Dança, arte e resistência motivam projeto de extensão na UFPA voltado para jovens da periferia
Dança de rua na UFPA? Tem sim! E é todo dia! O Coletivo Feminismo Periférico idealizou e mantém, há oito meses, o projeto Dance e Recrie o Mundo. A iniciativa oferece, gratuitamente, as Oficinas de Danças Periféricas, que consistem em aulas de ritmos africanos, urbanos e a cultura das danças de rua, voltadas principalmente aos jovens e adolescentes das comunidades periféricas da cidade.
Como o próprio nome indica, o projeto convida seus participantes a dançar e recriar o mundo com o poder da arte, expressão corporal e, sobretudo, com a força da dança. O projeto começou em setembro de 2016, por meio do edital “A juventude faz sua parte”, da ONG Fase, e hoje conta com o apoio do programa Luamim, da UFPA, que cede a infra-estrutura da sala de dança.
Trabalho voluntário - O projeto se mantém por trabalho voluntário dos envolvidos nas aulas, com profissionais de dança competentes e comprometidos com a arte de ensinar. Para Maya Lima, universitária, integrante do coletivo e uma das idealizadoras do projeto, o importante é manter esses tipos de espaço gerando transformação na vida daqueles jovens. “A arte, a dança e o lazer são uma solução concreta para questões de violência, de exclusão e de marginalidade. Se a gente tivesse mais lugares como esse nos bairros periféricos do Brasil, muitas coisas seriam diferentes”, opina a coordenadora.
O projeto tem, também, o objetivo de ressaltar a cultura da periferia em suas vertentes, origens e características singulares como qualquer outra cultura. “Durante a ocupação na UFPA, as meninas deram aula de quadradinho e foi um sucesso! Até porque não temos academia de dança que dê aula de quadradinho, é uma dança considerada marginal, de rua, e na verdade é totalmente cultural. É nosso!”, destaca Maya. “É incrível como brota talento dos bairros periféricos. É só dar uma oportunidade que eles vão longe”, fala, com entusiasmo.
Mia Lopes, aluna do projeto e moradora do bairro Guamá, conheceu as oficinas a partir do convite de uma amiga e nunca mais largou. “ Aqui é um espaço legal, a gente aprende muita coisa. A dança me faz bem e hoje penso em ter ela como parte da minha vida pessoal e profissional também, é algo bom”, assegura, sorridente.
Integração e troca de vivência - A fim de aproximar os alunos de forma afetiva e comunitária, o projeto também promove momentos de integração e troca de vivência entre os participantes sobre questões importantes e que afetam suas vidas cotidianamente - como lgbtfobia, machismo, preconceito social e racial.
As oficinas tem a intenção de trazer a comunidade para dentro da Universidade, justamente para mostrar que o Campus também é da população em geral e não somente da comunidade universitária. “Precisamos aproximar esses jovens da comunidade acadêmica para que ele queira estar aqui ocupando um espaço que é dele”, ressalta Maya. “Aqui é um bom espaço porque não é tão engessado como uma sala de aula, tendo mais dinamismo e deixando o aluno livre para explorar outras questões”, afirma a coordenadora.
Maya Lima ressalta, também, que o projeto tem custos e precisa de apoio de instituições e entidades para ser mantido. O coletivo convida qualquer interessado a participar da forma que puder, seja na administração, no apoio socioeducacional ou com recursos financeiros. Atualmente, o Dance e Recrie o Mundo oferece aulas nas segundas, terças, quartas e sábados, às 18h30, no bloco M-Profissional, do Campus Profissional da UFPA.
- Serviço:
Oficinas de Danças Periféricas
Local: Bloco M, Campus profissional, Campus Guamá.
Horário: 18h30
Para mais informações acesse o Facebook do Projeto.
Texto: Caio Henrique Lopes – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre Yuri
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