreto.
Doença - A doença de Chagas tem caráter benigno e, quando identificada e tratada precocemente, tem amplas chances de cura e controle. A professora doutora Dilma de Souza, coordenadora do Programa de Doença de Chagas da UJBB, alertou para o diagnóstico precoce da doença. "É importante que seja feito logo o diagnóstico da doença, para que o tratamento seja feito de imediato, por conta do acometimento dos órgãos, principalmente do coração. Quando o paciente tem meningoencefalite (em que há comprometimento do sistema nervoso) ou a miocardite (comprometimento do coração), é grave, porque leva a óbito, e a mortalidade é muito alta nesses casos", esclareceu.
Os sintomas podem ser leves: febre, mal-estar, inchaço nos olhos, aumento e inchaço do baço e do fígado. A médica explicou, ainda, que a doença não tem cura. "O que existe é uma cura sorológica, porque o paciente pode ficar negativo para os exames de sorologia, mas não temos como afirmar que o paciente não desenvolva doenças do coração e do tubo digestivo. Então precisa ser prevenida, e a higienização dos alimentos é muito importante", destacou.
A doença é transmitida por insetos triatomíneos conhecidos como "barbeiros", que no intestino abrigam um protozoário denominadoTrypanosoma cruzi. Este quando eliminado junto com as fezes dos insetos, em contato com a pele, pode contaminar o homem. Os reservatórios do protozoário são pelo menos 100 espécies de mamíferos silvestres, como tatus, ratos e gambás.
Texto: Cleide Magalhães – Ascom do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh
Imagem: Reprodução / Google
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