Professora do Campus Bragança representa UFPA em evento no México

Representando a UFPA e sendo a única do Norte do Brasil no V Congresso Internacional de Estudos Clássicos no México, a professora Roberta Alexandrina da Silva, do Campus Universitário de Bragança, apresenta no evento, que ocorre de 4 a 8 de setembro na Cidade do México, uma palestra com o tema A Influência da Filosofia Helênica no Gnosticismo de Nag Hammadi e o Avanço da Ortodoxia Cristã.

A programação será realizada na maior instituição do país, a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). O evento é organizado pelo Centro de Estudos Clássicos, Instituto de Investigações Filológicas da Faculdade de Filosofia e Letras. A palestrante estará na mesa intitulada Recepção do Pensamento Helenístico.

Objetivo – “O congresso busca reunir e congregar estudiosos, pesquisadores e docentes de diversas áreas das humanas que desenvolvam pesquisas e projetos sobre estudos clássicos, ou seja, sobre Grécia e Roma, e, também, sua tradição. Apresentando e divulgando os resultados das pesquisas que foram desenvolvidas nos últimos anos em inúmeros centros e instituições internacionais”, conta Roberta.

A professora comenta que a conferência, que ocorre de três em três anos na UNAM, recebe representantes de universidades reconhecidas, como University of Cambridge, Universidad Complutense de Madrid, University of Manchester, Universidad de Costa Rica, entre outras. “Além de termos uma forte representatividade brasileira, com pesquisadores do sul e sudeste, como USP, Unesp, Unicamp, UERJ, UFRJ, UFF, UFPR”, constata a palestrante.

Pesquisa – O trabalho que será apresentado faz parte do projeto de pós-doutorado de Roberta Alexandrina – De Paulo aos gnósticos: debates sobre gênero e sacerdócio nas comunidades paulinas e gnósticas entre meados do primeiro ao quarto século – e também do projeto de pesquisa que a professora desenvolve na UFPA – Entre a Casa e a Igreja: Cotidiano e gênero nas Comunidades cristãs Paulinas e Gnósticas (Sécs. I-IV).

“O trabalho que apresentarei consiste na análise dos textos de Nag Hammadi e outros similares que circularam no início da era cristã e foram denunciados como hereges por cristãos, proto-ortodoxos, em meados do segundo século. Esses cristãos são, hoje, conhecidos como gnósticos, termo proveniente da palavra grega gnosis, em geral traduzida por ‘conhecimento’”, ela explica.

Roberta relata que, por meio de uma análise histórica, debater o contexto e realizar uma abordagem hermenêutica de alguns textos da Biblioteca de Nag Hammadi possibilitou-lhe compreender as distinções entre os vários cristianismos que foram esquecidos e rechaçados pela Igreja de Roma, e uma proto-ortodocia que surgiu como única forma de Cristianismo.

Importância – Segundo a representante da UFPA no evento, este trabalho começa a posicionar a maior universidade da Amazônia como um centro de pesquisa e diálogos em estudos clássicos com outras instituições nacionais e internacionais. Ela diz que isso vem provocar e preparar o caminho para debater e difundir outras perspectivas históricas.

“Outro ponto que gostaria de enfatizar consiste no fato de que os estudos sobre a História Antiga e os estudos clássicos não são, meramente, uma atividade vinculada à pura e estéril ‘erudição’. Todavia os estudos atuais sobre a antiguidade promulgam um novo olhar acerca da antiguidade como a conhecemos, com uma crítica ao passado para o entendimento de temas atuais, como gênero, sexualidade, desigualdade e outros”, complementa Roberta.

Texto: Andre Costa Gomes – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Divulgação